A Visão De Watson X Kennedy Da Guerra Dos 30 Anos
Dissertações: A Visão De Watson X Kennedy Da Guerra Dos 30 Anos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alanna • 11/9/2013 • 2.338 Palavras (10 Páginas) • 1.090 Visualizações
WATSON
CAPÍTULO 15
Na segunda metade do século XV, o novo mundo do Renascimento italiano começou a gerar interesse em outras regiões da Europa. Com base no modelo do stato italiano, novas relações entre príncipes desenvolveram-se, o conceito de uma Europa organizada como um sistema de Estados soberanos começou a se caracterizar ao que temos hoje, mas claro, cada um respeitando a soberania do outro.
Os reis perceberam que com essa organização, adquirir poder poderia ser mais fácil e rápido. Esses governantes que melhor captaram as estratégias políticas que o Renascimento trouxe, logo trataram de deixar a suserania medieval no passado e as transformaram em statos, fazendo com que os servos os tratassem como legítimos senhores absolutos dentro das fronteiras de seu reino.
"Os governantes que controlavam os destinos políticos da cristandade ocidental começaram a pensar nela como dividida verticalmente em Statos territoriais, cada um capaz de fazer o que quisesse, na dependência das pressões que outros statos pudessem exercer. Por maior que fosse a coesão na Europa em muitos campos, a rápida disseminação das ideias italianas junto a outros governantes marca uma divisão significativa na evolução do sistema europeu de Estados." Watson (2004)
O homem mais poderoso governante no império no fim do século XV era Maximiliano de Habsburgo, um importante príncipe do Renascimento. Ele concentrou todos os seus esforços, usou sua autoridade como imperador eleito e fez tudo o que podia e não podia para desenvolver e consolidar um grande e poderoso Stato Habsburgo pessoal, usufruindo de casamentos dinásticos e técnicas italianas de poder. Como príncipe herdeiro, casou-se com a herdeira de Borgonha, dos Países Baixos e rapidamente ganhou seu "prêmio" no Ocidente. Já no Oriente, expulsou os húngaros de Viena e arranjou sua própria sucessão como rei da Hungria. No mais tardar, casou-se outra vez, agora com a filha do Duque de Milão, com isso, Maximiliano tinha agora uma enorme, mas intermitente extensão de territórios através da Europa. Porém, os Habsburgos ainda estavam longe de exercer a hegemonia na Europa.
As grandes e importantes famílias rivais de príncipes do império estavam extremamente interessadas em transformar seus domínios em statos como fez o imperador Habsburgo e desafiar o poder de Maximiliano e lutar entre si também em busca de poder. A independência vinha de acordo com que se faziam statos.
A fragmentação da Alemanha de statos deixou a França como a potência mais forte da nova Europa, e com isso, tornou-se política da França, dar suporte a qualquer grupo ou movimento que ajudasse a manter o império Habsburgo dividido.
Como os reis da França invadiram a Itália, os papas, para evitar a dominação francesa da Itália, organizou uma coalizão anti-hegemônica, chamada a Santa Liga, que baseava-se na Espanha e nos Habsburgos, ambos com interesses na Itália para se proteger contra as ameaças da França.
A Santa Liga transformou a cristandade oriental num sistema único de statos.
"Como compensação pela perda das limitações medievais, aqueles governantes que se sentiam mais ameaçados pelo poder do stato mais forte começaram a formar uma associação de proteção anti-hegemônica que cobria a maior parte do que ainda era chamado a cristandade e deram à Europa uma medida de coesão e estrutura estratégica." Watson (2004)
CAPÍTULO 16
Após todo esse conflito da busca pelo poder entre statos, a Reforma complicou e distorceu em formas inesperadas as novas práticas do Estado ligadas ao Renascimento. A stasis religiosa ( instabilidade, quebra da hegemonia da igreja católica), principalmente, incentivou a reformulação da sociedade horizontal ( sociedade não hierarquizada) da cristandade medieval em statos territoriais.
A Reforma Religiosa dividiu-se em duas vertentes. A primeira ligada ao alemão Martinho Lutero, que proclamou suas doutrinas em 1517, favorecia uma reforma moderada da igreja. A segunda parte da Reforma, proferida pelo francês João Calvino, foi mais radical. Ele rejeitava não apenas o papado e certas doutrinas, mas também a estrutura e a tradição hierárquicas da igreja universal, preferindo que cada congregação pudesse escolher seus próprios ministros.
"Muitos calvinistas estenderam esse princípio a formas republicanas de governo laico, com base na teoria de que a autoridade política, como a religiosa, é inerente ao corpo do povo, que pode, portanto, escolher e controlar aqueles que governam em seu nome. [...] afirmava o direito de uma comunidade de resistir a um governante opressor e de convocar auxílio externo se as autoridades locais concordassem. [...]. Quando os governos existentes tentavam suprimir essas ideias politicamente revolucionárias, os calvinistas formavam organizações quase militares capazes de tomar o governo.
A Contra-Reforma católica não conseguiu restaurar a unidade medieval da cristandade por meio da força.
A maré de stasis e de agravados conflitos foi se desenvolvendo entre os súditos e quase todos os governantes europeus, justamente quando reis e rainhas estavam tentando transformar um domínio medieval num stato.
Na Espanha, o novo Estado "nacional", criado pelos reis católicos, identificava-se com a Igreja Católica.
Já na Inglaterra os habitantes tornavam-se cada vez mais protestantes ao passar do século XVI. A Igreja Anglicana foi um meio-termo político que conseguiu disseminar a paz interna.
Os políticos ingleses não criaram alianças com os Habsburgos e nem com os anti-hegemônicos, mas por outro lado ainda sentiam a obrigação de apoiar algumas potências protestantes.
Como a França estava fissurada pelo calvinismo e pela dissidência de poderosas famílias nobres. Muitos políticos franceses e outros que apoiavam uma autoridade central, davam créditos à Coroa, o que ajudou a manter o Estado uno contra a forças favoráveis à fragmentação.
Ao mesmo tempo em que a stasis entre católicos e huguenotes abalava o Estado, Henrique II (Rei de Navarra) via a estrutura hegemônica Habsburgo como menos perigosa a cada dia para seu reino do que a desintegração da autoridade real dentro da França.
"Henrique II foi morto antes que seus acordos com os Habsburgos pudessem entrar em vigor, e a dissidência dentro da França começou a crescer. Sua viúva florentina, Catarina de Médici, que se tornou regente, não dava importância alguma a lutas em
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