Análise do filme "Modern Times"
Resenha: Análise do filme "Modern Times". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jessicamillena • 23/9/2013 • Resenha • 2.008 Palavras (9 Páginas) • 933 Visualizações
O filme “Tempos Modernos” (CHAPLIN, 1936) satiriza a industrialização e coloca Carlitos, personagem de Charles Chaplin, como o operário de uma fábrica na primeira metade do século XX. Ele critica de forma inteligente as técnicas utilizadas nas fábricas, mostrando os malefícios do processo de mecanização de tarefas que antes eram centralizadas nas mãos de artesãos e passam a ser desenvolvidas por máquinas, isto é, a suplantação da tradicional mão-de-obra artesanal, muito comum antes da revolução industrial se expandir no século XIX.
O filme “Tempos Modernos” (CHAPLIN, 1936) satiriza a industrialização e coloca Carlitos, personagem de Charles Chaplin, como o operário de uma fábrica na primeira metade do século XX. Ele critica de forma inteligente as técnicas utilizadas nas fábricas, mostrando os malefícios do processo de mecanização de tarefas que antes eram centralizadas nas mãos de artesãos e passam a ser desenvolvidas por máquinas, isto é, a suplantação da tradicional mão-de-obra artesanal, muito comum antes da revolução industrial se expandir no século XIX.
Em sua genialidade Chaplin demonstra, entre outras coisas, as péssimas condições de trabalho e suas consequências sofridas pelos assalariados, devido ao sistema Taylorista-Fordista, nos primeiros anos após a Grande Depressão americana de 1929.
Além disso, Chaplin expõe o controle burguês sobre o operário e o seu desajuste com a rápida evolução burguesa dominada pelo Taylorismo-Fordismo e sua ultra-especialização, que resultava na ignorância total do trabalhador em relação ao que ele mesmo produzia e o produto final daquilo.
É importante ressaltar, também, que a idéia central do filme não é somente as divergências trabalhistas em si, mas também a busca frenética do ser humano capitalista pela felicidade. A frase do início da película ressalta essa última idéia: “Uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a cruzada da humanidade em busca da felicidade” (CHAPLIN, 1936)
O Sistema Taylorista-Fordista
No período Feudal, o espaço de trabalho era coletivo, onde o artesão participava de todo o processo de confecção da produção. O aprendizado ocorria nas oficinas onde o mestre ensinava ao aprendiz o ofício. Com o passar do tempo este sistema sofre modificações.
Em sua necessidade de agilizar os diversos processos que o cercam e facilitar sua vida, o Homem Moderno inventou a máquina. Com ela, surgiram as grandes fábricas e seu constante aumento no ritmo de produção somado a demanda de mais maquinário, ofuscaram, quase que por completo, a mão-de-obra artesanal.
Inicialmente as fábricas ainda tinham a mesma estrutura do feudalismo, porém aos poucos o homem já não é mais o dono do seu trabalho. Aparece a figura do chefe do capital que se utiliza de máquinas e funcionários para manuseá-las para obter lucro.
Técnicas mais modernas, rápidas e eficientes de produção industrial aumentaram drasticamente a capacidade de produção das fábricas americanas, porém os operários, mal treinados e exaustos do serviço que lhes competia passaram, com o tempo, a produzir menos e à maiores custos.
Os gastos excessivos com obra-prima, os funcionários sem treinamento adequado que erravam por demais o seu serviço e a descentralização de funções e desperdício de movimentos dos operários dentro das grandes fábrica, levaram o engenheiro americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915) e suas idéias de Administração Científica a bolar um novo sistema de trabalho denominado Taylorismo. Em pouco tempo se transformou em algo que iria se difundir em escala mundial e seria a base para o que hoje conhecemos como hierarquia na empresa.
Segundo Taylor, as fábricas deveriam seguir uma modelo de divisão do trabalho, de forma que o trabalhador fosse ultra-especializado em tarefas repetitivas, fazendo um controle do tempo gasto em sua execução para que assim, atingisse a eficiência e eficácia desejada. Além disso, o operário que produzisse mais em menos tempo, era recompensado monetariamente.
O norte-americano Henry Ford (1863-1947) foi o primeiro a instaurar em sua empresa, “Ford Motor Company”, as ideais do Taylorismo, aperfeiçoando-as posteriormente. Ele criou a Linha de Montagem que se baseava em três princípios:
1) Princípio de Intensificação: Diminuir o tempo de duração com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado;
2) Princípio de Economia: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação;
3) Princípio de Produtividade: Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção.
No filme, fica claro a visão do sistema Taylorista-Fordista, que, resumidamente, é caracterizado por: Padrão de produção em massa, objetivando reduzir os custos de produção bem como ampliar o mercado consumidor; produção homogeneizada e enormemente verticalizada, obedecendo à uniformidade e padronização, onde o trabalho é rotineiro, disciplinado e extremamente repetitivo.
Como pode ser observado em “Tempos Modernos”, o trabalhador, típico de uma fábrica Taylorista-Fordista, passa a efetuar movimentos repetitivos e bem elementares, com o ritmo imposto pelas máquinas, e por quem as comandava. Seus supervisores diretos cronometravam seus movimentos e observavam quais os trabalhadores otimizavam o próprio tempo, e, portanto a produção. Prêmios eram dados aos funcionários com melhor tempo/desempenho. Essa competição promovida pelos capitalistas fez com que a velocidade da produção aumentasse cada vez mais.
O processo de produção Taylorista-Fordista fundamenta-se na linha de montagem acoplada à esteira rolante que evita o deslocamento dos trabalhadores e mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes envolvidas, permitindo a redução do tempo ocioso e, portanto, da fadiga.
No filme, logo no início, o Capitalista está numa espécie de sala de controle onde tem acesso a todos os setores da fábrica por meio de possíveis câmeras instaladas em locais estratégicos. Ele verifica que determinada ala está produzindo menos do que deveria e ordena ao capataz aumentar a velocidade das máquinas, logo o operário precisa trabalhar em ritmo mais acelerado. O Capitalista detém a Habilidade Conceitual e o poder centralizado, pois compreende a organização como um todo, verifica o andamento dos processos de todos os setores da fábrica, ditando a velocidade com que a linha de produção trabalha de acordo com usa vontade.
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