A Abolição Inacabada

ABOLIÇÃO INACABADA!

Assinada pela princesa Isabel, a Lei n° 3.353, a chamada Lei Áurea, foi uma resposta à luta insistente dos movimentos populares e da resistência do povo negro escravizado. Sobretudo, ao mesmo tempo que esse povo se tornava livre, estava perdido sem ter para onde ir e sem expectativa de vida, resumindo em uma abolição abstrata.

A maioria dos escravizados passaram por essa situação a partir do dia 13 de maio de 1888. Essa data, no entanto, para a população negra, é lembrada com ações de lutas existentes até nos dias atuais – em busca de reconhecimento na sociedade contemporânea –  uma vez que, faltou ser inserido na Lei condições básicas para a inserção digna dos escravizados, posto que, muitos não tinham casa para morar, outros não tinham como suprir suas necessidades básicas, efeito da omissão governamental no país.

Sob esse viés, sem o apoio do governo e das elites, os negros ficaram sem emprego, sem moradias dignas e sem educação básica de qualidade. Desse modo, observa-se que a exclusão socioeconômica e intelectual dessa população provém do racismo presente na estrutura que sustenta a sociedade.

Outrossim, com a insatisfação do povo europeu, buscavam maneiras de acabar com o povo negro, acreditavam que o negro manchava a sociedade, portanto, o governo criou ações para erradicar os cortiços e periferias, lugares onde essa população vivia. Além disso, a criação do branqueamento possuía como ideia principal o desaparecimento dos escravizados por meio da miséria e da fome.

Por fim, é notório que ao olhar todo o contexto da abolição e dos fatos que ocorreram após o abolicionismo, a Lei se tornou insuficiente posto aos desafios apresentados pela sociedade. Nesse sentido, a busca pela emancipação dos negros no país necessita de uma mudança sociopolítica-cultural que quebre todo o racismo estrutural existente, em busca de pôr um fim no escravismo.

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