A Resenha Mitologia
Por: Tiago Zircon • 10/1/2022 • Resenha • 1.777 Palavras (8 Páginas) • 129 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDRERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA
FACULDADE DE HISTÓRIA
TURMA: HISTÓRIA 2012 / INTENSIVO
DISCIPLINA:HISTÓRIA ANTIGA II
DOCENTE: PROF.ª ROBERTA ALEXANDRINA
A IMPORTANCIA DA MITOLOGIA
FRANCISCO JOSE DE MOURA JUNIOR
CAPANEMA
2014
FRANCISCO JOSE DE MOURA JUNIOR Nº 12724000811
Trabalho apresentado à disciplina de História Antiga II, do Curso de História, do Campus de Capanema, da Universidade Federal do Pará, como um dos requisitos avaliativos. Sob a supervisão do Profª. Roberta Alexandrina.
CAPANEMA
2014
O mito é um tema bastante debatido quando se fala de Grécia antiga, entretanto o mesmo não estar restrito apenas a essa época ou a esse território. Numa linguagem bem simplificada o mito seria a tentativa de explicar as origens, o surgimento de algo, uma explicação sobre os tempos imemoriáveis. O autor, Janito Brandão, em sua obra Mitologia Volume I, vem debater assuntos como a importância do mito, as suas transformações e entre outros tópicos, que serão trabalhados nesses oito capítulos que serão analisados nessa resenha.
A principal característica das explicações míticas é o processo pelo qual ocorre a transmissão dos fatos, sendo estes pela oralidade, o que lhe confere uma grande complexidade devido às muitas variações. A poesia da época assim como toda a sociedade estar inundada pelo mesmo, sendo que a primeira desempenha grande papel na divulgação dele. Com o advento da poesia escrita, o corre a primeira transformação nas narrações mitológicas, pois a variante apresentada por um grande poeta vai tornando se canônica, como é muito bem apresentado pelo autor. Esse processo estatiza a narrativa e faz com que o caráter da oralidade perca um pouco de importância. Ao longo tempo o caráter mitológico vai passando por outras alterações, mas deve se ressaltar que ele sempre se manteve vivo. Pode se perceber esse caráter no cristianismo, que absorveu grande parte desse simbolismo convertendo-os a moral cristã. Esse aspecto fica evidente na seguinte passagem do capitulo I: “...Cristianizando a antiga herança religiosa europeia, ele não apenas a purificou, mas ainda fez ascender a uma nova etapa religiosa da humanidade tudo quanto merecia ser “salvo” entre as velhas praticas, crenças e esperanças do homem pré-cristão.[1]” Essa passagem do historiador e mitólogo Mircea Eliade demonstra bem o processo complexo da mutabilidade do caráter mítico, pode se dizer que ele se altera de acordo com as exigências da sociedade.
Com o surgimento do racionalismo, tem se inicio ao processo de criticas dessas ditas explicações das origens e do seu caráter fantástico. O pensamento racional que surgi basicamente com os jônicos, vai ganhando força com o passar do tempo, sendo que os sofistas tentam “varrer o mito da mente de seus jovens discípulo[2]s”, uma clara tentativa de acabar com os mesmo, que também era compartilhada por outros pensadores racionalistas. O fracasso na tentativa de combater o mito, se deu, pois esse pensamento estava restrito apenas a uma pequena parte intelectual da sociedade, sendo que o restante estava embebida por todo o processo místico, como nos demostra no capitulo um do seu livro o autor, Junito Brandão: “... a massa iletrada, tradicionalista por vocação e indiferente a controvérsias sutis, a alegorismos e evemerismos, agarrava se cada vez mais a tradição religiosa.[3]” por essa pequena passagem é possível perceber o tanto que o sentimento místico estava arraigado dentro da mente das populações na antiguidade grega e que por isso se manteve ativo apesar das varias contestações, sendo apenas modificado, mas nunca deixando de existir e que ainda se perpetua na atual sociedade.
O mito tem como característica estar no inconsciente coletivo, encontrando a sua base nos arquétipos, que são um modelo primitivo de ideias que os formaram de inicio e que remontam uma idade impossível se determinar, o mesmo se mantem vivo graças a um processo que lhe garante estar sendo sempre rememorado, buscando a origem, o inicio de algo. Nisso o rito possui um caráter fundamental, pois é através dele que ocorre a reafirmação de todo o misticismo encontrado em qualquer sociedade. No capitulo dois vemos como essa ideia foi expressa: “o rito possui, no dizer de Georges Gusdorf, o poder de suscitar ou, ao menos, de reafirma o mito[4]”. Nesse aspecto se ver como o rito foi, e é de fundamental importância para a manutenção do caráter mítico. Um exemplo disso pode ser visto no cristianismo católico, no qual um de seus ritos rememora o sacrifício de Cristo, de maneira a reavivar a fé nos praticantes da religião através de uma volta as origens.
No que se refere à discursão elaborada pelo autor referente à Grécia antes da Grécia, ver se como ocorreu o processo de formação da mesma, a qual no decorrer do tempo foi habitada por alguns povos ate a chegada dos povos indo-europeus, neste ponto pode se analisar que ouve alguma for ma de sincretismo devido ao contato de tantos povos entre si e as suas múltiplas forma de pensar, miticamente e em outros aspectos culturais. Como exemplo desses povos que entraram em contato, pode se citar o Anatólio e alguns povos indo-europeus, que tinham alguns aspectos semelhantes, devido em algum momento terem sidos unidos, mesmo que de forma mal alicerçada, como fala Janito Brandão no capitulo três de sua obra: “talvez tenha existido, isto sim, uma certa unidade linguística e uma unidade religiosa[5]...” Sendo que tanto os indo-europeus ajudaram no processo de formação da Grécia e da sua complexa mitologia.
Antes da chegada dos povos indo-europeus a Grécia, a mesma era habitada pelos Anatólios, que com a chegada da primeira leva indo-europeia, para ser mais especifico os jônios, os quais dominaram região e subjugaram o seu povo. Na cultura dos anatolios, se ver um papel destacado do gênero feminino, pelo menos no que se refere ao caráter religioso, pois o seu principal deus cultuado era a grande mãe terra assim como os cultos eram presididos por sacerdotisas. Já os que os dominaram tinha sua religiosidade fortemente masculinizada, assim como os demais povos que compartilhavam a mesma origem. Mesmo dominados na Grécia, a cultura anatoliana sobreviveu na ilha de Creta. Nesse momento ser ver um dos primeiros embates que ajudarão a forma à mentalidade grega.
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