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A Comuna De Paris

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Por:   •  4/3/2015  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  222 Visualizações

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Governo popular apenas uma utopia?

Após a Batalha de Sedan, a França teve de pagar pesadas indenizações financeiras e territoriais à vitoriosa Prússia. A população parisiense se sentiu traída pelas classes governantes, acusando-os de quer entregar a cidade aos exércitos prussianos que a cercavam. Diante desses fatos a classe operária se manifestou tomando o poder, assim em 18 de março de 1871 é proclamado a Comuna de Paris, a primeira experiência de autogestão democrática popular.

“A comuna de Paris Os Assaltantes do céu” (Brasiliense, 1989,115 páginas) do professor Horácio Gonzáles doutorado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, aborda os acontecimentos que levaram a esse movimento em 1871.

O titulo já é um aspecto bem intrigante a ser analisado, “Assaltantes do céu”, “é uma expressão cunhada por Marx, para designar os participantes dos movimentos que contavam com muita energia revolucionária, mais com pouca propensão para análise das condições objetivas da sociedade” (Cavalheiro da História), o que sem dúvida é apropriado para designar os revolucionários da comuna já que esses mostraram espontaneidade porém falta de preparação, um plano de ação.

O autor narra os fatos em ordem cronológica, explicando primariamente os antecedentes bem como as correntes envolvidas no processo que levou à Comuna, facilitando a organização do raciocínio por parte dos próprios leitores uma vez que a compreensão se torna mais plena diante de uma sequencia lógica de fatos, e o autor consegue fazer isso de maneira apropriada.

As medidas adotadas pela Comuna de Paris tinham um nítido caráter de classe, voltadas principalmente para o proletário, sendo influenciados por aspectos das ideias marxistas; Horácio faz referencia no decorrer da narrativa, as opiniões de Marx sobre o movimento constantemente, como exemplificado no fragmento: “Contra eles é que Marx escreve em um dos manifestos da Guerra Civil: Os operários franceses devem aproveitar serena e resolutamente as oportunidades que lhes oferece a liberdade republicana para trabalhar na organização de sua própria classe (...), não devem se deixar levar pelas recordações nacionais do primeiro império” (p.27), caracterizando o diálogo entre a narrativa e as referencias da época, usadas na elaboração do livro.

No contexto, a comuna percebeu a necessidade de revolucionar a estrutura social o que provocou a ira da burguesia que, como diz Engels, sentindo-se ameaçada e acuada, reagiu, fez alianças com Bismarck, avançou covardemente e mostrou a que extremo de crueldade e vingança é capaz de chegar sempre que o proletariado se atreve a defrontar-se com ela como uma classe independente, que tem interesses e reivindicações próprias (ADUSP). Em resultado, essa primeira experiência de autogestão democrata e popular durou apenas 72 dias.

Os questionamentos retóricos, por parte do autor, se fazem frequentemente presentes no decorrer da leitura, sua forma de expressão leva o leitor a embarcar nessa linha e acompanhar os acontecimentos de uma maneira coerente, em meio à “retomada” de Paris pelo governo francês. Por exemplo, o autor questiona o afixe proclamado pelo comitê de Salut Publique endereçado ao exercito francês que dizia: “Se atirardes contra o povo, vossos filhos não vos perdoarão (...). Vocês também são

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