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Resumo Do Artigo História Política E O Historiador

Por:   •  14/8/2023  •  Resenha  •  688 Palavras (3 Páginas)  •  121 Visualizações

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                        HISTÓRIA POLÍTICA E O HISTORIADOR – RESUMO

Os fatos políticos têm um papel especial no século XX, pois a história contemporânea está umbilicalmente ligada à política, pois é uma história marcada por comoções políticas impossíveis de desconsiderar. Isso significa a generalização de relações sociais nas quais o vínculo essencial esteva localizado na vivência das questões de poder, com os acontecimentos políticos mantendo-se como o fio condutor ao longo do qual outros processos vão ganhando consistência e coerência.  

Hoje exige-se dos estudos histórico-políticos uma posição favorável à abertura para outras disciplinas. Há consenso entre os historiadores em reconhecê-la como detentora de um objeto de natureza radicalmente interdisciplinar, tendo na raiz desse processo denominado transbordamento de influência da história política está, em contrapartida, a própria dificuldade em definir precisamente o campo de atuação dessa disciplina, pois é de sua natureza ter um caráter amplo, interessando a ela uma listagem quase infinita de áreas, ações e ideias.

Até esse ponto da exposição os historiadores políticos podem ter encontrado motivos de satisfação ou pelo menos de garantia de muito trabalho dada a amplitude das atividades descritas e a eles atribuídas. Acontece é que nós, historiadores políticos, somos pensadores de risco, ou seja, certamente estamos mais próximos das tentações de um conhecimento com fins deliberados, com endereço ideológico imediato, do que outros colegas mais prudentes. Há principalmente dois apelos para o historiador contemporâneo, um que vem de fora, e outro que vem de dentro, resultando em que os estudiosos venham cada vez mais cuidar de assuntos políticos que lhes sejam caros, ou sobre os quais pretendam dissertar mostrando a capacidade política de influir sobre as pessoas.

Importantes pensadores de nosso século responderam ao shakespeareano dilema do intelectual contemporâneo - participar ou não participar da política, eis a questão - reprovando a sua atuação em uma área minada pelo compromisso. é importante intervir para evidenciar ainda mais claramente a questão aqui tratada: uma coisa é fazer política, outra muito diversa é pensá-la. São dois mundos diferentes, e não é esse o momento para analisar as relações entre eles, ou mesmo a questão da influência exercida pelas ideias sobre as ações e em que medida isso ocorre. Reforcemos então o entendimento: não parece trazer benefício algum negar as afinidades que um historiador possa ter diante da política, mesmo no sentido pessoal das suas escolhas, desde que esteja suficientemente distante de um empenho direto como militante, e não há qualquer "tarefa política", definida a priori, a ser cumprida pela história contemporânea.

Pode parecer confuso e mesmo contraditório apontar, para a ciência, proposições diretoras diferentes daquelas que propomos aos cientistas. No entanto afigura-se como uma afirmação prática e logicamente defensável.

Não há fronteiras intransponíveis que separem o "cientista independente" do engajado'' e seria cerceadora e artificial, como soem ser as idealizações racionalistas, a busca de um comportamento científico que funcionasse como modelo de isenção. Por essas razões é ''ainda'' possível e recomendável que se faça a história do socialismo e do comunismo entendidos como fenómenos sociais. Certamente não se escreverá como no passado, pois o próprio modo de ver os fenómenos socialistas e comunistas do século XX sofreu significativas mudanças após os acontecimentos dos anos 1989-1991. O profissional que se encarregar dessa historiografia estará perfeitamente adequado ao momento presente.

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