SAMBAQUIS: PRESERVANDO UM PEDAÇO DA HISTORIA

SAMBAQUIS: PRESERVANDO UM PEDAÇO DA HISTORIA

Cristine Fernandes Lemos (1), Renata Custodio Oliveira (2)

1. Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão/SC, Brasil
2. Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão/SC, Brasil

RESUMO

Há cerca de seis mil anos atrás iniciou-se a ocupação da região sul de Santa Catarina, pouco se sabe sobre este povo que se instalou na região.  Uma característica desta população era de criar grande amontoados de matérias orgânicos e calcário, denominados sambaquis. Os sambaquis são fontes históricas para o estudo da pré-história brasileira, pois apresentam e preservam indícios da cultura de um longínquo período da evolução do homem, por isso é tão importante a sua preservação. Porém, muitas dessas jazidas estão em péssimo estado de conservação ou destruídas pelas ações do homem, impossibilitando o estudo mais aprofundado sobre do povo sambaquiano. A situação das jazidas arqueológicas de Capivari de Baixo não é diferente, hoje o estado desses sambaquis está muito preocupante, pois é desprezada, não apenas pelo poder público, mas também pela sociedade, ocasionado a depredação das mesmas. E assim acabando com mais um pedaço da historia. Visando a conscientização da população e a preservação dos sambaquis de Capivari de Baixo, temos como objetivo apresentar um projeto, onde através deste a comunidade possa aprender mais sobre o seu passado, e assim aprender a cultivar sua historia.

INTRODUÇAO

               Este trabalho aborda a temática dos sambaquis, e para que possamos entender primeiramente temos que saber o que eles são, quais suas importâncias para sociedade e seus benefícios, onde serão apresentados propostas e sugestões para uma melhoria da região e preservação dos mesmos.
                                   "Os vestígios arqueológicos encontrados em várias regiões                                                

                                        do Brasil - sambaquis ou concheiros, objetos de barro e de  

                                        pedra, pinturas em cavernas etc. - constituem ricas fontes

                                        de informação sobre a vida dos grupos humanos que aqui

                                        viveram antes da chegada dos portugueses, em 1500." – (Filosofoabstrat,2008)

       Sabe-se que Capivari de Baixo é uma das cidades que ainda existem vestígios dos sambaquis, por isso existe uma necessidade de mostrar para a população qual a finalidade da preservação das áreas as quais possuem os sambaquis.
          Existe uma necessidade de aprendizagem dos habitantes, se integrando e buscando aprender um pouco mais sobre eles, já que futuramente servirá  como uma fonte de turismo muito importante para a região de Capivari de  Baixo(SC).
                                   “A falta de uma consciência sobre o patrimônio natural e  

                                       cultural (material e imaterial) tem levado a degradação

                                       irreparável de tais bens. Inevitavelmente vamos perdendo a

                                       memória, e corremos o risco de perdermos nossa própria

                                       identidade. Perdendo a identidade nos tornamos um

                                       produto descartável, prontos para sermos engolidos por

                                       uma cultura igualmente descartável.    Preservar nossa

                                       história e transmiti-la para as gerações vindouras é um ato

                                      de nacionalismo e regionalismo, uma forma de mantermos

                                       nossa identidade como brasileiros”. – Völtz, Rafael (2008).

 Os Sambaquis na região de Capivari são divididos em: Capivari I, Capivari II e Ihotinha. Contudo este trabalho se voltará para Capivari I e II locais onde existe maior número de depredação da reserva dos sambaquis.

O que são os sambaquis?

São grandes amontoados artificiais de matérias orgânicos e calcário, feitos ao longo do período por povos que habitavam a região que chegam a medir de 10 a 30 metros de altura. A palavra sambaqui é originaria do tupi guarani  “Tambaqui”( “Tamba” – Marisco e “Ki” – Amontoamento) que significa amontoado de conchas.  Estes amontoados não contém apenas conchas diversificadas, mas também contêm ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca, cerâmica, objetos de arte e em alguns, urnas funerárias. (RATIER)  

Os sambaquis não são apenas um depósito de lixo como se pensou durante anos, mas na verdade é uma construção, um monumento que servia para identificar o grupo que habitava a região. (RATIER) 

Pouco se sabe sobre os povos sambaquianos, pois a maioria das jazidas está em péssimo estado de conservação ou destruídas e por serem um povo muito antigo, que viveram na região há 6000 anos, antes mesmos da chega das tribos Tupis.

O pouco que se sabe é que viviam quase sempre no litoral, próximo de lagoas e mares. A base de sua alimentação era composta de peixes, moluscos, pequenos mamíferos e vegetais. Retiravam do ambiente todos os recursos necessários para sobrevivência através da caça, da pesca e coleta de alimentos e alguns grupos utilizavam da agricultura.(PROUS, 2006) Sendo que estes povos em sua maioria eram sedentários e apenas um pequeno grupo era nômade, ao contrário do que se pensava antigamente os povos sambaquianos eram fixos nas regiões onde viviam.

Viviam em grupos pequenos, não ultrapassavam 100 pessoas. Eram pessoas de baixa estatura e dentes desgastados decorrente do consumo de alimentos duros e abrasivos e vivendo em média de 30 a 35 anos de idade. ()

Não se sabe ao certo a causa do desaparecimento deste povo, mas há duas hipóteses plausíveis para este ocorrido uma delas seria que os sambaquianos entraram em conflito com outras tribos indígenas que apareceram na região, a outra seria que com o surgimento de outras tribos os mesmos tenham se unidos a eles. (<forumeja.org.br>)