A História Do Acarajé No Brasil

O Tráfico Negreiro, além de trazer ao Brasil os africanos escravizados, também trouxe, indiretamente, a cultura destes povos escravizados. Dentre esses costumes, trouxeram o Acarajé (vem de Àkàrà - bola de fogo/ Je - comer). O acarajé é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô e sua esposa Iansã. Conta a lenda que Iansã foi à casa de Ifá buscar um preparado para seu marido. Ifá entregou o encantamento e recomendou que dissesse a Xangô para comê-lo e ir falar ao povo. Mas Iansã ficou desconfiada de que se tratasse de um veneno, e decidiu provar da poção, para se confirmado, pudesse poupar a vida de seu amado. Como nada lhe aconteceu, Iansã então seguiu viagem e entregou a encomenda a Xangô com as observações de Ifá. Quando Xangô começou a falar, de sua boca saíram labaredas de fogo e o povo passou a saudá-lo. Desesperada, Iansã acudiu o marido e começou a gritar. Neste momento, as labaredas também saíram da boca de Iansã, quando o povo, diante de força imbatível, começou a saudá-los: "Grande rei de Oyó, rei e pai do fogo!" E a Iansã são oferecidos tradicionalmente 9 acarajés, sendo considerado a sua comida principal. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Para as baianas, o bolinho não pode ser dissociado do candomblé. Por esse motivo, a receita não pode ser modificada e apenas filhos-de-santo podem a preparar.

Hoje no Brasil, existem muitas maneiras de comer o Acarajé no qual podemos destacar os recheios de Vatapá, Molho de camarão seco, pimenta, cebola, Caruru e Frito no azeite de dendê .

O Acarajé além de saboroso possui varias historias e contos populares. Antigos descendentes de africanos trazidos ao Brasil contavam sobre a importância da alimentação regrada no acarajé em crianças e idosos adoentados ou com anemias para uma melhora do quadro.

No dia 1 de Dezembro no ano de 2004, o oficio da Baiana do Acarajé foi oficializado como tradição cultural pelo IPHAN - Instituto do patrimônio Histórico, Artístico Nacional - sendo “ Patrimônio Nacional” a todos os Brasileiros. Quando anunciado o "tombamento do acarajé", vários mal-entendidos desvalorizaram essa histórica profissão feminina. Carolina Cantarino descreve em um artigo que, durante a cerimônia, mulheres negras de antigas e novas gerações, vestidas com roupas tradicionais, nitidamente se emocionaram de alegria com a conquista.

Bibliografia:

- Gazeta de Beirute:

• O acarajé no Brasil

http://www.gazetadebeirute.com/2012/07/o-acaraje-do-brasil-e-sua-historia.html

- IPHAN:

• Ofício das baianas de acarajé

http://portal.iphan.gov.br/montarDetalheConteudo.do?id=17750&sigla=Institucional&retorno=detalheInstitucional

• Patrimônio – Revista Eletrônica do Iphan (ISSN: 1809-3965

- No tabuleiro da Baiana tem... - Lorene dos Santos