A Geral Anos 80

GERAL SOBRE ANOS 80

A década de 80, ocorrida entre 1980 à 1989, foi um período de tempo marcante para a história do século XX em diversos aspectos sociais, políticos, culturais, científicos e tecnológicos.

Rompendo com os costumes existentes anteriormente nos anos 70, onde desprezava-se  tudo que envolvia a burguesia, a década de 80 deu uma reviravolta e foi marcada pela ostentação, luxo, poder e desinteresse político. O aumento do consumismo foi descomunal, reforçando a desigualdade entre classes.

No contexto político, o neoliberalismo entrou em cena:  Ronald Reagan assumindo a presidência dos Estados Unidos e Margaret Thatcher, a “Dama de Ferro”, afastando o Partido Trabalhista na Grã-Bretanha. Tais acontecimentos efetivaram a volta do conservadorismo no mundo, em oposição às décadas de 60 e 70, marcada por rebeldes que rejeitaram a riqueza e o poder através da cultura hippie.

Na moda, os punks já haviam se estabelecido e o look mohicano encontrava-se em quase todas as coleções. Porém, na Inglaterra, pátria dos punks, eles perderam o lugar nas passarelas para a febre romanesca, provocada por Vivienne Westwood com sua coleção romântica de piratas. Astros da música como Boy George e Prince exibiam seus blazers de veludo e trajes de fantasia em seus shows apoteóticos.

Esse período romântico se enfatizou com o casamento da Lady Diana - coberta de um longo e fantasioso vestido de noiva - e príncipe Carlos, em 1981. Mas essa fase não durou muito. Os babyboomers dos anos 60, década de grande desenvolvimento demográfico, cresceram e apareceram, mostrando acima de tudo que queriam ganhar dinheiro, muito dinheiro e o mais rápido possível e, para isso, a palavra respeito foi abolida de suas vidas. Eles ficaram conhecidos como yuppies.

Os yuppies usavam ternos e gravatas, eram na maior parte solteiros, sem filhos, trabalhavam na Bolsa e tinham carreiras ilustres, geralmente como advogados. O yuppie masculino vestia-se com os casacos de grifes poderosas como Armani, Hugo Boss ou Ralph Laurent. A série televisiva  Miami-Vice demonstrou o estilo yuppie em seu mais elevado conceito, incluindo sol e praia, música pop, coactais, óculos Ray-Ban, roupas criadas por estilistas famosos, sexo casual, masculinidade, drogas e poder.

A yuppie feminina usava lingerie cara por baixo de roupa e imitavam os looks masculinos,  o “power dressing”  estilo criado em função do novo poder econômico que as mulheres começaram a ganhar na época, transmitindo autoridade e poder. Habitualmente ocupavam cargos elevados em grandes corporações, porém seus salários ainda eram inferiores ao dos homens. Ela também usava um casaco power  – com as famosas ombreiras – saia curta e estreita com fendas poderosas e uma blusa elegante.

A moda noturna das yuppies, em contraposição a roupa de trabalho, era glamorosa, com muito brilho, saias balão, mangas fofas e cores fortes. O estilista Christian Lacroix era o mais cobiçado. Seu estilo barroco, dava a sensação  de estar vivendo uma aventura. Claude Montana e  Pierre Cardin também eram bastante procurados.

As séries televisivas Dallas e Dinastia exemplificavam de forma estonteante a moda e o estilo de vida da década de 80.

Feminino ou Masculino? Além dos pop stars como Prince e Boy George, Michael Jackson também simbolizou a mudança da identidade masculina da época. Roupas com tecidos leves, macios, sapatos multicoloridos, roupas sexy, preocupação com o físico, maquiagem, roupas íntimas – pela primeira vez foi dada uma considerável importância à roupa de baixo masculina – tudo isso já não era exclusividade para a vaidade feminina, tudo podia ser usado pelos homens. Todo esse avanço contribuiu para a conscientização do movimento gay.

A década de 80 ficou foi a década dos estilistas. O marketing assumiu o lugar do design e fez com que o estilista alcançasse o sucesso, isso criou uma verdadeira batalha. Pois alguns estilistas não concordavam com uma moda tão sóbria e tentavam a qualquer custo romper estilos, através do inusitado.  E quem venceu a batalha foi Madonna que conseguiu adaptar seu gosto pessoal a cada marca e criou seu próprio estilo de acordo com seu estado de espírito e estilo musical – prostituta de luxo, street girl, diva  de Hollywood, mulher santa, etc.