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A Missão Militar Francesa no Brasil

Por:   •  4/4/2020  •  Artigo  •  4.776 Palavras (20 Páginas)  •  219 Visualizações

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EXÉRCITO BRASILEIRO

23º BATALHÃO LOGÍSTICO DE SELVA

NÚCLEO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA

PROJETO INTERDISCIPLINAR

CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL

MARABÁ – PA

2019

DIEGO DE CASTRO FREIRE

HÍTALO PEREIRA DE MIRANDA

CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL

MARABÁ – PA

2019

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência da Missão Militar Francesa (1920-1940) na evolução do Exército Brasileiro, no que tange à doutrina militar e a doutrina de guerra, bem como identificar os acontecimentos históricos que promoveram essa evolução. Nesse sentido, é valido ressaltar a importância da doutrina francesa para o aperfeiçoamento do Exército da época, que se encontrava entre crises internas, devido aos baixos soldos, a ausência de militares qualificados e a falta de material bélico moderno. Nesse contexto, através de pesquisas e estudos, o artigo segue abordando de forma cronológica os fatos históricos que sucederam a Missão Militar Francesa, ressaltando os fatores que levaram a escolha da França como adjuvante do processo evolutivo das Forças Armadas, principalmente, no âmbito do Exército.

Dessa forma, o vigente trabalho realiza a relação entre a missão supracitada com a criação do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e, consequentemente, com o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), especificamente referindo-se ao NPOR do 23º Batalhão Logístico de Selva e da turma do Centenário da Missão Militar Francesa no Brasil, do ano de 2019.

Palavras-chave: Missão Militar Francesa. Exército Brasileiro. Doutrina Francesa. Evolução.

INTRODUÇÃO

O Exército, como toda Força Armada, foi criado e evolui com o mecanismo da política de defesa nacional, como forma de garantir a supremacia da nação. A história mostra os empecilhos enfrentados pelo Exército Brasileiro, que por força de sua finalidade, necessitou por obrigação se adaptar às circunstâncias e, da melhor forma possível, cumprir sua missão.

        Além disso, desde de sua remota existência, o Exército foi usado como instrumento para alcançar a independência, assim, lhe foi encarregado o papel de consolidar e defender o Império, sob o símbolo do pendão auriverde. É inevitável pensar que inicialmente fosse influenciado pelas práticas e costumes do Exército Português, no qual teve origem.

        Porém, por ser uma força criada tão precocemente, pouco se conhecia sobre as doutrinas militares, como também sobre a arte da guerra, fato que ficou evidente ao longo do tempo, em decorrência de diversos momentos históricos, como a Revolução Federalista (1893-1895), a Revolta da Armada (1893-1894) e a Guerra de Canudos (1896-1897), os quais o Exército foi incapaz de cumprir seu papel constitucional.

        Nesse aspecto, o Exército Brasileiro (EB) no período de 1880 a 1900, passava por uma série de fatores, que por fim influenciavam diretamente na incapacidade da força.

        Assim, é valido ressaltar alguns como o despreparo profissional e a carência de uma doutrina moderna voltada as ciências bélicas.

        A fim de sanar essa lacuna existente, o governo brasileiro resolveu contratar mestres estrangeiros, com o intuito de apressar o processo evolutivo da força e de atualizar os ensinamentos aprendidos com as diversas batalhas e revoltas.

        Dessa forma, este trabalho tem como propósito tratar dessa evolução e de suas decorrências, principalmente, enfatizando os aspectos doutrinários, que foram adquiridos durante esse período. Para isso, é necessário o conhecimento a respeito das características de uma Missão Militar, que entre muitas, tem por finalidade instruir.

        A Missão Militar de Instrução, é de maneira geral, o meio oficial de transmissão de conhecimentos, que busca repassar a um determinado país os ensinamentos das diversas áreas militares, como a respeito da elaboração de táticas terrestres, organização, planejamento e direção da força.

        Nesse sentido, a França foi contratada com o intuito de aprimorar as doutrinas utilizadas pelo EB, e como fruto da influência francesa, surgiu o Centro de Preparação de Oficias da Reserva (CPOR), que tem como objetivo formar oficiais temporários, de maneira rápida e eficaz, que no futuro passarão a incorporar o quadro da reserva, solucionando a carência de efetivo nas OM, a curto prazo.

        Dessa forma, ao longo do tempo, houve uma maior a necessidade desses centros de ensino, surgindo assim, os Núcleos de Preparação de Oficias da Reserva (NPOR), que tem o mesmo propósito, porém, de forma específica, uma vez que os CPOR são instituições mais completas, com todas as armas, quadros e serviços, possuindo de maneira geral, uma estrutura voltada apenas para a formação de seus alunos. Os NPOR em contra partida, são núcleos que funcionam dentro de uma OM, sendo diretamente subordinados a um CPOR de vinculação, seguindo as diretrizes da Diretoria de Ensino e Cultura do Exército (DECEx), logo, possuem pouca participação nas atividades cotidianas da OM.

        Contudo, proporcionam uma grande vantagem ao EB, pois não necessitam de muito investimento e infraestrutura, já que utilizam instalações da Unidade, e outra característica essencial, é que beneficiam as comunidades adjacentes da região, promovendo o aumento da economia local.

        Dessa forma, as turmas do CPOR e do NPOR do ano de 2019 foram congraçadas com o nome de “Turma Centenário da Missão Militar Francesa no Brasil”, isso devido a serem formadas exatamente no ano em que se comemora 100 anos desde a vinda da Missão Militar Francesa de Instrução para o Brasil, fato de suma importância para o EB, que propaga esse momento histórico de renovação, através dos futuros oficias que passarão a levar consigo o espírito e o nome da missão adiante.

DESENVOLVIMENTO

A motivação inicial para contratação de uma missão estrangeira possuía duas vertentes, uma favorável à missão de origem germânica e a outra à missão de origem francesa.

A corrente pró-Alemanha era favorecida por alguns aspectos, entre eles estão os oficiais distinguidos com a tarefa de estagiar no Exército germânico, que foram a Europa aperfeiçoar seus conhecimentos profissionais e estudar a estrutura militar alemã, em decorrência disso, foi possível realizar traduções dos Regulamentos de Ginástica, Tiro e Serviço em Campanha. Além disso, como forma de evidenciar a influência do pensamento militar alemão naquela época, é válido citar os tópicos divulgados pela “Revista Militar” referentes aos Exércitos alemão e francês, entre 1889 a 1908, foram anotados 107 tópicos favoráveis a tropa germânica e somente 47 relativos à francesa, menos da metade, portanto, os benefícios em contratar os serviços alemães até então eram maiores, em comparação aos franceses.

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