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A Conquista Espanhola

Por:   •  27/5/2016  •  Artigo  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  484 Visualizações

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A Conquista Espanhola foi iniciada em 1492 quando os espanhóis chegaram no Caribe, Haiti e em Cuba. Porém ao terem conhecimento da existência de ouro no México- Tenochtitlan (atual Cidade do México), em 1517, iniciam uma expedição liderada por Hérnan Cortés. Neste local existiam vários povos nativos que pagavam tributos (mercadorias que produziam) à Tríplice Aliança (constituida pelo México- Tenochtitlan, Texcoco e Tlacopan). Pórem o ideal almejado por esses povos era parar de pagar tributos e começar a tributar.

A relação dos espanhóis com os povos da Mesoamérica era uma via de mão dupla política. Os espanhóis viam os nativos como uma estratégia militar, uma vez que os povos "insatisfeitos" que se tornariam aliados estavam em quantidades muito superiores às tropas castelhanas e como uma estratégia religiosa, de converter esses milhares de nativos ao cristianimo; Dessa forma alcançavam mais facilmente seu objetivo: derrubar Tenochtitlan e enriquecer com o a extração de ouro da região.  Já para os nativos, os espanhóis possibilitavam a queda da Tríplice Aliança que cobrava os tributos, aumentava assim o alcance do ideal mesoamericano, e viam uma maneira diferenciada de guerrilhar (matavam todos os cidadãos incluindo crianças, mulheres e idosos).

A tomada do México- Tenochtitlan durou aproximadamente dois anos e foi dividida em 4 fases[1]:

  1. A primeira fase é caracterizada pelos contatos e alianças feitas antes da chegada dos espanhóis no México-Tenochtitlan. Neste período, a expedição de Hernán Cortés chegou em Cozumel (fevereiro de 1519) e estabeleceu contato com Campeche, Champontón, Xicalanco e Tabasco. Após 3 meses de sua chegada, os castelhanos obtém aliança com todo o Totonacapan por expulsarem os cobradores de tributos da Tríplice Aliança[2]. Pelo caminho até Tenochtitlan, formam mais aliados com vários altemepe[3], entre eles o Tlaxcala e o Chalco. Um episódio marcante desta fase é a Matança de Cholula: os castelhanos mataram civis e sacerdotes na praça do templo de Querzacoatl, localizada em Cholula (importante centro comercial e religioso).
  2. A segunda fase é caracterizada pelo "convite" feito pelos mexicas aos castelhanos. Ao chegarem no México-Tenochtitlan, são recepcionados por Moctezuma, na tentativa de estabelecer um pacto político "amistoso". Este líder teve que matar Cuauhpopoca (aliado mexica, que gerou conflitos com os castelhanos e seus nativos aliados) para promover uma aliança. Mas Cortés, o prende juntamente com os líderes Cacama e Totoquihuatzin, exigindo resgates em ouro e outras riquezas. Em abril de 1520, Cortés segue para o golfo do México afim de enfrentar Panfilio de Narváez[4], e deixa em seu lugar Pedro de Alvarado. Este, em maio de 1520, causa a conflitos com os mexicas durante a festa de Toxcatl, recebendo o nome de Matança do Templo Mayor. Os castelhanos rodeados pelos mexicas, tentam fugir em junho de 1520 levando várias riquezas, porém acabam sendo massacrados. Este acontecimento importante recebeu o nome de Noite Triste.
  3. A terceira fase é caracterizada pela recomposição das tropas e ampliação das alianças. Os sobreviventes da Noite Triste se refugiam em Tlaxcala e reafirmam a aliaça castelhana-tlaxcaltecas. Durante 8 meses, as tropas de Cortés foram recompostas, tanto por castelhanos vindos de Veracruz quanto por novas alianças feitas com altepemes, entre eles Puebla, Morelos e Toluca. Pela contato constante com os castelhanos, epidemias de varíola atacavam e matavam milhares de mexicas e nativos aliados.
  4. A quarta fase é caracterizada pelo bloqueio e tomada do México-Tenochtilan. Desde novembro de 1520, o local foi alvo de novos ataques. Os castelhanos conseguem aliar quase todos os altepeme que se localizavam ao redor do lago Texcoco, incluindo o próprio Texcoco (um dos integrantes da Tríplice Aliança), em janeiro de 1521. O México-Tenochtitlan é sitiado em agosto de 1521, tendo seu pedido de auxílio ao reino tarasco recusado. Apesar das tentativas de resistência por parte do lider Cuauhtemoc, a diferença da quantidade de seus aliados e dos aliados aos castelhanos era muito grande, causando a perda de quase 1/3 da população mexica[5].

Apesar do povos da Mesoamérica e do Império Inca serem sociedades estamentais (onde existe grande dificuldade de mudança de cargos nas relações sociais) e serem os primeiros alvos das conquistas espanholas, existiram grandes divergências na maneira como foram conquistadas. Entre elas podemos citar o tempo levado para a Conquista de Cuzco (cidade do Peru, localizada na região dos  Andes), que no caso do incas foi bem mais longa, de 1532 a 1572, e pôde ser dividida em 3 fases[6]:

  1. A primeira fase (1532 a 1536) é iniciada pela prisão de Atahualpa em Cajamarca pelo espanhól Francisco Pizarro, com a morte de milhares de incas, sendo finalizada pela rebelião do líder inca Manco Capac (este líder foi eleito pelos castelhanos, e ao perceber suas segunda inteções rebela-se, sendo assassinado enquanto Atahualpa estava preso).
  2. A segunda fase (1536 a 1555) é caracterizada pelo combate à rebelião do Manco Capac por Diego Almagro, por épocas de paz e guerra e pelo conflito civíl entre os seguidores do Almagro e os seguidores de Pizarro. Nesta fase podemos inserir as alianças dos povos vizinhos com os espanhóis, pois viam a queda do império inca como um pretexto para o aumento de autonomia e aparato estatal.
  3. A terceira fase (1555 a 1572) é caracterizada pela consolidação do poder castelhano e pelo início da exploração de prata, no qual os indígenas eram utilizados nas minas e que causou muitas rebeliões. Apesar da contínua resistência inca, Titu Cusi em 1567, tentou estabelecer um acordo de paz com os castelhanos, porém com a sua morte em 1571, seu irmão Tupac Amaru foi executado em Cuzco por sua rebelião em 1572.

Nesta Conquista, os espanhóis desejavam extrair prata da região e mais uma vez aumentar a conversão de fiéis cristãos, porém neste caso os povos da região dos Andes não desejavam se aliar ao castelhanos, uma vez que viam a guerra entre eles e os incas como uma possibilidade dominar posteriormente a situação que viviam. Podemos adicionar como uma divergência entre as conquistas, o fato de que os aliados nativos não se sentiam vitoriosos como os mexicas, uma vez que as regiões antes dominadas pelos incas sofreram caos econômico e social (causados pelo regime de trabalho e tributos intensos).

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