Terra Sonâmbula - Sinopse
Por: cmc1303 • 20/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.102 Palavras (5 Páginas) • 371 Visualizações
Sinopse do filme “TERRA SONÂMBULA”, 2007, dirigido por Teresa Prata
Terra Sonâmbula é um filme de 2007, cuja produção é portuguesa-moçambicana, que foi dirigido por Teresa Prata, responsável também pelo roteiro. A história tem como pano de fundo Moçambique, um país devastado por quase trinta anos de guerra anti-colonial e depois civil. Apesar de mostrar a atrocidade, a destruição das bases materiais e emocionais da vida daquelas pessoas, consegue fazê-lo com uma beleza e poética, qualidade do enredo e texto ambientado, pois traz em si vários termos locais e pelo visto culturais também. Ainda traz um conteúdo absurdo em quantidade, este situado em suas entre-visões. Um filme que deve ser visto e pensado, revisto e estudado a fim de permitir sua fluidez, deixar transpassar da tela todas as suas sensíveis indicações históricas. Os detalhes são tão ricos que influenciaram na minha decisão de ler o livro. Projeto para as férias, claro.
Aos olhos desavisados, o filme traz à tela uma história de um menino que conta com a sorte de ter um senhor que fez dele quase sentido de vida, desde que lhe tirou de um campo de refugiados, quase morto, e ambos buscam sobreviver e, juntos, chegarem ao mar, sendo o principal objetivo encontrar os pais verdadeiros do menino. A criança, cuja infância se distancia da própria natureza, encontra os diários de um jovem que também sofreu a perda de seus familiares e sai na luta incansável de encontrar algo e se refugia no sentido de encontrar o filho de uma moça, Farina, que se esconde em um barco encalhado.
Kundzu escreve sua busca em cadernos. Lendo tais diários, o menino tem a possibilidade de sonhar seu próprio sonho (já que ele assume ser a criança descrita no diário) espelhado no sonho daquele que os havia escrito (que é quem morre sem conhecê-lo, mas que de qual quer forma possibilita que o menino lhe conheça e aproveite esse legado), o que mantém a chama do amanhã sempre a poucos passos para iluminar sua própria vida (nem que seja pelo farol distante ou a luz do barco nas mãos de sua mãe).
A existência de Junhito, nos traz que aquela narrativa é posterior a proclamação de independência , 25 de junho de 1975, e remete à frase de Mia Couto em seu texto promunciado em Deza Traverse, por ocasião dos 30 anos de independência de Moçambique: “Mais que um país celebrávamos um outro destino para as nossas vidas”, o que remete ao velho Tuahir que, contra os malfadados, carrega consigo o menino em busca do país que deixara de existir em meio aos conflitos.
Mostra a desolação, a fome, o perigo, o desgosto, o abandono, a doença, a desgraça, o infortúnio, mas a resistência, a insistência, a perseverança, a vontade, a esperança.O país ficou 16 anos em conflito civil, deixando tudo num vazio sem rumo, onde os saques eram a única forma de obter qualquer coisa, e instituída essa desordem, há ensejo para que tudo seja permitido, e que a culpa seja sempre dessa situação, sempre dos outros.
Descreve os ataques dos Bantos, no final da Guerra civil e pós-independência, e a sua crueldade. Há uma certa resistência daquele que mais se aproxima do pai de ser chamado de tio, ele quer o reconhecimento do menino como se fosse seu pai, o que remete a um amor à ancestralidade e aos costumes. Encontram um indígena e esse lhes chama de
“Malvados”, o que demonstra que ele entenda e os culpe pela caducidade do que entende por essencial (a crença e os costumes), já desfeitos com a guerra civil, e que ainda deseja consumar seu pensamento mágico buscando o sucesso, enterrando os dois junto à árvore da vida de seu acampamento.
Outro detalhe que percebi, encantador, é o maximbombo ter sido usado. Tal ônibus, que é cenário quase constante no filme, é ponto de partida e chegada em vários momentos, como se demarcasse o ponto de onde o futuro deveria partir, não
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