A Revolta das Vacinas
Por: ArthurFAvila • 22/8/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 904 Palavras (4 Páginas) • 130 Visualizações
As vacinas e os sanitaristas
Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo. Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente. Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública.Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças. A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.
Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade. Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra.
O Brasil na passagem do século XIX para o XX, ainda era refém dos problemas sanitários e das epidemias. A preocupação com a saúde, na verdade, não era quanto à dignidade humana, mas estava ligada aos interesses econômicos da elite em manter o trabalhador sadio para manutenção da produção, principalmente naquele contexto agrário.
Para o governo, o crescimento do pais dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva, portanto ere de seu interesse que sua saúde estivesse em bom estado. Logo, houveram diversas reformas urbanas e sanitárias como o alargamento das ruas e avenidas, nas grandes cidades como o Rio de Janeiro.
Os sanitaristas, que são pessoas especializadas em estudar doenças que possam afetar a vida dos cidadãos, cuidaram desse período com diversas campanhas de saúde.
Um dos destaques desse período foi o médico e também sanitarista: Oswaldo Cruz, fundador do Instituto Soroterápico Federal, no Rio de Janeiro, que mais tarde foi responsável pela propagação de campanhas de erradicação as doenças: varíola e febre amarela (que estavam solando naquela época) e a declaração da vacina obrigatória. Essa declaração da vacina obrigatória provocou uma rebelião de pessoas contra o que consideraram uma invasão as suas casas para uma vacinação forçada, o que realmente era, por que, as pessoas sabiam o que eram as vacinas, mas não eram bem informadas da importância das próprias e não iam se vacinar voluntariamente então os funcionários da saúde pública protegidos pelos policiais, invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força. Essa revoltada da população ficou conhecida como ``Revolta da Vacina´´.
Uma curiosidade: as ações dos sanitaristas chegaram até o Sertão Nordestino, com uma melhor divulgação da importância dos cuidados com a saúde no meio rural. Mas lá as pessoas eram muito pobres e continuavam em moradias precárias, o que fazia com que as próprias continuassem sujeitas a diversas doenças.
O médico Oswaldo Cruz, contratado para combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.
Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina junto a imprensa que não perdoava Oswaldo Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia do remédio.
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