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A História do Brasil Republicano

Por:   •  3/1/2017  •  Artigo  •  1.090 Palavras (5 Páginas)  •  290 Visualizações

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 Apresentado à

disciplina “História do Brasil Republicano”, módulo III.

Industria Cultural e Violência

Jornalismo Policial

Discente: Thiago Oliveira Costa

Docente:  Áureo Busetto

Turma: História - Noturno        

Assis

2015

Líderes de audiência e amplamente difundidos por grande parte das emissoras da TV aberta brasileira, o chamado “Jornalismo Policial” representado por programas como “Brasil Urgente” distribuído pelo Grupo Bandeirantes de comunicação, e “Cidade Alerta” da Rede Record respectivamente apresentados por José Luiz Datena e Marcelo Rezende apresentam um discurso de ódio legitimado por reportagens sensacionalistas e pela atmosfera de medo e caos social cuidadosamente arquitetados e apresentados num discurso carregado de raiva e violência. Apresentarei aqui um panorama sobre a estrutura do Jornalismo Policial e analisarei o programa Brasil Urgente de modo a pontuar os verdadeiros objetivos de um Jornalismo que culturalmente é visto por seus telespectadores como grande fonte para discussões sobre violência e formação de opinião.

O programa “Aqui Agora”, apresentado por Gil Gomes, foi um dos principais precursores do gênero. Até então, esse tipo de abordagem tinha uma participação restrita dentro de alguns programas ou jornais. Um dos elementos mais marcantes de “Aqui Agora” era a atmosfera caótica e sombria em que o telespectador era emergido quando deparava-se com o cinegrafista acompanhando a passos rápidos enquanto Gil Gomes narrava os fatos com uma entonação característica. Como herança desses programas, o Jornalismo Policial apresenta notícias corriqueiras sobre celebridades, curiosidades, porém centra-se especialmente em casos policiais, normalmente os mais grotescos e escandalosos possíveis. Esse tipo de programa, devido ao baixo custo e ao benefício de audiência que traziam espalhou-se rapidamente pela grade televisiva brasileira, ocupando um lugar relevante na cultura popular.

O conteúdo do jornalismo policial parece seguir uma fiel estrutura, o modus operanti pode ser identificado e dividido em três categorias que se repetem em todas as reportagens. A primeira, trata-se da utilização de recursos para a captação e manutenção da atenção dos telespectadores, para isso, utilizam de uma gama de ferramentas sensacionalistas magistralmente incrustadas nas estruturas das reportagens e nos discursos de eloquentes apresentadores. A segunda tem a função de dar credibilidade a seus discursos, a relação com políticos e autoridades policiais, constantemente convidados a participarem em tempo real dos programas é um forte instrumento de legitimidade desse jornalismo e tem como objetivo mostrar que tais programas trabalham tanto politicamente quanto diretamente no combate ao “monstro da violência” que é apresentado como o mal causador de todos os problemas sociais. A terceira, trata de reforçar a visão de mundo apresentada nos programas, nesse sentido, identificamos que passam a compreensão de que a realidade do país é extremamente perigosa, expondo exaustivamente a vulnerabilidade a que supostamente todos estamos expostos e que a fonte de todo esse perigo são as pessoas de mau caráter, como solução os apresentadores bradam por leis mais rigorosas e por maior atividade policial na sociedade, a real problematização da violência é totalmente deixada de lado.

O telejornal Brasil Urgente, exibido de segunda-feira a sexta-feira, no horário das 17:00 às 19:15 horas, na Rede Bandeirantes de Televisão, segundos índices do Ibope sua média gira entre 5 e 7 pontos e coloca-se entre os cinco programas de maior audiência da emissora. Apresentado por José Luiz Datena, conta com uma estrutura simples, basicamente o cenário no estúdio onde Datena comanda a apresentação de matérias em grande parte de origem policial, mas também curiosidades e notícias de grande força midiática.

O diferencial dos Jornalismo Policial está no protagonismo exercido pelo apresentador e papel que a eloquência deste tem no mecanismo sensacionalista. Datena aparece sempre em pé, veste sempre um terno escuro e uma gravata, o cabelo sempre penteado com gel para o lado, penteado que enfatiza suas expressões faciais e acentua a impressão de rigor formal. Datena normalmente fala com desprezo, raiva, com tom de voz grave e muito alto, gesticula e argumenta de forma muito grosseira e ríspida. Adiciona comentários e informações antes e depois da matéria ser apresentada julgando e criticando todos os envolvidos no caso sem nenhum pudor aparente. Hoje, é considerado uma figura pública importante no debate sobre violência, grande formador de opinião, ponto que combinado com seu discurso de ódio torna-se uma mistura socialmente perigosa. Hoje não é exagero dizer que Datena representa uma postura político-ideológica brasileira, tendo a postura imitada por grande parte de seus concorrentes.

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