A Bandeira Vermelha

O documentário “Bandeira Vermelha” narra a situação da Rússia no início do século XX e como o ocorrido nesse período mudaria o rumo de toda história russa. Ainda no ano de 1917, o Império Russo era governado pelo autocrata czar Nicolau II, que do seu palácio em São Petersburgo governava 174 milhões de pessoas, sendo sua maioria constituída por camponeses pobres que viviam sob o domínio dos grandes proprietários de terra, outra parcela eram os operários que trabalhavam nos ambientes insalubres das fábricas, ganhando baixos salários e enfrentando jornadas de até 14 horas ou mais por dia. O czar controlava o império por meio de um regime absolutista extremamente autoritário. O seu exército que lutava na Primeira Guerra Mundial há quase três anos, estava desmoralizado e desmotivado por conta das constantes derrotas. Com o clima de insatisfação, trabalhadores famintos entram em greve em São Petersburgo. Em fevereiro, uma primeira revolução ocorre, onde um governo provisório assumira e o czar abdica sendo preso.

A euforia tomava conta do povo russo, que festejava juntamente aos soldados cujo amotinamento ajudara a depor o czar, eles acreditavam ter finalmente alcançado a liberdade almejada e aguardavam por eleições e uma assembleia para decidir o futuro, além de profundas mudanças na estrutura política e social russa, com a adoção de um governo socialista. A nova liderança, comandada pelos mencheviques, concretizou diversas reivindicações populares, dentre elas, a adoção da jornada de oito horas de trabalho, o fim da censura à imprensa e a anistia dos presos políticos, contudo, deixou de lado duas importantes reivindicações dos trabalhadores e dos sovietes: a saída da Rússia da Primeira Guerra e a reforma agrária. Nesse contexto, Lenin, líder do pequeno partido Bolchevique, ganha apoio popular. Ele defendia a necessidade de mais mudanças revolucionárias e a adoção de seu próprio tipo de socialismo marxista, prometendo terminar a guerra, dar terras aos camponeses e poder aos trabalhadores, proclamando os slogans “Paz, pão e terra” e “Todo poder aos sovietes!”. Em outubro, na noite do dia 24 para o dia 25, os bolcheviques tomam o Palácio de Inverno e instauram a nova governança, logo após, Lenin falou aos conselhos revolucionários dos trabalhadores, revelando sua visão, onde o socialismo reinaria e dizendo ainda: “De agora em diante os oprimidos formarão o governo.”, tal mensagem enchia empolgou e encheu de esperança os primeiros partidários e todo o povo russo. Os bolcheviques deslocaram a capital até então localizada em São Petersburgo para Moscou após a revolução, tiraram a Rússia da guerra e o czar juntamente a sua família foram fuzilados. A revolução se entendeu para o resto do mundo, os ideais defendidos por Lenin de participação ativa do proletariado e o fim das desigualdades sociais agradava os trabalhadores de diversos países, o que fez eclodir naquele período diversas revoluções comunistas no território europeu, como em Berlim, Munique e Hungria, entretanto, o sucesso tinha pouca duração sendo duramente reprimidas. Os próprios bolcheviques tiveram que lutar por várias vezes contra partidários do antigo regime apoiados por governos ocidentais. Em 1921, o governo de Lenin havia vencido.

Apesar da vitória, Lenin, que agora presidia o país que se configurou como uma república e passou a se chamar República Soviética Russa, não contava com o apoio da maioria da população. O novo líder criou então uma enorme polícia secreta, responsável por matar e aterrorizar seus oponentes além de iniciar uma maciça ação publicitaria a fim de conseguir o apoio popular. Para isso, peças teatrais retratando dramas políticos eram encenadas, pôsteres difundiam as ideias centrais do comunismo provenientes do pensamento do alemão Karl Marx e adaptados pelo próprio Lenin, a ideia do proletariado no controle do governo e das fábricas era altamente difundido.

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