A Internacio alização da Guerra Angolana
Por: Edmilson16 • 23/9/2018 • Monografia • 2.329 Palavras (10 Páginas) • 196 Visualizações
Os Acordos de Alvor:
Esta cimeira viria a decorrer no Alvor (Algarve), entre os dias 10 e 15 de Janeiro de 1975, reunindo as quatros delegações, a portuguesa e a dos três movimentos. O acordo de Janeiro de 1975 previa dentre muitas tarefas:
a) Realização das eleições em Angola, em Outubro e a independência a 11 de Novembro de 1975;
b) Definia-se que FNLA, o MPLA e a UNITA, seriam as únicas organizações políticas; nomeava-se um Alto-comissário para arbitrar o processo, formava-se um colégio presidencial com um primeiro ministro de cada movimento.
c) A fusão de 8.000 guerrilheiros de cada movimento com 24.000 soldados portugueses;
-As forças integradas teriam um comando onda cada parte estava representado. Este seria, o embrião das futuras forcas armadas de Angola,
- A polícia dependia directamente o Alto-comissário e tomou a designação de Corpo de Polícia de Angola (CPA) com um comando igualmente coligado.
d) As tropas portuguesas retirar-se-iam entre 01 de Outubro de 1975 a 29 de Fevereiro de 1976;
A Formação do Governo de Transição
O presidente da república portuguesa nomeio, o Brigadeiro Silva Cardoso, tendo a posse sido conferido, em Lisboa, em 28 de Janeiro de 1975. Em 31 de Janeiro, em Luanda, O Alto-Comissário dava posse ao governo de transição, composto por representante dos três Movimentos de Libertação Nacional e do Governo português, com a significativa presença de delegados da ONU e da OUA.
Alguns Aspectos que Contribuíram para o Fracasso do Governo de Transição
Alguns colonialistas refugiados que se refugiaram em 1974, na África do Sul, Rodésia e Zaire, regressaram a Angola e todos se apresentaram como militares da UPA;
- Alguns carrascos da PIDE/DGS, apresentaram-se nas fileiras de Holden Roberto como comandantes militar;
- Angola foi sempre considerado um caso especial pela coroa portuguesa (jóia da Coroa do Império Porquês), permanecendo sobre ela algumas ambiguidades, que alimentavam desconfianças e retardar o início do processo negocial;
- Existência de três movimentos de libertação conduzindo lutas autónomas contra o governo português, dificultou todo o processo de negociações para um cessar-fogo;
- Tentativas golpistas da minoria branca, que agudizaram tensões e contribuíram para o alastramento de um clima de violência;
- Intervenções estrangeira armada em apoio de cada um dos movimentos, agravando e internacionalizando o conflito.
A Suspensão do Acordo de Alvor e a Eclosão de Conflitos
Todavia, este caudal de esperanças depressa se esfumou. O movimento de libertação tinha-se lançado, todos eles, numa ampla acção de recrutamento dos militares angolanos acabando de licenciar do Exercito Português e dos elementos dos vários tipos de forças auxiliares que estavam em via de ser dispensa:
- O MPLA lança a chamada Batalha de Luanda, com o objectivo de expulsar da capital as forças da FNLA e UNITA;
- - A FNLA com unidades de tipo convencional incluindo forças regulares do exército zairense, expulsou o MPLA e UNITA do norte e no fim de Junho de 1975, ocupava Caxito.
- -A Unita por sua vez, fixou-se e dominou o planalto central expulsando as forças do MPLA e da FNLA do Huambo e Bié.
Análise a Cronologia dos Seguintes Acontecimentos
- Maio de 1974, mais de uma centena de conselheiros chineses reforça a FNLA no Zaire;
- 7 de Julho de 1974, A CIA começou a financiar secretamente as operações da FNLA;
- Outubro de 1974, A África do Sul forneceu o primeiro auxílio militar à UNITA;
- Dezembro de 1974, URSS aumenta o fornecimento ao MPLA
- 3 de Agosto de 1975, os lideres da UNITA e FNLA, são informados pela CIA das suas operações em Angola
- 11 de Setembro de 1975, Unidades sul-africanas aerotransportadas, instalaram-se em Silva Porto, em apoio ao Unita,
- 05 de Outubro de 1975, as primeiras unidades cubanas desembarcam em Porto Amboim em apoio do MPLA;
- 14 de Outubro de 1975, novos contingentes de tropas sul-africanas reforçam a UNITA;
- 23 de Outubro de 1975, com apoio logístico da URSS Cuba desencadeou a operação Carlota, desembarcando três mil militares e material de guerra em Luanda;
Proclamação da Independência Nacional de Angola
- 8 de Novembro de 1975, tropas sul-africanas e da UNITA foram detidas nas margens do rio Quéve, 250 km de Luanda, e as tropas do Zaire foram destroçadas 20 km da Capital.
- Na véspera do 11 de Novembro de 1975, a preocupação do conjunto de forças em oposição, o MPLA e cubanos com suporte com da URSS, de um lado; FNLA e UNITA, comandos especiais zairenses, África do Sul, apoiados pelos EUA, de outro lado – eram claras, o controlo da cidade de Luanda, a capital de Angola.
- Foi dentre deste panorama político-militar conturbado que o Dr. António Agostinho Neto, presidente do MPLA proclamou em Luanda, a 11 de Novembro de 1975, a República de Angola, Savimbi e Holden Roberto proclamaram no Huambo, ocupando pelos sul-africanos, a efémera República Democrática de Angola.
Unita e Savimbi, teriam decidido em 8 de Fevereiro de 1976, abandonar as cidades e iniciar a Longa Marcha, que teria terminado em 1979 com a fundação da Jamba, a capital política, democrática e militar, em plena mata do extremo sul de Angola;
FNLA e Holden, desapareceram na regularização das relações diplomáticas entre Angola e Zaire ao 30 de Junho de 1978, facto que teve como consequência, o desarmamento e desmembramento da FNLA no Zaire e FNLC em Angola, respectivamente.
A Guerra depois da Independência de Angola
Como o EUA, estavam impedidos de continuar a intervir militar mente na RPA, delegam a tarefa a África do Sul com a finalidade de arruinar e debilitar o estado angolano, defendendo que a segurança da região estava a ser ameaçada pelo expansionismo Sovietico-cubano. Para tal, foi traçado um projecto confidencial pelos EUA chamado Estratégia Total (1977-1981):
1-Desestabilizar estados tidos como radicais da região (Angola e Moçambique)
2- Obter legitimidade internacional para a UNITA e a RENAMO;
3- Forçar os estados da região a juntar-se numa confederação regional controlada por África do Sul;
4- Eliminar a SWAPO e ANC, que mantinha as suas bases em Angola e Moçambique, respectivamente.
Os efeitos da desestabilização em Angola
Entre 1981 a 1988, morreram cerca de 60.000 combatentes e 435000 civis;
- 1988, 40.000 angolanos haviam perdido um ou mais membros devido aos efeitos de minas anti-pessoais (planalto central, Moxico, e norte da Huíla).
...