A Expulsao Dos Jesuitas
Artigo: A Expulsao Dos Jesuitas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jaine123456789 • 25/3/2015 • 9.069 Palavras (37 Páginas) • 332 Visualizações
APRESENTAÇÃO
Em 2009 realizamos, no IHGB, vários cursos, seminários e encontros
sob a coordenação da professora doutora Mary Del Priore. Dois encontros
foram selecionados, pela presidência e comissão da Revista, para
serem publicados: o Seminário França- Brasil cujos textos se encontram
na revista 444, no prelo, e o Curso 1759-2009, duzentos e cinquenta anos
da expulsão dos jesuítas das Américas, realizado entre 4 e 8 de maio de
2009
Os textos dos palestrantes do Curso sobre os jesuítas formaram um
expressivo dossiê organizado pelas professoras Marcia Amantino e Eliane
Cristina Deckmann Fleck. A Direção da Revista publica integralmente
os textos recebidos, após o julgamento dos pareceristas, para evitar um
comprometimento acadêmico embora alguns tenham um número de pá-
ginas que ultrapassa normas da própria Revista. Isso significou o corte de
artigos diversos que haviam nos chegado em 2009 mas estamos confiantes
que , nesse caso, os meios justificam os fins: ter um dossiê expressivo,
fechado e de muito bom nível.
Inicialmente temos o trabalho síntese do professor Francisco José
Calazans Falcon intitulado Pombal e a Companhia de Jesus. Seguemse:
Renato Pereira Brandão estudando A Companhia, Gusmão e Pombal
do Tratado de MAdri; Maria Cristina Bohn Martins com o estudo José
Cardiel, trajetória de viagem; Maria Luisa Nabinger com Capuchinhos e
Jesuítas: emissários do poder político europeu (século XVI-XVII); Eliane
Cristina Deckman Fleck com A expulsão da Companhia de Jesus do
Brasil na visão de um escritor romântico e nacionalista do século XIX;
Beatriz Helena Domingues com Antonio Vieira entre o púlpito e a tribuna:
algumas reflexões sobre O Sermão do Bom Ladrão e o Papel Forte;
Magno Moraes Mello sobre Retórica e persuasão na arte barroca: a
pintura do teto da nave da igreja do Seminário Jesuítico em Santarém;
Marcia Amantino com A expulsão dos jesuítas da Capitania do Rio de
Janeiro e o confisco de seus bens; Luiz Fernando Medeiros Rodrigues
com A Recuperação econômica da Amazônia e a expulsão dos jesuítas
do Grão-Pará e Maranhão.
Na sessão Inéditos dentre vários artigos recebidos, lidos e aprovados
incluímos apenas dois. O trabalho de José Luis Cardoso, da Universidade
de Lisboa intitulado A Transferência da Corte para o Brasil, 200 anos
depois. Balanço Comemorativo e Historiográfico e o de Teresa Cristina
de Novaes Marques da Universidade de Brasília intitulado Famílias e
conspiradores em Pernambuco, 1817. Na sessão Comunicações apresentamos
o trabalho de Frederico Lustosa da Costa (et alii) 1808-2008 Por
uma nova história da administração pública brasileira e o trabalho de
Vasco Mariz Um grande personagem do século XVII Salvador Corrêa de
Sá e Benevides.
Miridan Britto Falci
Sócia titular – Diretora da Revista
Pós-Doutora em História – Professora Adjunto da UFRJ
R IHGB, Rio de Janeiro, a. 170 (443):11-19,abr./jun. 2009 11
Pombal e a Companhia de Jesus
I – DOSSIÊ:
1759-2009: duzentos e cinquenta anos
da expulsão dos jesuítas das Américas
POMBAL E A COMPANHIA DE JESUS
Francisco José Calazans Falcon 1
Introdução
1. Algumas considerações gerais
“Pombal e a Companhia de Jesus” é uma espécie de tema quase
obrigatório toda vez que se trata do período histórico correspondente ao
reinado de D. José I (1750-1777). No contexto deste tema, é inevitável a
referência à expulsão dos padres inacianos do espaço luso-brasileiro e de
outros países e áreas coloniais.
Perguntamo-nos, por diversas vezes, tendo em vista esta apresenta-
ção, qual poderia vir a ser a linha de exposição mais adequada. Chega-
1 – Professor doutor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Salgado
de Oliveira – UNIVERSO e professor Titular aposentado da UFF.
Resumo:
O presente texto tem como premissa maior a tese
de que a expulsão dos padres jesuítas de Portugal
e seus domínios, em 1759, deve ser entendida
menos em termos de fatores econômicos e bem
mais no âmbito das ideias e práticas associadas
ao Iluminismo ibérico. Trata-se de considerar
dois tipos de questões: a de natureza política,
isto é, o problema da ideologia e das práticas do
absolutismo ilustrado; e a de natureza cultural,
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