A Atividade Avaliativa
Por: manumesquita • 18/11/2020 • Trabalho acadêmico • 1.143 Palavras (5 Páginas) • 133 Visualizações
INTRODUÇÃO
A tradição de se buscar conhecimento e compreensão no ensino jurídico nas faculdades de direito no Brasil já estava ultrapassada, pois de uma certa forma, não visava uma aproximação do ensino jurídico a questões sociais da sociedade brasileira, mas apenas de formações de juristas, principalmente para preenchimentos de cargos públicos. Essa tradição de revisão e pesquisa bibliográfica ,vem ganhar reforço no artigo 207 da Carta Magna Brasileira ( CF,1988, art. 207) quando trás em seu texto a obediência, pelas universidades, na questão emparelhamento do ensino, da pesquisa e da extensão.
Também é interessante mostrar que ainda há grande distanciamento entre o investigador e o seu objeto de estudo em campo, o qual sempre tentava buscar realidades sociais baseadas apenas nas pesquisas bibliográficas acadêmicas por meios de teorias e leis, as quais não correspondiam as necessidades sociais como um todo.
Partindo desse emparelhamento do ensino, da pesquisa e da extensão, será mostrado uma breve explanação de três tipos de pesquisas importantes para se produzir conhecimento, além do bibliográfico a qual só objetiva apenas a busca de dados para as construções científicas. Essas novas modalidades de pesquisas, além das bibliográficas, vem evitar a permanência do dogmatismo tradicional e o positivismo jurídico as quais ainda estão bem enraizadas no ensino acadêmico brasileiro e para isto buscaremos para o discurso jurídico nos cursos de direito metodologias como entrevista, história de vida e a da observação do participante, a fim de se evitar que os trabalhos acadêmicos dos estudiosos do direito jurídico fiquem em descompasso com a realidade social de um povo.
Destaca-se como de fundamental importância a metodologia baseada na entrevista, pois ela é a que mais vai fazer o pesquisador interagir com a realidade social, distante externamente do ambiente acadêmico, por meio de um diálogo interrogatório mais qualitativo sobre certo tema específico, pois com essa modalidade o pesquisador irá conseguir observar diretamente o objeto real de estudo, a história de vida das pessoas no contexto a se pesquisar, como também vem participar naturalmente no ambiente real que se pretende produzir o conhecimento. Nesse sentido, Rosa e Arnold escreve:
“Analisando a “Entrevista” como uma técnica de coleta de dados, podemos afirmar que não se trata de um simples diálogo, mas sim, de uma discussão orientada para um objetivo definido, que, através de um interrogatório, leva o informante a discorrer sobre temas específicos , resultando em dados que serão utilizados na pesquisa.” ( Rosa e Arnoldi, 2014, p.18).
Além disso, Compreende-se, então, a história de vida como uma noção mais aprofundada da entrevista por meio de um diálogo impulsionado, mas não delimitado pelo pesquisador. A história oral, por sua vez, “[...] é um termo amplo que recobre uma quantidade de relatos a respeito de fatos não registrados por outro tipo de documentação, ou cuja documentação se quer completar”. Desta forma, ela pode “[...] captar a experiência efetiva dos narradores, mas destes também recolhe tradições e mitos, narrativas de ficção, crenças existentes no grupo, assim como relatos que contadores de histórias, poetas, cantadores inventam num momento dado. (Confunde-se com a entrevista semi- estruturada).
Como uma espécie do trabalho de história oral, a história de vida se aproxima da entrevista pelo fato de que ambas as técnicas se constituem por meio do diálogo entre os interlocutores. Contudo, a especificidade da história de vida é traduzida pelo seu objetivo: construção do vínculo das pessoas entrevistadas com suas memórias, permitindo a extração do conteúdo necessário para a formação das suas respectivas identidades. É como se reviver aqueles momentos, por meio dos relatos orais, permitisse alimentar o próprio imaginário com fatos que, na maior parte das vezes, encontram-se adormecidos na imensidão da mente humana. A história de vida se destina, neste sentido, ao resgate de trajetórias de vida e funciona, em muitos casos, como um verdadeiro repositório para a “[...] ‘memória’ de algo que se perderia com o desaparecimento de pessoas mais velhas[...]’’.
Na observação do participante, ou também pesquisa-ação ou de participante, mas citada também como técnicas de pesquisas distintas. Utilizada intensamente pelos pesquisadores ligados a antropologia, foi utilizada para diversos estudos, como ‘’Sociedades Primitivas’’ por exemplo. Essa técnica tem como parte principal a interatividade entre os pesquisadores e os participantes da situação. Pela observação do participante é possível a construção de um cenário rico em detalhes e para o pesquisador viver o momento em determinado período na riqueza de detalhes. A seguir, ressalta a fala de Inês de Oliveira Ramos:
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