A Historia Moderna
Por: Isabela Bastos • 9/5/2016 • Resenha • 557 Palavras (3 Páginas) • 324 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIS HUMANAS E FILOSOFIA
COLEGIADO DE HISTÓRIA
ISABELA BASTOS ALVES
RELATÓRIO DE LEITURAS
Relatório de leituras apresentado ao prof. Rodrigo Osorio como obtenção de média parcial do semestre letivo de 2015.2
FEIRA DE SANTANA
2016
RELATÓRIO DE LEITURAS
Segundo o medievalista francês Marc Bloch: a história é a ciência dos homens no tempo. Sendo assim, é dever da história estudar o homem em seu meio diferenciando-o em distintas épocas e mostrando rupturas e linearidades.
Lucien Febvre, em seu estudo sobre o Homem do Século XVI, nos apresenta a seguinte proposição: “O homem é sempre o homem; através dos tempos, para além do tremendo abismo dos séculos, desde o início da humanidade, tal como podemos saber pelos testemunhos explícitos, nós encontramos um homem que é sempre o mesmo” e logo mais a frente, questiona a afirmação: “O homem é sempre o mesmo?”
Para afirmar sua resposta, de que o homem muda sempre e varia perpetuamente, Febvre mostra que a vida do homem do século XVI foi de natureza camponesa, móvel e diferente de nós que hoje somos essencialmente urbanos, foram nômades. Homens que viam ainda os primeiros passos da ciência e da matemática que ainda não tinha tamanha necessidade de padronização como tem na atualidade. As contribuições de Galileu para a ciência e para a cosmovisão do mundo foram muito importantes para o desenvolvimento das práticas cientificas durante a modernidade.
Os homens modernos não contabilizavam a passagem do tempo cronologicamente e também não tinham tamanha preocupação com ele chegando às vezes a se confundir entre dia e noite. Segundo Febvre a idade moderna foi um período ainda marcado por acentuados contrates na natureza (frio intenso, calor, tempestades).
Ainda no estudo de Febvre vemos que a audição possuía nesse período grande importância, devido às questões da fé, e aponta que de um lado ficava a religião, que era essencialmente o cristianismo e do outro lado a ciência. Sobre religião durante o período moderno Carlo Ginzburg através do seu estudo: Feitiçaria e piedade popular (notas sobre um processo modenense de 1519) nos apresenta que desde meados do século XIV até aproximadamente a metade do século XVII, milhares de indivíduos acusados de praticar malefícios e feitiçarias foram torturados e mortos pela Santa Inquisição e, posteriormente, por tribunais laicos, demostrando haver uma religião popular onde em alguns casos a feitiçaria era utilizada como arma de defesa, mas também de ataque nas lutas sociais, nesse sentido todos os acusados pela igreja eram sujeitos isolados socialmente. Ginzburb analisou o processo de Chiara Signorini, acusada de praticar feitiçaria junto com seu marido em 1518 onde ela afirma ter lançado um feitiço sobre sua ex patroa Margherita para que ela novamente a admitisse em sua propriedade. Ginzburg aponta dois métodos usados pelos interrogadores da inquisição: a tortura e a técnica do interrogatório vista pelo autor como sugestionadora, ou seja, que pretendia encaminhar as respostas da acusada para vias preestabelecidas fazendo com que as respostas se adequassem ao discurso teológico.
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