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Transposição como intermediadora entre o conhecimento

Por:   •  4/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.569 Palavras (7 Páginas)  •  117 Visualizações

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O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO_________________________________________________ 4

2 DESENVOLVIMENTO___________________________________________ 5

3 O ASTROLÁBIO, A AGULHA DE MAREAR E O DESENHO DO IMPÉRIO__ 7

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS PELA AUTORA_________________________ 8

5 CONCLUSÃO_________________________________________________ 9

6 REFERÊNCIAS________________________________________________ 10

1 INTRODUÇÃO

No período de grandes descobertas e necessidade de expandir os reinos para novos locais, acabou ocorrendo a necessidade também de criar meios que facilitem a sua chegada aos lugares, como por exemplo, para se localizar no mar aberto onde normalmente não teria um ponto de referencia, para sanar esta necessidade, criaram o astrolábio que usa as estrelas e o sol para se localizar, equipamento que originalmente era utilizado em terra, acabou sendo utilizado também no mar e deu muito certo como veremos a seguir.

2 DESENVOLVIMENTO

Com o texto de Heloisa Meireles Gesteira, trabalharemos com o assunto de EXPANSÃO MARITIMA E COLÔNIZAÇÃO, como o seguinte fragmento do texto. “Desde o início do século XV, com a chegada em Ceuta em 1415, cada vez mais a Coroa portuguesa alastrou os seus domínios tendo como veio de comunicação as rotas do Atlântico. A cada avanço, que teve como marcos decisivo para os interesses portugueses no Atlântico a passagem para a Índia, alcançada por Vasco da Gama em 1498, e o desembarque de Pedro Álvares Cabral no Novo Mundo, ampliava-se o conhecimento acumulado sobre as rotas, sobre as condições de navegação no hemisfério Sul, sobre povos que habitavam áreas até então desconhecidas e sobre novos produtos que passaram a fazer parte do comércio.” Ou seja, na tentativa de chegar até as Índias, tiveram que descobrir rotas que possam navegar com tranquilidade e sem riscos de saques por piratas ou naufrágios.

Os pilotos dos “descobrimentos” eram munidos de instrumentos, tabelas de declinação do Sol e de outras estrelas conhecidas, roteiros e informações sobre as condições de navegação. Tudo visando à condução correta das embarcações rumo ao ponto desejado, mas igualmente permitindo o mapeamento das linhas costeiras e das novas terras. Durante as viagens, novas anotações eram feitas com a finalidade de aprimorar os dados coletados pelos pilotos e homens do mar.

Os “instrumentos” que os ibéricos “souberam achar” e adaptar para a navegação no oceano Atlântico foram astrolábios, bússolas, quadrantes, balhestilhas, além de outros artefatos como compassos, transferidores e réguas, que serviam para transportar os dados coletados para a superfície do papel, permitindo o aperfeiçoamento das cartas de marear. Some-se a isso a acumulação de conhecimento sobre as correntes marítimas e sobre os sistemas de vento do Atlântico Sul, elemento de ligação entre os quatro continentes.

O documento de 1592 é claramente um reflexo das necessidades da navegação astronômica, mas também aponta para a articulação entre os interesses políticos e a importância que o controle sobre as rotas e localização de terras distantes passou a ter na geopolítica europeia: o domínio sobre as técnicas era um dos elementos-chave.

A difusão do Tratado da esfera, de Johannes de Sacrobosco, em Portugal, foi marcada pela publicação, em 1537, de uma tradução da obra feita pelo matemático e cosmógrafo Pedro Nunes, embora o texto já circulasse em forma manuscrita antes dessa data (Albuquerque, 1959; Camenietzki, 2011). Além de o Tratado ser uma espécie de livro didático para aqueles que se iniciavam na astronomia durante a época moderna, era também ponto de partida obrigatório para aqueles que aprendiam a arte de navegar, sobretudo para uso dos instrumentos, mas nesse caso os livros não se estendiam em comentários críticos sobre o tema, como era mais frequente nos livros de astronomia, inclusive entre os matemáticos da Companhia de Jesus.

Navegar é uma “arte”; em outras palavras, tudo que era realizado ou confeccionado a partir de regras estabelecidas com auxílio da ciência. Como arte, a navegação era uma das vias de aplicação prática da matemática e da astronomia. Isso acarretava uma hierarquia intelectual entre o cosmógrafo e o piloto. Não é de o nosso interesse investigar até que ponto os pilotos liam ou não essas obras, ou mesmo se eram escritas para esse público ou visavam ao reconhecimento e afirmação do cosmógrafo no âmbito da corte e entre seus pares.

A Terra e o Mar juntamente faz um globo redondo, como uma bola, que lhe chama esfera, e por ser composta destes dois elementos, terra e água, lhe chamam os matemáticos de esfera terráquea ou Globo terráqueo. ... Também posto que o mar pareça plano como hum campo raso, não há dúvida ser redondo, e o parecer plano é engano da vista. Assim como se descrever com o compasso um círculo muito grande, e depois ir apagar, deixando uma porção tamanha como a largura de meio dedo, esta porção ha de parecer linha direita, sendo que é circular, pois foi descrita com o compasso (Pimentel, 1819, p.9).

Em seguida, o cosmógrafo apresenta a definição dos círculos que compõem a esfera uma vez que esse conhecimento é necessário para a realização das observações e para fabricação e uso dos instrumentos.

A divisão era utilizada para marcar os astrolábios e quadrantes para medir a altura dos astros no mar. Aliás, eis aqui uma novidade importante na cultura dos descobrimentos: a necessidade de se localizar, de se deslocar de um ponto a outro com o mínimo de segurança e de identificar as novas terras impôs a padronização das medidas utilizadas, aspecto presente na fabricação e no desenho dos instrumentos.

3 O astrolábio, a agulha de marear e o desenho do Império.

Para o mar, melhor é dirigir-se pela altura do sol, que não por nenhuma estrela; e melhor com astrolábio, que não com quadrante nem com outro nenhum instrumento.

(Faras, 1o maio 1500).

A constatação acima faz parte da carta escrita pelo mestre João Faras,

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