Analise do Texto de José Murilo Carvalho

1. Com base no texto de José Murilo de Carvalho estabeleça a diferença entre as denominações fortuna e virtu, demonstrando como essas categorias históricas foram utilizadas pelo mencionado autor, nas análises sobre o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964.

Para explicar o golpe de1964 José Murílio nos remete aos textos de Maquiavel sobre “Virtù” e “Fortuna” para mostrar a série de erros, equívocos e omissões praticadas pelos atores políticos no golpe.

Quando ele fala que faltou virtù, está dizendo que por parte do presidente Goulart e das classes sociais faltou ação, habilidades e conhecimentos para eles se manterem no poder, para eles lutarem e impedirem o golpe. Pois como nos diz Nicolau Maquiavel, o príncipe tem de usar todos os meios necessários para se manter no poder, ou seja, o príncipe tem que agir e não ficar esperando que as coisas aconteçam. Essa é uma característica da Fortuna. Aquilo que o indivíduo já traz consigo. Portanto não se trata de dinheiro ou bens materiais, mas sim de habilidades que já nascem com o indivíduo.

Para o autor do texto, o golpe foi fruto da omissão dos atores sociais internos, como por exemplo: O presidente Goulart não nomeou um ministro de defesa de sua confiança, o mesmo ainda foi a um baile de sargentos, cabos e soldados que desagradou ao oficialato. A esquerda também teve culpa no golpe, pois não conseguiu mobilizar as classes sociais que se achava sob seu domínio: estudantes, operários, camponeses e classe média.

Enfim, o golpe caiu de bandeja no colo dos militares, que por vezes não tinha convicção de que o golpe daria certo, e temia por represálias.

2. José Murilo de Carvalho fala sobre a predominância, em elaborações teóricas produzidas por setores da esquerda brasileira para explicar o golpe de 1964, da responsabilização do que denomina como “outro”. Com base nesse dado, disserte sobre as concepções que prevaleciam nesse campo, ressaltando a determinação externa, fatores internos e fatores econômicos.

A esquerda brasileira para se eximir da sua responsabilidade do golpe militar de 1964. Elaborou várias teorias para explicar que o golpe era inevitável, pois se tratava de um complô de um país imperialista, que era o Estados Unidos da América. E, que diante desse inimigo, nada poderia se fazer para impedir o golpe. No entanto documentos que falam da operação “brother sam”, nos relata que havia a intenção do governo americano de agir militarmente, caso houve resistência por parte das tropas que ainda apoiavam Goulart juntamente com as classes sociais contra os golpistas. E, essa operação nunca foi desencadeada, pois ninguém moveu uma palha para evitar o golpe militar de 1964.

Agora vamos entender o que é o outro. Pois temos dois tipos de outro: o externo e o interno.

O outro externo defendido por Darcy Ribeiro e Muniz Ribeiro, trata-se do golpe (ruptura democrática) a parti da articulação dos Estados Unidos da América/CIA. Para esses autores, citados anteriormente, o golpe de 64 era inevitável. Também temos o outro interno, que aborda a ruptura democrática, mas não enfatiza fatores externos. E, portanto, foca sua observação em fatores internos como: A articulação de latifundiários, banqueiros e representantes de capital estrangeiro como IBADE/IPEAS.

Ainda temos, os fatores econômicos que são apontados para a ruptura democrática tais como:

Objetivo – manter a relação de dependência do Brasil para os E.U.A

• Buscou-se intensificar a exploração dos trabalhadores brasileiros através da maior rigidez das leis trabalhistas; e da retirada de direitos sociais, freando as reformas de base propostas por João Goulart.

• No brasil, parte da mais valia extraído dos trabalhadores vai para o capital estrangeiro. Obs: mais valia, categoria marxista que, refere-se ao