A Formação das Almas
Por: Tópicos de História economica • 21/8/2019 • Artigo • 1.006 Palavras (5 Páginas) • 111 Visualizações
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.
Aluno: Rafael Felipe Almeida Nascimento.
Disciplina: África I.
DH – Departamento de História.
Professor: Jorgeval Borges.
Avaliação da II unidade – África I: Axum
A civilização Axum de acordo com os registros arqueológicos se encontrava no norte da Etiópia. Desde o século I existem diversos testemunhos e documentos referentes a esta região. No século I Axum é citada no guia naval e comercial Periplus Maris Ereythraea (Periplo do Mar da Eritreia), no século II Ptolomeu faz alusão ao seu território e no século III a obra Aethiopica de Heliodoro relata a chegada de embaixadores axumitas a Méroe.
Para entendermos melhor alguns aspectos políticos e religiosos deste território é necessário abordamos aqui o mito da rainha de Sabá. Essa história possui diversas versões, uma de origem judaica, outra islâmica e por fim a versão etíope, mas todas elas contam sobre o relacionamento da rainha Sabá com o rei Salomão. Desta relação um filho é gerado, Menelik, no final do mito ele é nomeado por seu pai como rei da Etiópia. Essa história é extremamente importante para entendermos um pouco do aspecto político de Axum, uma vez que, este mito da legitimidade aos reis, além de mostrar o aspecto da hereditariedade. Do ponto de vista religioso, a mitologia nos mostra o roubo da Arca da Aliança de Jerusalém até a Etiópia, até hoje a arca é um símbolo importante da cultura etíope e algumas igrejas possuem miniaturas desta.
Inicialmente, a civilização axumita é um principado, mas logo se torna um reino ´´feudal´´. A expressão feudal é usada pelo fato de Axum se dividir em vários reinos vassálicos. O rei soberano (mais poderoso do território) deveria recolher os impostos e tributos dos reinos menores. Outro papel régio era o de garantir a hegemonia da nação sobre os outros estados da Etiópia, para isso diversas campanhas militares e alianças deviam ser feitas para adquirir a submissão dos outros territórios etíopes. Quando o reino de Axum foi consolidado, a civilização ampliou o seu território, anexando o reino de Méroe e uma parte da Arábia meridional, após essas conquistas Axum já era considerado um Império.
A circulação da moeda também é algo a ser salientado, pois, facilitava o comércio além de ser um símbolo da hegemonia da nação e do seu rei, uma vez que, as moedas cunhavam o rosto do monarca. O sistema monetário de Axum recebeu forte influência de Bizâncio. A agricultura e a criação de animais foram por muito tempo à base da economia axumita, porém, com a intensificação do comércio marítimo no mar vermelho as exportações passaram a ser uma renda essencial. O porto de Adúlis foi extremamente importante, pois servia tanto para comercializar as mercadorias produzidas em Axum como para receber produtos de outros lugares. O item mais lucrativo que Axum exportava era o marfim, sendo considerado um artigo de luxo extremamente caro era vendido principalmente para o Império Romano. O elefante foi um animal extremamente lucrativo e valorizado para essa civilização, uma vez que, da sua presa se extraia o marfim, além de ser um importante carro de guerra. Outras mercadorias eram exportadas além do marfim, sendo as principais: temperos, escravos, tecidos, óleos, vinho, objetos de metais e as cerâmicas.
A cultura axumita é extremamente interessante, uma vez que, esta é conectada diretamente aos costumes locais além de sofrer uma forte influência das sociedades greco-romanas e das comunidades sul arábicas. No artesanato os desenhos, cores e formas carregavam traços da cultura sul arábica, além disso, as técnicas agrícolas também se basearam nas comunidades do sul. A influência cultural das sociedades greco-romanas nesse território é evidente e pode ser vista principalmente nos setores sociais e econômicos, vemos alguns exemplos interessantes como: a cunhagem de moedas com o rosto do monarca, as imagens de conversão ao cristianismo e um grande número de documentos grafados em grego. A historiografia africana aponta essa diversidade cultural axumita como consequência do comércio e do contato com diversas nações diferentes no mar vermelho.
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