A consolidação do do governo revolucionário de Fidel Castro
Por: Ana Carolina • 10/5/2015 • Ensaio • 4.149 Palavras (17 Páginas) • 350 Visualizações
A CONSOLIDAÇÃO DO GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DE FIDEL CASTRO.
COUTINHO, Ana Carolina da Silva.[1]
CALDEIRA, Ana Paula Sampaio. [2]
RESUMO
O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem sobre o governo revolucionário de Fidel Castro, avaliando os fatores econômicos, sociais e políticos que levaram a vitória da Revolução Cubana. É também necessário esclarecer os motivos que levaram o aumento do conflito entre EUA e Cuba e como se deu a aproximação desta com a URSS. Vale a pena ressaltar neste estudo, que a Revolução Cubana, foi um dos acontecimentos mais importantes da segunda metade do século XX. Deste modo, foi necessário ressaltar os artifícios utilizados para que Fidel Castro tivesse o apoio das massas nos movimentos de Guerrilha, bem como se deu a preservação das transformações econômicas e sociais que comprometeram os interesses norte-americanos.
Palavras-chave: Cuba. Guerrilha. Fidel Castro. Revolução Cubana. Socialismo
- Introdução
A escolha do tema se deve pelo fato de ser o governo revolucionário de Fidel Castro, um governo polêmico, motivo de vários estudos, discursos e opiniões, de pessoas que viveram entusiasmadas pelas histórias de heroísmo e de lutas contra o imperialismo e também de pessoas que consideram o seu governo, opressor e símbolo da ditadura.
Entretanto, é impossível falar sobre o revolucionário governo cubano, sem retratar um dos episódios mais trágicos da história de Cuba: a opressão que Fulgêncio Batista impôs sobre os cubanos numa ditadura após o golpe de estado em 1952, instaurando um regime autoritário, controlando a imprensa, utilizando meio terrorista e apoiado pelo governo norte-americano.
De fato, milhares de cubanos morreram de fome e foi a partir de 1959 que os movimentos de guerrilha iniciaram o processo revolucionário a fim de derrubar o regime de Batista.
Partindo do pressuposto de que Fidel Castro derrubou um político detestado e temido por todos, por conta da corrupção iminente em Cuba, a Revolução Cubana foi fruto da vontade de uma grande parcela de estudantes, partidos políticos e contou com o apoio e entusiasmo da população. Desta forma, tratei de elaborar os diversos momentos do processo revolucionário de Cuba, a partir de fins dos anos 50, sobretudo, como se deu rompimento das relações diplomáticas entre Cuba e EUA.
Procurei explicar, como, no caso de Cuba o nacionalismo evoluiu para o comunismo e as estratégias utilizadas por Fidel para defender Cuba economicamente e politicamente da insatisfação norte-americana.
Para se alcançar os objetivos estabelecidos para o pré-projeto foram utilizados especialmente as técnicas de pesquisa bibliográfica.
- A consolidação do governo revolucionário de Fidel Castro
Em 1953, após liderar um ataque armado ao quartel de Moncada, a fim de derrubar o governo Batista e confiscar todo o arsenal de armas, Fidel Castro foi preso, julgado e condenado a uma prisão de 15 anos. A escolha da data não foi aleatória, ao contrário, foi uma data planejada para o levante, comemorava-se o carnaval em Cuba. (BELLÉ, 2009, p.6) A escolha pela cidade de Santiago se deveu a que a região Oriental do país tinha se caracterizado como a mais radical politicamente, já desde as lutas de independência do século XIX, e que, portanto, naturalmente poderia ser capaz de dar apoio ao movimento revolucionário. (SADER, 2001, p.27)
Juntamente com seus irmãos, Raúl Modesto Castro Ruz, que mais tarde, em 2008 viria ocupar a presidência do Conselho de Estado da República de Cuba, Abel Santamaria Cuadrado e um pouco mais de uma centena de jovens guerrilheiros, saíram para um ataque contra os quartéis de Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo.
A intenção era chegar de surpresa e tomar o quartel de Moncada, mas eles não sabiam que o inesperado estava porvir. Para que o plano surtisse os efeitos desejados, resolveram então utilizar os uniformes parecidos aos dos soldados de Batista.
O plano seria concretizado, se não fosse por um simples detalhe. Como se comemorava o carnaval em Cuba, 400 soldados bastinianos, saiam de Moncada com comarcas comemorativas grudadas em seus uniformes. Sendo assim, os rebeldes que nada sabiam, se viram interceptados pelos soldados de Batista e a ação foi duramente reprimida e as conseqüências trágicas para os guerrilheiros. (BELLÉ, 2009, p.6)
Os guerrilheiros foram vencidos, e o saldo de mortos chegou a 18 e 70 homens foram presos, contando com Fidel, Mário Chanes, Raúl e Santamaria que antes de ser morto, foi brutalmente torturado e teve um olho arrancado. Gustavo Arcos teve uma bala alojada na vértebra, mas apesar da gravidade do ferimento, conseguiu sobreviver. Fidel recebeu uma pena de 15 anos de reclusão, mas foi beneficiado por indulto ele, juntamente com seus companheiros, e foram exilados para o México. (BELLÉ, 2009, p.6)
Magnífico orador, atleta profissional, o jovem advogado antecipou a sua defesa dizendo aos juízes: “A história me absolverá”. Segundo Emir Sader,a alegação de Fidel decorre do direito de se opor contra as opressões,que tinha norteado os grandes movimentos de Independência da História, sobretudo,as guerras de Independência de Cuba do século anterior. Reivindicando- se o título de “geração centenário” do surgimento de José Marti, Fidel Castro imputa esse prócer da Independência cubana a “autoria intelectual” do assalto de Moncada. (SADER, 2001, p.30)
O texto de “A história me absolverá” ficou nas mãos dos juízes e foi consumida. Foi reconstituída por Fidel na prisão, tarefa que persistiu um ano. (SADER, 2001, p.32)
O documento mais tarde se transformou em livro, foi impresso clandestinamente em dezenas de milhares de exemplares e foi utilizado para organizar o movimento 26 de julho com fundamentos pragmáticos. (SADER, 2001, p.33)
Após a sua auto defesa e tendo cumprido dois anos da sentença, Fidel Castro foi liberado e em seguida saiu em viagem aos EUA para localizar os cubanos exilados que o ajudaram na expulsão de Fulgêncio Batista do poder.
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