A História Diante da Memória

A história diante da memória

O autor inicia esse capítulo afirmando que a qualidade da pesquisa e do ensino não são medidas somente pelo tema, mas sim pela articulação entre problema, teoria, métodos e fontes, relacionando passado, presente e futuro. Referindo-se a defesa das políticas públicas em relação ao patrimônio histórico é proposto que seja evidenciado essas noções e que as mesmas não fiquem ligadas somente ao ato de pesquisar.

O passado nem sempre está ligado ao presente, porém o presente é que insiste em se vincular a um suposto passado passível de ser apreendido, que daria continuidades e diferenças em relação ao que se tem ou ao que se deveria ter, em conexão com o que se quer. Quando o sujeito esquece de algo em que insiste em lembrar é a reação em que a memória é vista como positiva. O esquecimento que não é percebido é o processo de mudança, a presença do presente que não depende mais do passado, que se abre a novas possibilidades. Já o esquecimento denunciado também possui suas memórias e interesses em produzir o passado. A memória, ao contrário da história, não pensa sobre si mesma de maneira sistemática, não aceita, em princípio, a memória dos outros, porque o direito a ter outras memórias já pressupõe, de alguma maneira, um exercício metódico que caracteriza a história. A memória ainda, sempre pronta para se defender de outras lembranças, faz parte da própria existência de indivíduos e grupos sociais, apresenta soluções de continuidade e rompimento, fundamentais em qualquer configuração cultural. A história não está livre dessas vinculações. A missão da história está em apresentar problemas, não só como fundamento do próprio saber, mas como princípio ético de validação do ato de conhecer.

O autor afirma então que o etnocentrismo continua a existir mesmo com todas as mudanças que ocorreram. Ele cita então a penitência mnemônica que insiste em pagar no presente dívidas passadas, como a luta de classes.

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