A LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
Por: wesley_al • 26/1/2022 • Projeto de pesquisa • 2.757 Palavras (12 Páginas) • 128 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS DO SERTÃO
LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
CULINÁRIA AFRO-BRASILEIRA: AS IGUARIAS AFRICANAS QUE SE TORNARAM TÍPICAS NO PALADAR BRASILEIRO (1550 -1850).
A chegada do cardápio africano e a modificação na mesa do brasileiro.
Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação na disciplina de História da África, semestre 2021.1 ministrada pelo Professor Doutor Gustavo Gomes, no curso de graduação em História, Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas/Campus do Sertão. Equipe: Emanuel Ribeiro de Sá, Jose Eugênio de Sá da Silva, Jaelson Florêncio dos Santos, Luiz Henrique de Souza Feitoza, Marcos Serafim Barbosa, Wesley Daniel de Menezes.
Janeiro 2022
APRESENTAÇÃO DO TEMA
O presente trabalho busca analisar o contexto culinário afro-brasileiro, destacando sua chegada ao Brasil, como também suas modificações no decorrer do tempo. Vale salientar que tais iguarias, mesmo sofrendo pequenas alterações de região para região, converteram o nosso cardápio, e aglutinaram aos nossos paladares variáveis gostos, tornando a nossa culinária na tão apreciada afro-brasileira. Neste caso, nossa busca através do histórico dessas delícias terá como marco, o continente africano e sul-americano, enfatizando em ocasião o Brasil, que diga-se de passagem, foi o último país da América do Sul a extinguir a escravidão. Mediante a isso, destacamos um período de três séculos de prática escravocrata, iniciando logo após o período pré-colonial e tendo o seu “encerramento oficial” em 1888. Porém, no decorrer destes três séculos, ocorreram várias mudanças na forma de manter a escravidão no Brasil.
Os inúmeros cardápios existentes em nosso país, fazem do Brasil uma nação rica no que se refere à culinária, sendo um dos fatores determinantes para essa conjuntura. O fato de sermos um país continental e ao mesmo tempo miscigenado, tendo em vista que desde sua formação essa terra foi um local em que vários povos de nacionalidades diferentes vieram e se instalaram. Por meio desse panorama, vale destacar a chegada dos povos europeus, e posteriormente, os povos escravizados oriundos do continente africano que trouxeram com eles, além das manifestações culturais e religiosas, também suas tradições culinárias.
A busca por recursos alimentares esteve na origem, por exemplo, do processo de expansão ultramarina do século XV. A descoberta e colonização da América e de outras regiões do mundo se deram a partir da procura pelo caminho das Índias, fonte das valorizadas especiarias – que nada mais são do que os temperos que hoje utilizamos no dia a dia, como noz moscada, pimenta do reino, cravo da índia, etc. (ERNANDES, 2013).
Esses costumes sofreram algumas modificações com o passar do tempo, em solo brasileiro e dentro desse universo culinário, destacamos três iguarias preparadas pelos povos escravizados que com o passar do tempo foram acolhidas por aqui, como por exemplo, o acarajé que na língua Iorubá significa akará – bola de fogo, e com o tempo passou a ser oferenda a orixá Iansã sendo posteriormente consumido socialmente pela população. O mungunzá também de origem africana quimbundo mu´kunza, que significa, milho cozido, também adaptado e muito apreciado no Brasil. No caso da feijoada essa é uma iguaria que foi criada aqui no Brasil por escravizados africanos que aproveitavam as sobras das comidas que iam preparar para os senhores e transformavam em alimentações para eles. Essas comidas modificaram o cardápio e o paladar não só dos brasileiros, mas também de parte do mundo, tornando assim a nossa culinária afro-brasileira.
JUSTIFICATIVA
A escolha do tema central em torno da culinária afro-brasileira e como as iguarias africanas chegaram ao Brasil é bastante pertinente, pois busca discutir como foi disseminado os alimentos e como tal culinária foi importante para construção na cultura alimentícia brasileira. O interesse foi gerado a partir das observações empíricas no cotidiano popular, sobretudo nas escolas que pouco se sabe sobre as comidas que, hoje típicas no país, têm sua origem na África. No recorte temporal buscamos destacar os anos entre 1550 a 1850, período em que vigorou o tráfico negreiro. Pouco depois da chegada dos primeiros negros africanos escravizados que trouxeram em sua bagagem receitas que mais tarde daria o sabor e seria destaque na culinária brasileira, assim como nos limitamos até pouco antes da abolição da escravatura, como aponta Marly Ângela que destaca esse período e complementa: “[...] dentre as diversas contribuições e conhecimento que estes povos nos legaram, estão os sabores e a arte da boa comida.” (Ângela, 2013, p.8).
Vale considerar que a Base Nacional Comum Curricular - BNCC mesmo com suas reformulações, implicações e limitações de questões conteudistas, destaca que: “um dos importantes objetivos de História no ensino fundamental é estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar nos quais vivem” (BRASIL, 2018, p. 398). Ainda assim, há um silenciamento que distancia o aprendizado no tocante as minorias, como no caso dos povos negros/pretos, povos originários, mulheres e ribeirinhos. Para dar visibilidade a uma cultura tão forte no dia a dia em nossas vidas e que passa frequentemente despercebido quem trouxe e como foi sua chegada. Com esse intuito daremos início ao projeto que fará uma contextualização, discussão e prática dos pratos africanos que hoje recheiam as mesas das brasileiras e brasileiros e, esperando que ao final do projeto as alunas e os alunos consigam captar, valorizar, compreender e aprender o grau de relevância, a quantidade e qualidade da culinária trazida pelos povos africanos.
OBJETIVOS DO PROJETO PEDAGÓGICO
Objetivo geral docente:
Contextualizar acerca das iguarias dentro da perspectiva das comidas afro brasileiras, assim como colocar em prática em sala de aula.
Objetivo geral discente:
Observar as heranças da culinária africana em nosso país;
Conhecer a culinária típica africana;
Produzir e experimentar pratos típicos afro-brasileiros.
METODOLOGIA
A forma metodológica que aplicar-se-á para o desenvolvimento do projeto ficará por parte da metodologia ativa com a Sala de Aula Invertida que busca transferir a maneira de como se pratica a aula, com os alunos tomando posse do conteúdo antes de agirem em sala e o professor antecipadamente passando a forma de pesquisa, vídeos e mais orientações para quando chegarem na aula o docente ser apenas mediador das discussões e revisões. Conforme abordam Lyslley Ferreira e Thaís Cristina: “[...] diversas estratégias didáticas devem ser utilizadas pelo professor a fim de fomentar e estimular a curiosidade em seus alunos, sendo uma das possibilidades a Sala de Aula Invertida.” (FERREIRA e CRISTINA, 2018, p.102). Será uma das metodologias usadas para melhor desenvolvimento do projeto.
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