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Revisitando a História da Educação e projetando Perspectivas futuras

Por:   •  27/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.562 Palavras (7 Páginas)  •  476 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO História - Licenciatura

DISCIPLINA: História da Educação

PROFESSOR (A) TUTOR (A):  Marina Novaes senne

TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: Revisitando a História da Educação e projetando Perspectivas futuras

               

               ALUNO (A) AUTOR (A) DA ATIVIDADE: Douglas Malaquias Rosse            

Revisitando a História da Educação e projetando Perspectivas futuras

O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente.

Com o desenvolvimento social se fez necessário elaborar novos métodos de educação para atender as novas demandas que surgiam culturalmente, compreendendo a necessidade de melhorias na prática educativa que posteriori possa se tornar efetivamente mais qualificada na formação de cidadãos críticos e conscientes. Conforme expressa Manacorda (2006, p. 360) “que o caminho do futuro seja aquele que o passado nunca soube percorrer”.

Ao decorrer dos acontecimentos históricos nas sociedades em todo o mundo, diversos pensadores contribuíram para o conhecimento humano com novos métodos de educação. Porém desde a antiguidade, nas sociedades menos complexas, ou melhor, nas sociedades que denominamos como primitivas, apesar da ausência de métodos educacionais ocorria uma forma “primitiva” de educação que tinha como principal objetivo ajustar a criança ao ambiente físico e social. Nessas sociedades as crianças adquiriam conhecimento através da imitação, participavam ativamente das atividades dos adultos, aprendendo, pouco a pouco, as diversas ocupações da tribo. A formação através da imitação era integral, abrangendo todo o saber da tribo, e universal, na medida em que todos poderiam ter acesso ao saber a ao fazer apropriado por sua comunidade. Nos dias atuais, podemos notar que no processo inicial de aprendizagem das crianças, antes de sua inclusão no sistema escolar, a imitação se faz presente de forma espontânea, como os primeiros gestos e linguagens. Numa segunda etapa, a imitação torna-se consciente, crianças participam das atividades dos adultos e aprendem por imitação. Comumente essa segunda etapa se inicia quando se começa a exigir trabalho da criança, ela vai aprendendo pouco a pouco, as diversas ocupações da sua tribo ou comunidade como a construção de utensílios, a caça, a pesca, os trabalhos agrícolas e outras atividades, realizadas em sociedades da antiguidade e contemporâneas.

Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga - Esparta e Atenas - constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar - mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.

Podemos reconhecer traços da tradição espartana na educação medieval. Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja Católica. Cabe ressaltar que até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela garantia da subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios círculos familiares, sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente influenciados pelo pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento inicia-se uma nova era para o Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os objetivos da Educação. O conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais: o conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor da ordem e da disciplina.

Foi esse modelo de educação escolar centrado na figura do professor como transmissor do conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionado pela Revolução Industrial e a consequente urbanização e aumento demográfico. Além disso, o fortalecimento e expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo acesso a escola enquanto direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de direitos e deveres e capazes de exercê-los perante a sociedade.

A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo hierarquizado e autoritário de educação que caracterizou as instituições escolares até então passou a ser questionado por educadores como Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos Estados Unidos. Impulsionados pelo desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, e com críticas a pedagogia tradicional e a forma como os conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, esses e outros educadores passaram a reivindicar a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. No Brasil, é indispensável o conhecimento dos rumos da Educação a partir da Lei das Diretrizes e Bases (LDB n°9394/96), que foi assinada pelo, então, Ministro Paulo Renato de Sousa e pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 20 de dezembro de 1996. Essa LDB está fundamentada nos princípios da Constituição de 1988 que inaugurou o tempo da democracia, substituindo a Lei n°5692/71 que foi implementada no período da Ditadura Militar. As reformas ocorridas a partir de 1996 no sistema educacional brasileiro trouxeram como novidade, a ideia de desenvolvimento de habilidades e competências. Com a criação dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), pretendeu-se apresentar, um canal de auxílio aos professores, desempenhando, assim, o duplo papel de difundir os princípios da reforma curricular e orientar o professor, na busca de novas abordagens e metodologias.

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