AS (DES)CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS SOBRE O CONTINENTE AFRICANO
Por: Aline Cristiano Marques • 14/9/2022 • Dissertação • 1.206 Palavras (5 Páginas) • 98 Visualizações
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ALINE MARQUES
Inatismo, empirismo e interacionismo:
As concepções sobre o desenvolvimento e a aprendizagem
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RIO DE JANEIRO
2022
- A história da psicologia sobre as questões psíquicas a partir da Filosofia Grega.
A Psicologia tem como fonte inspiradora a Filosofia Grega. Há uma forte relação entre a Filosofia e a Psicologia, são consideradas ciências humanas muito próximas. Primeiramente para alguns historiadores a Psicologia não foi considerada uma ciência e sim um “ramo” da Filosofia. Os primeiros estudos sobre o psiquismo e a alma foram realizados pela Filosofia Grega, a qual observava atentamente as atividades humanas e a manifestação da alma.
A etimologia da palavra Psicologia, junção de psique que significa alma e logos que indica doutrina ou fundamentos. Os conceitos e ideias modernas sobre o funcionamento da mente vem da filosofia grega. Um dos pilares da Psicologia como ciência vem do médico grego Alcmeão de Crotona durante o século 6 a.C. Segundo ele, a “vida mental é uma função do cérebro”. Demonstrando uma primeira relação entre o estudo da psicologia e o pensamento filosófico, pois aquela está em estreita relação com este, possibilitando-se assim um diálogo e um aprofundamento de temas caros à Filosofia que a psicologia poderia iluminar e/ou até mesmo responder e dar soluções. Ele analisou as ações da mente como imaginação, memória, pensamento, entre outras coisas. Nessa busca acabaram por enfatizar na capacidade do homem em raciocinar, o catalogando como animal racional. Ele e alguns de seus alunos consideravam substâncias e materiais espirituais, tendo a mente e corpo como antagônicos independentes, mas sem esclarecer isso. Esse “conflito” deu-se o nome de dualismo de Platão que acabou superado por Aristóteles, já que esse uniu pensamento psicológico aos estudos naturais estabelecendo a ideia de que a alma e o corpo são entes inseparáveis.
- As três concepções sobre a aquisição dos conhecimentos.
Podemos denominar de processo de aquisição de conhecimento é o modelo pelo qual o ser humano aprende e desenvolve sua inteligência. É um processo de construção do conhecimento necessário para nos desenvolvermos como pessoas e adquirirmos condições que nos permitem enfrentar e analisar os desafios ao nosso redor e o que poderemos enfrentar em vida social. Toda vez que recebemos informações estruturadas em teorias, organizadas, estamos adquirindo conhecimento. Informação é poder, na medida que podemos organizá-la e estruturá-la corretamente, para que seja útil para nós quando se trata de se relacionar conosco e com o meio ambiente.
Em busca por respostas começa na Antiguidade grega, com o nascimento do pensamento racional, algumas explicações baseadas em conceitos (e não mais em mitos) como uma forma de entender o mundo. E consequentemente as três concepções mais relevantes: Inatismo, Ambientalismo e Interacionismo
Inatismo: Para os primeiros filósofos, a dúvida consistia em saber se as pessoas possuem saberes inatos ou é se possível ensinar alguma coisa a alguém.
Platão (427-347 a.C.) firmou posição a favor das ideias congênitas. Defendendo a tese de que a alma precede o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso ao conhecimento, o discípulo de Sócrates (469-399 a.C.) afirmou que conhecer é relembrar, pois a pessoa já domina determinados conceitos desde que nasce.
Chamada de inatismo, essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas trazendo o saber à consciência e organizando-o.
Ambientalismo: A concepção de conhecimento ambientalista atribui um imenso poder ao ambiente no desenvolvimento humano. Há a preocupação em explicar o comportamento humano através da observação, descartando a análise de aspectos da conduta humana como raciocínio, desejos, fantasias, sentimentos, entre outros. O que se valoriza é a importância de medir, testar, comparar, experimentar e controlar o comportamento do educando e sua aprendizagem. Esta concepção é inspirada no empirismo, que é uma corrente filosófica, que enfatiza a experiência sensorial objetiva e neutra no conhecimento da realidade humana. No ambientalismo, a aprendizagem pode ser entendida como o processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência e para que ela ocorra é preciso que se considere a natureza dos estímulos presentes na situação, o tipo de resposta que se espera obter, o estado físico e psicológico do organismo e aquilo que resultará da própria aprendizagem como, mais conhecimentos, elogios, prestígio, notas etc.
Interacionismo: Na concepção interacionista o indivíduo e o meio atuam de forma recíprocas, isso quer dizer, um influencia o outro formando mudanças sobre o indivíduo. Há discordância das teorias inatistas por desprezarem o papel do ambiente e das concepções ambientalistas por ignorarem fatores de maturidade.
Observamos que na interação da criança com o mundo físico e social é que características do mundo são construídas com o tempo, dessa forma ela poderá, através de sua ação sobre ele, ir construindo seus conhecimentos. Dessa forma, a concepção interacionista de desenvolvimento acredita na ideia de interação entre o organismo e o meio, na qual resulta a aquisição de conhecimentos, como um processo construído pelo indivíduo que dura a vida toda. Podemos destacar duas correntes teóricas que defendem a visão interacionista de desenvolvimento: a elaborada por Piaget e seus seguidores e a defendida por teóricos soviéticos, como por exemplo Vygotsky.
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