ANÁLISE COMPARATIVA: América espanhola, América Inglesa e América pré-colombiana
Por: saulo melo costa • 11/11/2021 • Trabalho acadêmico • 2.848 Palavras (12 Páginas) • 137 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE HISTÓRIA
SAULO MELO COSTA
ANÁLISE COMPARATIVA:
América espanhola, América Inglesa e América pré-colombiana
Goiânia-GO
2019
Tipos de povoações e atividades econômicas
No âmbito econômico, quando citamos as ditas altas culturas pré-colombianas tinham a agricultura sedentária como prioridade nas terras coletivas. A base de suas plantações eram a cultura de milho, feijão, pimenta, batata e quino-a. Tinha sistema de irrigação sofisticado, mas sua tecnologia agrária era primitiva. As lhamas forneciam lã, couro e carne. A relação era dividida entre comunidades e Estado, que era possuidor de terras, fazia a redistribuição dos produtos agrícolas, cobrava impostos tanto em gênero quanto em trabalho. Os conquistadores se apropriaram dessas práticas, porém, despiram-na de todo o sentido religioso. Era uma sociedade altamente hierarquizada e dividida em dois grupos.: uma elite religiosa e guerreira e administrativa. Do outro lado tinham os camponeses. Essa hierarquização explica de certa forma a fácil dominação dos espanhóis nestas regiões se compararmos com as tribos nômades, por exemplo os araucanos do Chile.
Colombo partiu do porto de Palos no dia 3 de agosto de 1495, com o objetivo de descobrir uma rota alternativa para o comércio com as Índias. Primeiro teve seu plano recusado por D. João II e posteriormente assina com Isabel de Castela um documento (as Capitulares de Santa Fé) se comprometendo a descobrir ilhas e terras para a Coroa. A estrututa política metropolitana e o processo de exploração da América colonial, foi marcado pela pequena participação da Coroa, devido a preocupação espanhola com os problemas europeus, fazendo com que a conquista fosse comandada pela iniciativa particular, mas a Igreja e o Estado também interviram. A igreja dava condição moral a empresa e no caso o Estado concedia os requerimentos que legitimavam a aquisição de Senhorios e terras mediante o sistema de capitulações, que eram os direitos e deveres daqueler que quizessem explorar e empreender no Novo Mundo. Conforme (Schmidt,2000 pag.22 )nas capitulares:
Os conquistadores podiam explorar e colonizar as regioes por eles ocupadas. Além disso, recebiam uma recompensa finaceira caso a sua empresa prosperassem. Porém, em troca, deveriam cobrir os gastos da expedição, recrutar a tropa necessária, fundar estabelecimentos e fortes, tratar bem os nativos e procurar sua conversão, bem como pagar o quinto real à Coroa.
Sendo assim, as capitulações eram contratos Legais em que a Coroa concedia permissão para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos.Os conquistadores eram em sua maioria Hidalgos, pertencentes as familias médias e pequena nobreza. Geralmente como não tinham grandes riquezas viam na ida a América a possibilidade de adiquirirem grandes fortunas e também heroismo e honra.
O primeiro e principal orgão estatal administrativo, foi a casa de la contratación de las Indias, fundada em 1503 e sediada em Sevilha. Era responsável pelo controle de todo o comércio realizado com as colônias da América e foi responsável pelo estabelecimento do regime de Porto Único. Apenas um porto na metrópole, a princípio Sevilha, poderia realizar o comércio com as colônias, enquanto na América ficou o porto de Havana, com permissão para o comércio metropolitano. Sevilha era o centro comercial mais rico da Espanha e também o mais seguro. Seu porto tinha todas as condições necessárias para desenvolver um novo comércio.
O Conselho das Índias foi criado em 1524, por Carlos V, e a ele caberiam as decisões políticas em relação às colônias, nomeando Vice-reis e Capitães gerais, autoridades militares, e judicias. Foram criados ainda os cargos de Juízes de Residência e de Visitador.
A monarquia tinha maior interesse em implantar a centralização de governo nas colônias do que na metrópole. No México existiam situações que favoreciam a interferência da coroa. Uma delas era a grande exceção do território, a complexidade das populações que a habitavam e as grandes riquezas encontradas. O outro eram os abusos dos conquistadores. Segundo B. de Sousa (2000):
A concessão de encomiendas e as reclamações do clero para diminuir os abusos dos conquistadores para com os indígenas fizeram com que o absolutismo monárquico que se consolidava na Espanha se preocupasse em criar instituições que restringissem o poder dos conquistadores nas colônias e que canalizassem com mais eficiências suas rendas, provenientes da exploração colonial, para a metrópole.
Nas colônias o poder dos adelantados foram eliminado com a formação dos Vice-Reinos e posteriormente dos Capitães gerais. O território colonial foi dividido em quatro Vice-Reinos -- Nova Espanha, Peru, Rio da Prata, e Nova Granada -- e posteriormente foi redividido, surgindo as Capitanias Gerais, áreas consideradas estratégicas ou não colonizadas. Os Vice-Reis eram nomeados pelo Conselho das Índias e se tornavam representantes do soberano. Recebiam remunerações elevadas e poderes. “Mas eram totalmente ligados as metrópole, sendo que ao vice-rei nao cabiam atribuições juridicas ou adiministrativas concretas. estando sujeitos à fiscalização das Audiências”. B. de Sousa,(2000)
Os Cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais, eram formadas por elementos da elite colonial, subordinados as leis da Espanha, mas com autonomia para promover a adminisrtração local, municipal.
Posteriormente durante o Século XVIII a Espanha enfrentou duas grandes crises, uma de natureza econômica e a outra política. No que se refere a econômica, a maneira como a metrópole havia desenvolvido a exploração colonial, em um mercantilismo conhecido por “metalismo”, provocou um processo inflacionário. Segundo Guazelli (2000, p.120) “A prata que as colônias garantiam em quantidade inimagináveis, desestimulou o crescimento da incipiente manufatura espanhola e provocou um aumento nos preços dos artigos primários.”. O alto crescimento demográfico na Espanha gerou esta nova procura por terras (em cerca de 57%, partindo de 7,6 milhões de habitantes no iniciar do século XVIII para 12 milhões no iniciar do século XIX). As taxas de arrendamento da terra na Espanha sobem muito mais que o preço dos produtos em razão desta alta natalidade. Já a crise política se deu pela complexa questão sobre os direitos de sucessão ao trono espanhol. Com a morte do rei Carlos II, foi decretado o fim da dinastia dos Habsburgos, resultando em um longo período de guerras na Europa. Para que houvesse finalmente um reconhecimento formal a um representante da casa dos Bourbon (que era a mesma que reinava na França na mesma época) foi feito o tratado de Utrecht, de 1713 Onde a Inglaterra adquiriu direitos a “assientos” e “permissos” nas colônias americanas espanholas. Sendo assim o Império espanhol se viu subordinado a duas grandes potências europeias a época: a França pela ligação dos Bourbon, e a Inglaterra que começara a interferir em questões econômicas que até então era exclusivo da Espanha. Com a intenção de se recuperar economicamente e superar esses reveses foram tomadas medidas ao longo do século XVIII e entre elas as reformas Borbônicas.
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