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A História dos Povos Ãrabes

Por:   •  13/10/2019  •  Resenha  •  1.546 Palavras (7 Páginas)  •  217 Visualizações

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HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras,

1994.

A History of arab peoplesa ou Uma história dos povos árabes é um livro elaborado

por Albert Hourani, tendo sido a primeira edição publicada em 1994 pela editora paulista

Compahia das Letras. Em sua primeira versão, aqui resenhada, a narrativa escrita se

desenvolve por 528 páginas.

Em linhas gerais, Albert explana a respeito do contexto social e político que se

encontra o oriente médio no século VII, com a fundação de uma nova religião num meio ora

cristão, ora judeu, ora politeísta. Além de proporcionar ao leitor o entendimento de como se

deu a formação e a aceitação de Maomé como líder espiritual e as consequências do

surgimento dessa nova religião na conjuntura em que estavam estabelecidos, construindo uma

narrativa que abarca diversos aspectos da cultura e das práticas árabes.

A resenha foi elaborada a cerca dos dois primeiros capítulos do livro, capturando a

visão acurada do autor sobre as características culturais e sociais dos povos árabes, a relação

dos mesmos com a Fé, com os comércios e explanando como essas particularidades

encontravam-se na sociedade.

Hourani inicia o texto contextualizando o leitor a respeito de como se encontrava a

península arábica antes do nascimento do profeta Maomé. Exibe, por um lado, uma sociedade

recentemente cristianizada, com diferentes víeis ideológicos e doutrinários e, ainda assim,

convertida ao cristianismo. Por outro lado, expõe uma sociedade solidificada e praticante do

Zoroastrismo. O recorte temporal e temático feito tende a não expõe um fator que influencia

diretamente nos aspectos citados anteriormente, ou seja, o papel desenvolvido pela língua na

formação e fortalecimento da identidade cultural dos povos árabes. Acredita-se, que tal língua

tenha nascido nas poesias ao aderir diferentes particularidades dos inúmeros dialetos árabes e

se desenvolvera até alcançar a forma escrita.

Oriundo de uma família de comerciantes abastados da Tribo Coraixitas, Maomé

nasceu por volta do ano de 570, em Meca. Por nascer em uma cidade voltada para a

peregrinação e, também por ser comerciante, o profeta Maomé pôde partilhar de diferentes

culturas e conhecimentos nas inúmeras localidades em que se fez presente, a esses dois

fatores se atribui a consolidação da sua figura. Em suas viagens de negócio, até então

desconhecido, Maomé concentrou-se em adquirir conhecimentos a respeito das duas

principais religiões que cercavam a península arábica, o judaísmo e o cristianismo que,

posteriormente, resultaria na formação da religião islâmica sendo, grosso modo, definida

como uma fusão entre os dois campos espirituais citados anteriormente.

Segundo o autor, acredita-se que por volta dos quarentas anos, enquanto vagava entre

rochedos, Maomé tenha conversado com um ser de face espiritual que o teria requisitado para

levar a mensagem divina (p. 33). Após aceitar a convocação, o comerciante passou então a

disseminar a mensagem entre seus poucos seguidores, com discursos semelhantes aos ideais

cristãos, só que nesse momento apresentara outro Deus, denominado Alá. Seu grupo de

seguidores cresceu gradualmente, agregando pessoas do seu clã, de famílias com diferentes

níveis de influência. No entanto, sua influência não foi capaz de impedir o conflito com as

principais famílias do seu clã, por sua figura intimidar o modo de vida da cidade em que

nascera e ameaçar a alianças estabelecidas pelos comerciantes e líderes das tribos.

De caráter judaico-cristão, a mensagem difundida por Maomé reprovava

veementemente a práticas politeístas desenvolvidas pela população de Meca, o que ocasionou

a fuga do profeta para Yathrib, que posteriormente recebera o nome de Medina, ou seja, a

cidade do profeta. Esse evento representa o marco inicial ao calendário Mulçumano. Em

Medina, Maomé encontrou uma comunidade aberta aos ensinamentos do Islã, e assim,

formou seu primeiro grupo sólido de fieis. Sua trajetória fora marcada por inúmeros embates,

principalmente para estabelecer sua fé em uma cidade politeísta, que dependia em grande

parte, da peregrinação anual, ocasionando conflitos com líderes comerciais a respeito das

rotas mercantis da cidade de Meca.

É importante ressaltar que Maomé não era unicamente uma figura religiosa. Após a

consolidação do Islã, as lutas travadas contra líderes do seu clã e algumas outras questões, foi

atribuído a ele uma importante personificação política. Através de ações voltadas a

estabelecer a paz entre os povos, o profeta estabeleceu alianças e foi aceito por grande parte

da extensão territorial árabe. Essa visão foi reforçada através do livro em que se encontram os

preceitos do islamismo. O Corão tonifica o discurso de paz

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