A DEMONIZAÇÃO DA MULHER: DAS REPRESENTAÇÕES EM DISCURSOS CATÓLICOS À ANÁLISE DAS BRUXAS NAS OBRAS DE HANS BALDÜNG GRIEN
Por: Jean Campos • 9/3/2017 • Monografia • 27.497 Palavras (110 Páginas) • 647 Visualizações
JEAN LUCAS DE CAMPOS SILVA
A DEMONIZAÇÃO DA MULHER:
DAS REPRESENTAÇÕES EM DISCURSOS CATÓLICOS À ANÁLISE DAS BRUXAS NAS OBRAS DE HANS BALDÜNG GRIEN
Taubaté – SP
2015
JEAN LUCAS DE CAMPOS SILVA
A DEMONIZAÇÃO DA MULHER:
DAS REPRESENTAÇÕES EM DISCÜRSOS CATÓLICOS À ANÁLISE DAS BRUXAS NAS OBRAS DE HANS BALDUNG GRIEN
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Sociais e Letras da Universidade de Taubaté, como trabalho de conclusão do curso de História, sob orientação da Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro.
Taubaté – SP
2015
Jean Lucas de Campos Silva
A DEMONIZAÇÃO DA MULHER:
DO PROCESSO DE REPRESENTAÇÕES E DISCURSOS CATÓLICOS À ANÁLISE PCTÓRICA DAS BRUXAS DE HANS BALDUNG GRIEN
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP
Data: ________________________________________
Resultado: _____________________________________
BANCA EXAMINADORA
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Para Pedro, Divina e Manu, alicerces da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus. Agradeço à minha família, base de todo meu caminho até aqui: meus pais Pedro e Divina e minha irmã Emanoelli. Também, agradeço à aqueles que considero parte da minha família e que tanto me auxiliaram: Neide, Sidney, Rafael e Guilherme.
Dentro da caminhada que me aventurei na Universidade conheci quem muito me ajudou para a construção deste trabalho, minha namorada e parceira de todas as horas Carla Nienkoetter e seus pais: Eliziani e José Henrique. Também dentro desta academia, tive a oportunidade de conhecer colegas e fazer amizades como os preciosos Bruno, Carlos, Daniel, e Stéfan, bem como fora da Universidade meus queridos amigos Eriseu, Lucas, Nislene, Larissa e Ismail. Na carreira que estou me iniciando, certos Professores que além de me orientarem, foram exemplo para mim e que inspiraram de certa forma na minha escolha, não apenas de profissão, mas de caminho de vida.
Professora e Orientadora Suzana Ribeiro, sua paciência e dedicação foram essenciais a este trabalho. Professora Tânia de Cássia, por ter me ensinado os valores que vão além da profissão Docente; Professor Daniel Messias dos Santos, por ter me mostrado o fascínio da disciplina de História desde o Ensino Médio; Professor Marcelo Martins, por me ensinar exemplarmente o que é ser um ótimo Professor; Professora Fátima Toledo, por ter me inspirado com sua erudição ímpar; Professora Rachel Abdala por ter me dado apoio em toda a construção desta etapa acadêmica de minha vida; Professora Silvia Liebel por ter dedicado seu tempo com orientações à distância; Professor Pedro Moura da Silva, que me ensinou a buscar estar sempre entre os melhores.
Por fim, agradeço aos integrantes do GELP encabeçados pelo Professor Luzimar Gouvêa pela correção ortográfica desta monografia, a dedicação de vocês foi muito importante nos momentos finais e decisivos da entrega deste trabalho.
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O que sabemos das Mulheres? [...] Sabia bem que não veria nada de seu rosto, de seus gestos, de sua maneira de dançar, de rir, mas esperava perceber alguns aspectos de sua conduta, o que pensavam de si próprias, do mundo e dos homens. Não entrevi mais que sombras, vacilantes, inapreensíveis. Nenhuma de suas palavras me chegou diretamente. Todos os discursos que, em seu tempo, lhes foram atribuídos, são masculinos.
(GEORGES DUBY)
RESUMO
Neste trabalho analisa-se o tema do Feminino sob o olhar da Igreja Católica em um largo período que precede o Cristianismo e alcança o século XVI. Trata-se de um exame processual, de cunho bibliográfico e análise de Imagens, que refletiu sobre como a mulher foi abstraída à submissão masculina, depois pensada como mais propícia a interagir com o diabo e, por fim, transformada em bruxa. Foram estudados os argumentos discursados pelos clérigos desde as raízes da Cristandade até o fenômeno Inquisitorial da caça às Bruxas. Temáticas como a da sexualidade, religião e imaginário coletivo foram imprescindíveis para tal reflexão. Por fim, abordamos como recorte temático, obras que ilustraram bruxas em Sabás do artista alemão Hans Baldüng Grien no século XVI, contextualizando com os símbolos na pintura e que ajudaram a estereotipar o perfil destas mulheres condenadas. Os resultados obtidos demonstraram o quanto a hostilidade à mulher estava impregnada nos discursos e representações da Igreja, mesmo naqueles que são considerados Santos atualmente, como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino ou Santo Ambrósio. Percebeu-se também que a crença em uma religião cada vez mais una na Europa, com a expansão da Instituição Cristã, desencadeou alterações no imaginário social e, consequentemente, nos seus medos e angústias. A conclusão na verdade sugere uma nova questão: visto que a representação da mulher mudou ao passar dos séculos, devido os mais variados discursos, em especial aqui, os misóginos, podemos questionar o que, atualmente, temos de resquícios desta herança de hostilidade à mulher.
Palavras chave: Bruxa; Demonização; Hans Baldüng Grien; Igreja Católica; Mulher;
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO11
- A DEMONIZAÇÃO DO FEMININO EM BRUXA COMO UM PROCESSO HISTÓRICO: DA VISÃO CATÓLICA MEDIEVAL AO SURTO DE BRUXARIA NA MODERNIDADE15
1.1 O Bem e o Mal e a questão da Culpabilidade na Idade Média: da concepção Católica sobre tais princípios ao ápice de uma batalha contra o Maligno 15
1.2 O feminino inferiorizado: uma mentalidade de pessimismo à mulher23
1.2.1 Raízes Cristãs23
1.2.2 O discurso clérigo e a Literatura25
1.2.3 A domesticidade28
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