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A Guerra Colonial

Por:   •  3/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.007 Palavras (9 Páginas)  •  170 Visualizações

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Parte I

Antes de avançar, importa mencionar que nesta primeira parte do trabalho irei começar por contextualizar, embora que de uma forma geral, a temática tão abordada no texto, escolhido por mim. Posteriormente, irei identificar os pontos mais relevantes abordados neste mesmo texto e tentar desenvolvê-los criando, assim, um pequeno resumo a partir do tema central que o texto aborda.

É então, depois de realizar a leitura do capítulo, relativo ao livro “O Adeus ao Império: 40 anos de descolonização”, “Moçambique, descolonização e transição para a independência: herança e memória” que se torna percetível qual o assunto e os seus pontos mais centrais que, a historiadora moçambicana, Amélia Neves de Souto apresenta aos leitores.

De forma a dar contexto à ideia central do texto, a descolonização de Moçambique, é necessário ter em conta que foi devido à recusa, da independência de Moçambique, por parte de Salazar, que se iniciou uma guerra colonial. Na altura Portugal vivia num período autoritário, a ditadura, a qual Salazar denominava por “Estado Novo” onde não havia liberdade de expressão e ninguém tinha o direito de se impor. A decisão de Salazar, referida anteriormente, levou à formação de um movimento defensor da independência em Moçambique: a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) com o objetivo de lutar pela independência de Moçambique do domínio colonial português. Isto levou a que ocorresse, entre 1961 a 1974, uma guerra colonial entre as Forças Armadas Portuguesas e a FRELIMO (movimento de independência de Moçambique). Pode dizer-se que só após o golpe de estado em Portugal, que colocou fim à ditadura, é que começaram a haver negociações entre o governo português e a FRELIMO levando, assim, aos poucos à tão desejada independência de Moçambique.

No que diz respeito ao texto, como já referido, entende-se que a ideia central passa pela descolonização de Moçambique ou, por outras palavras, pela independência de Moçambique.

Associado à situação de guerra originada pela descolonização de Moçambique a autora refere, também, pontos bastante relevantes, neste processo de independência, tais como: a Operação Nó Górdio; a afirmação crescente da Frelimo em locais como Tete; as soluções apresentadas pelo General Costa Gomes como forma de impedir a descolonização e as tarefas que deixou ao Comandante de Moçambique; o golpe de estado em Portugal que gerou uma maior instabilidade; a assinatura do acordo de Lusaca; o clima de insegurança que teve como consequência a saída de milhares de Portugueses de Moçambique; a independência de Moçambique. A meu ver, estes são os pontos mais importantes e marcantes abordados ao longo do texto e, por isso, irei tentar ligá-los e explicitá-los de uma forma geral.

É necessário referir que este processo de descolonização deu-se numa época deveras agitada uma vez que, o sistema colonial português era, cada vez mais, contrariado devido à política colonial prosseguida pelo regime do Estado Novo que, por sua vez, se desmoronava ao tornar-se cada vez mais difícil de a legitimar. Esta contestação foi-se difundindo e para além de surgir no seio de pessoas que sempre se tinham revelado fiéis do regime do Estado Novo, como por exemplo em setores da Igreja Católica, surgiu, também, no seio de populações descendentes de colonos.

Segundo a autora, no que toca à população africana circulavam notícias relativas ao contágio pelo “ideal subversivo” .

Entende-se, também, que devido à impossibilidade da resolução deste problema, relativo à independência da Moçambique, através da política foi necessário apresentar soluções militares. Foi então, com Operação Nó Górdio, que tinha como objetivo a ocupação e a destruição das principais bases e linhas de abastecimento dos guerrilheiros da FRELIMO em Moçambique por parte do exército português, que as coisas se começaram a complicar. Esta operação teve como consequência, o início de guerrilhas por parte da FRELIMO quando decidiram transformar a luta armada em uma luta prolongada e revolucionária que casou grandes problemas no seio do exército português.

Com o passar do tempo a FRELIMO ganhava cada vez mais força sendo que a certa altura desencadeou uma série de ações armadas. No entanto, a situação agrava-se quando é morta a esposa de um proprietário de uma empresa rural. Tal acontecimento fez com que o General Costa Gomes se deslocasse a Moçambique de maneira a arranjar soluções para evitar a tão indesejada e, ao mesmo tempo, desejada declaração da independência. Mesmo com as tentativas de encontrar soluções para o problema era necessário admitir que as tropas portuguesas não estavam à altura da FRELIMO.

Posteriormente, já em Lisboa, o General Costa Gomes apontou tarefas ao Comandante de Moçambique, tais como: contenção da revolta; redução da revolta; aniquilamento do inimigo (FRELIMO)… apresentando-se, assim, mais uma vez uma solução militar.

É, então, que a 25 de abril de 1974 se dá o golpe de estado em Portugal, um dos fatores decisivos para a independência de Moçambique em conjunto com o Acordo de Lusaca , o que vai levar a uma maior instabilidade e insegurança. Seguido a isto, dão-se conversações entre o governo português e a FRELIMO onde o movimento de libertação refere que a independência não era negociável mas sim um direito do povo moçambicano. É, portanto, com a pressão por parte da FRELIMO que o governo português começa a ceder.

Após o golpe de estado estabeleceu-se um governo provisório em Moçambique, chefiado por Soares de Melo, que vai enfrentar grandes dificuldades, tais como: o incitamento a atos de desordem social; a instauração do “terrorismo urbano” através de atentados; os conflitos raciais… e para juntar à situação, a 7 de setembro de 1974 deu-se uma revolta denominada por Movimento Moçambique Livre que faz um grande número de mortos que vai criar um clima ainda maior de insegurança.

É, também, a 7 de setembro de 1974 que se dá a assinatura do Acordo de Lusaca, entre o Governo português e a FRELIMO. É, então, com este acordo, que Portugal reconhece o direito à independência por parte do povo moçambicano e que se define a data de proclamação da independência de Moçambique para 25 de junho de 1975. Até essa data, deu-se a criação de um Governo de transição chefiado por um Alto-comissário Português e por um Primeiro-Ministro designado pela FRELIMO. A verdade é que mesmo neste período de transição, segundo a autora, ainda se vivia num clima de instabilidade e de insegurança causado pelos acontecimentos anteriores.

Durante este período importa também saber que foram

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