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A SOCIEDADE POLÍTICA: ESTADO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA AMÉRICA LATINA

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Por:   •  13/8/2014  •  346 Palavras (2 Páginas)  •  436 Visualizações

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Sabe-se que, nas últimas décadas, na maioria dos países da América Latina, implantou-se um modelo de desenvolvimento fundamentado em concepções neoliberais, no qual as políticas públicas priorizam o pagamento de juros da dívida, o controle dos déficis e superávits financeiros, os fluxos de caixa, etc. em detrimento da oferta de serviços públicos para o atendimento dos direitos econômicos, sociais e coletivos dos cidadãos. O resultado na realidade desses países tem sido um cenário com altos índices de desigualdade social, concentração da riqueza, desemprego, redefinição do papel do estado, estabelecimento de políticas sociais assistencialistas de caráter compensatório, etc. Disso tudo resultam ações onde se destacam o pragmatismo, o tecnicismo, a ausência dos sonhos para construir alternativas. A ação coletiva emancipatória não é a que gera compaixão. Ela é fruto de relações que geram sinergias, forças, inovações de outras ordens, que constroem caminhos para a mudança e a transformação social.

Do ponto de vista da cultura - como o capital não tem compromisso com o lugar, com os territórios locais -, a sua tendência é ser algo como um furacão: onde chega e destrói tudo. O território local é o lugar da memória, da cultura, da religião, das tradições, de uma língua, um dialeto, uma etnia, um povo específico em suma. A globalização separa a economia da cultura. Divide-se o mundo em áreas de domínio e tenta-se impor uma cultura global - vista como sinônimo de consumo, de mercado, de acesso, distribuição e consumo de marcas, grifes, logotipos. A globalização não tem preocupação com a preservação do mundo cultural do indivíduo. O neoliberalismo, por sua vez, exige diversidade mercadológica, quer um indivíduo desenraizado culturalmente, aposta na possibilidade de aliená-lo politicamente, Os direitos culturais de amplas maiorias são apresentados como direitos monitorados, concedidos a grupos específicos. Mas é só a partir dos direitos que se pode falar em políticas emancipatórias. Só a partir dos direitos pode-se reformular a agenda econômica e resgatar a cultura. Ética, moral, sonhos, desejos, felicidade, etc. são necessidades do ser humano, não do capital, não podem ser concedidas pelo mercado porque este visa o lucro.

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