A Conjuração Mineira
Dissertações: A Conjuração Mineira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adic001 • 17/3/2015 • 499 Palavras (2 Páginas) • 954 Visualizações
A Conjuração Mineira
A partir de 1760, as jazidas de ouro mineiras começaram a se esgotar. Apesar disso, o governo português continuou cobrando pesados impostos e fazendo proibições, como impedir a instalação de indústrias no Brasil. Essa política opressiva empobrecia os habitantes da colônia e aumentava o medo e a insegurança em Minas Gerais. Em 1788, quando um novo governador enviado por Portugal anunciou que haveria uma derrama, ou seja, a cobrança forçada dos impostos atrasados, um clima de revolta tomou conta da população; a capitania de Minas Gerais devia a Portugal mais de cinco toneladas de ouro. Os colonos diziam que não podiam pagar porque o ouro estava se esgotando. As autoridades portuguesas afirmavam que o problema era que o ouro estava sendo desviado. Reagindo a essa situação opressiva, um grupo de homens de elite de Minas começou a se reunir em Vila Rica para planejar uma rebelião contra o domínio português. Entre os rebeldes estavam: Tomás Antônio Gonzaga, juiz de Vila Rica; Claúdio Manoel da Costa, advogado e intelectual renomado; Inácio de Alvarenga Peixoto, dono de jazidas e filho de grande fazendeiro e comerciante; padre Oliveira Rolim, chefe político do Arraial do Tijuco, atual Diamantina, agiota e negociante de diamantes; Joaquim Silvério dos Reis, contratador. Eram em sua maioria homens ricos que temiam perder tudo no dia que a derrama fosse aplicada. Entre eles estava também um homem que tinha sido dentista prático, tropeiro, garimpeiro e que, aos 30 anos, tornara-se militar: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes. Inspirados no exemplo norte-americano e no Iluminismo, os conjurados defendiam: a independência de Minas Gerais; a proclamação de uma república com capital em São João Del Rei, núcleo agropecuário que mantinha intenso comércio com outras regiões brasileiras; a criação em Vila Rica de uma universidade e uma Casa da Moeda para controlar a emissão de dinheiro na capitania. A bandeira da república mineira teria a inscrição Libertas quae será tame, que significa: “Liberdade ainda que tardia”.
Os conjurados tinham muitos planos, mas careciam de apoio popular e armas. A rebelião foi denunciada por várias pessoas e não chegou a ocorrer; um de seus delatores, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, contou o plano dos conjurados ao Visconde de Barbacena (governador) em troca do perdão de uma dívida que tinha com Portugal e foi perdoado; Silvério dos Reis morreu rico quase 30 anos depois.
De sua parte, o governador suspendeu a derrama e organizou a perseguição aos envolvidos. Tiradentes e os demais conjurados foram presos. A rainha de Portugal, D. Maria I, ordenou a abertura de dois processos, um no Rio e outro em Minas. O julgamento durou três anos; 11 conjurados foram condenados à forca. Depois as sentenças foram alteradas: somente Tiradentes foi condenado à morte. Os demais receberam a pena de degredo (exílio) nas colônias portuguesas da África. Alguns, como Tomás Antônio Gonzaga, que foi degradado para Moçambique, na África, conseguiu reconstruir sua vida e ter sucesso. Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
...