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As mulheres ou os silêncios da História – Cap. 19: Corpos subjugados. – Michelle Perrot.

Por:   •  5/7/2017  •  Resenha  •  1.112 Palavras (5 Páginas)  •  683 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

HISTÓRIA /LICENCIATURA PLENA – CENTRO DE HUMANIDADES

TÓPICOS I

PROF.: NOÉLIA ALVES DE SOUSA

ALUNA: INGRID MONTEIRO PINHEIRO

- RESENHA: As mulheres ou os silêncios da História – Cap. 19: Corpos subjugados. – Michelle Perrot.

 O texto em questão é desenvolvido e uma linguagem culta, porém não rebuscada e de fácil compreensão. O objeto do capítulo dezenove da obra,  é assim como na outra resenha, o corpo feminino, todavia desta vez não encontra-se no  esgoto, mas no centro das relações de poder e é objetificado quanto meio de satisfação sexual masculina.

Michelle Perrot inicia o texto posicionando o corpo da mulher no contexto social das relações humanas. A figura feminina é privada da liberdade, pois ela torna-se um perigo estando em liberdade, ao mesmo tempo que está em perigo, se algo de mal lhe acontecer, não é nada além do que ela merece, surpreenderia se a responsabilidade pelo mal ato, fosse do mal feitor.

A falta de autonomia feminina é destacada, quando a autora ressalta do o corpo da mulhaer não pertence a ela mesma. Antes de casar, aos pais, ao casar a posse é transferida ao marido, em seguida aa seus filhos que a consomem, e essa é uma realidade secular. Na sociedade feudal se estabeleciam relações de posses dos senhores para com suas servas e escravas, as quais lhe deviam a virgindade, o que chegava até a ser atestado em textos.

Nem o amor cortês, tão romantizado está isento dos protagonistas da exploração do corpo feminino, a medida que protegia/protege a dama sentia-se/ sente-se autorizado a ter posse sobre tal dama. Nas residências senhoriais era comum, prostitutas e empregadas serem reservadas aos jovens machos e inclusive ao príncipe,mesmo que forçadamente, prática esta que foi se tornando mais incomum com a interiorização dos valores religiosos e o progresso da civilidade.

No século XIX Perrot coloca que a prostituição era uma espécie de mal necessário, que precisava apenas ser regulamentado, todavia ter como recurso as criadagem  era considerado como um mal menor. Essa relação direta da mulher apenas como um ser sexual enrraizada nas mentalidades das sociedades durante tanto tempo trouxe de fato muitos prejuízos, um que pode ser citado é a dificuldade da mulher de desempenhar trabalhos em serviços no setor empregatício amplamente feminino, pois estes serviços comportam a ideia de um engajamento físico.

Deste modo a revolução industrial, não foi para as mulheres um período de ascensão, não houve de fato uma autonomia financeira, muito menos corporal, elas apenas deixaram de ser exploradas apenas em suas residências para serem exploradas também nas fábricas. Ao oposto do que é imaginado e as vezes transmitido em algumas salas de aula, o século XIX não trouxe uma ascenção mesmo que mínima para as mulheres, ao contrário, trouxe mais sujeição principalmente no que concerne às operárias, que não tiveram suas aflições percebidas com preocupação por seus colegas de classe. Instiuído o código de Napoleão os homens mais inescrupulosos tinham agora liberdade para praticarem seus atos sem serem cobrados posteriomente, aumentando assim os nascimentos ilegítimos e o abandono de crianças. A igreja católica atentava para a promiscuidade no cenário das fábricas, mas não pra condição na qual se encontravam as mulheres, estas que eram tidas como exitadoras be mais do que como vítimas.

Segundo a autora, a primeira solução paliativa que eles propõem para esta situação foi a separação dos sexos, modificando os espaços mistos, sugeriu-se inclusive o trabalho em domicílio que findaria é claro, no enclausuramento.

No fim do século o conhecimento sobre o caráter lúbrico dos diretores de fábricas e contramestres já havia se disseminado através dos meios de comunicação da imprensa socialista e jornais operários, a república nascente forja-se, como afirma Perrot, como destruidora de antigos privilégios e os capitalistas são os novos feudos que reduzem os trabalhadores à servidão e entregam as moças aos patrões.

 A autora aborda o fato de que poucos trabalhos históricos aboradaram a história da sexualidade, o que contribuiu para torná-la um tabu. Perrot reflete sobra as dificuldades quanto às fontes, pois são essas escassas. Os arquivos judiciários são seletivos, requerem uma série de exigências burocráticas, sem falar da falta de evidências e queixas. As mulheres e moças eram são as últimas a recorrer à justiça, as que ousam fazê-lo, afirmam-se como rebeldes. Para a mulher que sabe que não tem muito suporte sempre se fará presente a incerteza do que ela pode sofrer com a denúncia;  o desdém, a zombaria, a demissão, humilhação, obrigatoriedade de provar sua versão, principalmente se essa versão tiver que se opor à do chefe. Estes fatores vão lentamente silenciando-as, silêncio este que pode se acomodar na angústia ou se externar de formas mais letais para estas mulheres. Perrot coloca este silêncio como obstáculo para o conhecimento do cidadão assim como para o históriador.

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