A Educação Na Grécia Antiga
Por: AnneBc • 8/6/2016 • Projeto de pesquisa • 1.855 Palavras (8 Páginas) • 826 Visualizações
A educação na Grécia Antiga: A Ilíada de Homero
Entender a formação da Grécia Antiga, o início das civilizações da Antiguidade Clássica e a importância dos poemas homéricos como textos básicos da educação grega ?
a educação heroica.
A formação da Grécia Antiga
A Grécia distinguiu-se das outras civilizações da Antiguidade por não formar um império unificado, antes ela formava uma confederação de cidades-estados com elementos culturais comuns, mas distintas entre si.
Pode-se afirmar sem receios que as principais contribuições gregas são elementos indispensáveis ao mundo contemporâneo: a Ética, a Democracia, a Filosofia e a Pedagogia são conceitos ali surgidos que moldaram nosso mundo e constituem um referencial para as relações políticas, culturais e sociais.
A Antiguidade Clássica é assim definida porque é a base da nossa civilização ocidental. Foi na Grécia e na Roma antigas que encontramos os fundamentos da nossa cultura atual, afinal, desde a maneira pela qual organizamos a nossa vida em sociedade, como na democracia, nas nossas instituições legais e judiciárias, até a língua que falamos, os valores morais e estéticos a partir dos quais fomos educados foram gestados nessas civilizações.
A educação no mundo antigo, pré-grego e greco-romano é também uma educação por classes: diferenciada por papéis e funções sociais, por grupos sociais e pela tradição de que se nutre.
O caso Grécia é talvez o mais emblemático: a contraposição entre aristoi (excelentes) e demos (povo) é nítida e fundamental, mas também sujeita a tensões e reviravoltas. Aqui também vigora uma educação que mostra a imagem de uma sociedade nitidamente separada entre dominantes e dominados, entre grupos sociais governantes e grupos subalternos, ligados muitas vezes às etnias dominantes ou dominadas, mas que contrapõem nitidamente os modelos educativos. Já alhures da pedagogia grega, como reflexão sobre a educação distinta do ethos e também contraposta a este, com os sofistas, esse dualismo é nitidamente tematizado: a educação retórica era típica daqueles que se empenhavam no governo da pólis, que mergulhavam na vida política e queriam participar da direção da coisa pública; a educação antitécnica, que marginalizava toda forma de trabalho manual e valorizava apenas a palavra, livre e autorregulada, era distante de qualquer forma de saber utilitário (destinado a obter efeitos práticos) (Cambi, 1999, p. 51).
A Grécia Antiga: periodização
A História da Grécia Antiga compreende cinco períodos, a saber:
Período Pré-Homérico (2500-1100 a.C.)
Civilização creto-micênica, período de formação do povo grego.
A civilização micênica se desenvolveu desde o início do segundo milênio, constituída por diversos povos, sobretudo os aqueus, que se estabeleceram com um regime de comunidade primitiva. Com o tempo, formou-se uma aristocracia militar: a figura do guerreiro teve uma importância cada vez maior, e os chefes mais destacados viviam nos castelos das cidades de Tirinto e Micenas. Desta última cidade, no início do século XII a.C., partiram Agamênon e Ulisses para sitiar e conquistar Troia, no litoral da Ásia Menor. No final desse mesmo século, ocorreu a invasão dos bárbaros dórios, que mergulharam na Grécia em um período obscuro até o século IX. Muitos aqueus fugiram para a Ásia Menor, onde fundaram colônias que mais tarde prosperaram no comércio.
Período Homérico (séc. XII a VIII a.C.)
Quando ocorreram os fatos narrados nos poemas Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero, ou seja, durante a guerra de Troia (ou Ílion, como a chamavam os gregos, e a volta do herói, Odisseu (Ulisses) à ilha de Ítaca). Tratou-se de um período de transição em um mundo ainda essencialmente rural. Mas, com o enriquecimento dos senhores, surgiu a aristocracia, proprietária de terras, e desenvolveu-se o sistema escravista:
Período Arcaico (séc. VIII a VI a.C.)
O Período Arcaico trouxe grandes transformações sociais e políticas, com o advento das cidades-estados (pólis) e a caracterização de uma sociedade dividida em classes e baseada na escravidão. Nesse período, desenvolveu-se o comércio e aumentou o movimento da colonização grega. Estreitamente ligada a tais transformações, surgiu a escrita, que, por volta do século VIII, já se encontrava suficientemente desligada das preocupações religiosas, sendo utilizada para
facilitar os negócios.
Período Clássico (séc. V e IV a.C.)
Apogeu da civilização grega – papel hegemônico de Atenas.
O Período Clássico representou o apogeu da civilização grega. Na política, o auge do ideal de democracia era representado por Péricles, estratego de Atenas. Além disso, uma nunca vista explosão nas Artes, Literatura e Filosofia marcou definitivamente a herança cultural do mundo ocidental.
Do ponto de vista educativo, o Mediterrâneo antigo, e, sobretudo, a Grécia – clássica e helenística – foram os núcleos constitutivos da tradição ocidental, ou, pelo menos, de alguns dos seus elementos caracterizantes.
No centro da vida social, afirmava-se cada vez mais a instituição escola, que entre Egito e Grécia se foi articulando no seu aspecto tanto administrativo como cultural. Eram escolas ora estatais ora particulares que iam acolhendo os filhos das classes dirigentes e médias e dando-lhes uma instrução básica, que configurava, sobretudo, como cultura retórico-literária, do bem falar e do bem escrever, quer dizer, persuasiva e eficaz, além de respeitosa das regras rigidamente estabelecidas. Eram escolas que se transformaram no tempo e iam desde o tyasos (cenáculo de amigos) até o "colégio", a escola propriamente dita, sobretudo na época helenística.
Igualmente significativa foi a figura do pedagogo, já um acompanhante – na Grécia – da criança, que controlava e estimulava; figura que se transformou e se enfatizou no mundo mediterrâneo com a experiência dos "mestres de verdade" (diretores da vida espiritual e mestres de almas, verdadeiros protagonistas da formação juvenil, basta pensar em Sócrates), mas que se enriqueceu também contra a experiência dos
...