A Escola na Idade Moderna
Por: Mariana Berti • 22/5/2016 • Dissertação • 618 Palavras (3 Páginas) • 555 Visualizações
A terceira geração de Annales
A terceira geração de Annales surgiu no final da década de 60, mais precisamente em maio de 1968, mediante movimentos estudantis e outras manifestações sociais pelo mundo em favor das chamadas “minorias” (mulheres, negros e homossexuais).
Surge então uma necessidade de se repensar e de se renovar a historiografia, visto que o estruturalismo de Lévi- Strauss e o marxismo vinham sendo criticados, pois estes já não mais compreendiam a nova realidade social.
Novas mudanças surgem em Annales quando Fernand Braudel nomeia como novos diretores os historiadores Marc Ferro, Jacques Le Goff e Emmanuel Le Roy Ladurie. A começar pela VI Seção da École Pratique des Hautes Études, fundada por Febvre, que ao comendo de Jacques Le Goff passa a se chamar École des Hautes Études en Sciences Sociales, que se torna uma Universidade e passa a receber estudantes franceses e de outras nacionalidades. Bolsas de estudo são concedidas para alunos estrangeiros, ajudando assim a divulgar esse novo modelo educacional da França.
Além disso, o conhecimento histórico saiu pelas portas de Annales em direção a novos rumos. Pierre Nova, Jacques Le Goff e Jacques Revel passaram a dirigir obras Históricas em editoras francesas como Gallimard e Hachette.
Nota-se novamente o interesse da terceira geração de Annales em sair do seu habitué e assim alcançar novos horizontes e novos seguidores, algo que até então não tinha sido feito.
Em 1978, com a publicação A Nova História de Jacques Le Goff, os próprios membros de Annales passaram a usar o título de Nova História, como são conhecidos até hoje.
Apesar de manterem uma ligação com os fundadores de Annales por ainda terem como interesse de estudo a Europa Ocidental, entre a idade Média e Moderna, surge como um diferencial o retorno da história política e narrativa e consequentemente o abandono da história fragmentada que era característica de seus antecessores.
“Uma de suas formas mais visíveis foi como história das mentalidades, que terá seduzido uma geração com seus acenos de profundezas: a 'reconstituição de comportamentos, expressões e silêncios que traduzem concepções do mundo e as sensibilidades coletivas, as representações de imagens (da natureza, da vida e das relações humanas, deus) mito e valores, todos parte de uma psicologia coletiva', tal como expressa por R. Mandrou [1988]". (PORTO, 2010, p. 134).
Com isso, a interdisciplinaridade se torna o foco da Nova História, com as influências da Psicologia e também da Antropologia. As minorias que até então eram esquecidas, se tornam também objetos de estudo. Além disso, documentos, fotos, depoimentos, cartas, filmes, jornais, entre outros passam a ser fontes históricas de grande valia.
Termino meu portfólio com essa citação que resume toda a importância da Nova e também revolucionária História:
“Da minha perspectiva, a mais importante contribuição do grupo dos Annales, incluindo-se as três gerações, foi expandir o campo da história por diversas áreas. O grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e ao desenvolvimento de novos métodos para explorá-las. Estão também associadas à colaboração com outras ciências, ligadas ao estudo da humanidade, da geografia à linguística, da economia à psicologia. Essa colaboração interdisciplinar manteve-se por mais de sessenta anos, um fenômeno sem precedentes na história das ciências sociais". (BURKE, 1992)
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