A Historiografia Clássica Romana

Historiografia Clássica Romana

   É curioso perceber como as duas historiografias, tanto grega como romana se encontram associadas. Podemos dizer que e devido ao fato de uma civilização ser a “continuação” da outra ou simplesmente ao fato das duas civilizações terem alcançado um êxito no estudo da história e no desenvolvimento dela como ciência de estudo da sociedade. Posso citar aqui a obra de Xenofonte que quando foi exilado se juntou a mercenários persas que eram liderados por Ciro, como ele cita depois de terem sido derrotados como se encontrava “à frente de uma horda de saqueadores em terra estrangeira e que a razão não está de seu lado e, sim dos bárbaros inválidos” (A história dos homens. p. 38), e muito curioso nas narrativas greco-romanas o etnocentrismo encontrado na literatura de seus historiadores, podemos relacionar isso ao fato das duas civilizações terem sido grandiosas ou ao fato de nós como seres humanos sempre acharmos que somos o centro do mundo. Um exemplo curioso de etnocentrismo são os maias que acreditavam que sua civilização se encontrava no umbigo do mundo.

    A obra de Xenofonte teve grande importância pra civilização romana, que usou de suas escritas para aprender o idioma grego e para entender um pouco mais da sua cultura e sua maneira de fazer política.

  Muitos historiadores romanos bebem da raiz grega, tanto que muitos deles escreveram as suas obras em grego, um exemplo seria Arriano(86-160 a.c) que chegou a trabalhar em cargos políticos no Império romano.

  A historiografia em língua latina nasceu aproximadamente no século II a.C. A historiografia latina teve um começo muito raso, por não ter a profundidade e a pratica grega, ela e muito criticada por Cicero (106-43 a.C.) que reclama sobre o baixo desenvolvimento da historiografia romana e propõe uma renovação da mesma.

Muito da historiografia latina e sobre relato de suas guerras por seus governadores, um exemplo seria o livro de Júlio Cesar (100-44 a.C.) que relata sobre a guerra das Galias, são livros muito importantes no sentido de descrever a história da guerra de Roma, porem são rasos e dissimulados quando se trata a retratar a brutalidade romana e as mentiras contadas em seus capítulos, como todo governante Júlio Cesar exagera pra mais a grandeza de Roma e de suas excursões militares e acaba por esconder as monstruosidades feitas por Roma.

 Porem com Salústio (86-35 a.C.) ocorre o que Cicero tanto queria, uma renovação na historiografia latina. Salústio e considerado o fundador da nova história romana, ele traz os velhos costumes gregos de escrita para a literatura romana para defender os seus interesses políticos e sócias.

 A historiografia latina e muito poderosa, com histórias curiosas de governantes romanos a críticas diretas a tirania romana feita por Tito Livio (59 a.C. – 17 d.C.), é muito curioso ver a influência de ambas as historiografias romana e grega na nossa historiografia atual. Como em tudo a cultura clássica se encontra no nosso modo de fazer história e de narrar histórias.