Estudo Dirigido: “Mulheres na Cidade” – MICHELLE PERROT
Por: Pedro Vítor • 21/6/2019 • Ensaio • 1.233 Palavras (5 Páginas) • 280 Visualizações
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Faculdade de Educação - EDU
História da Educação– Profª. Paula Leonardi
Aluno: Pedro Vítor Coutinho dos Santos
Estudo Dirigido: “Mulheres na Cidade” – MICHELLE PERROT
Introdução
Este é um estudo dirigido do quarto capítulo do livro da professora doutora Michelle Pierrot, sobre a História da Educação francesa e o gênero feminino. Especificamente, esta parte do livro, tratada de como a educação das mulheres e suas lutas se relacionam com o tempo e o espaço.
Mulheres em movimento: migrações e viagens
O texto se inicia nos mostrando como o público nunca foi da mulher e sim dos homens. Os espaços que pertenciam ao gênero feminino eram sempre privados. Este cenário muda com a Revolução Industrial, no século XIX, com o aumento populacional nos grandes centros urbanos causados pelo êxodo rural. Nesse momento as mulheres começam a se desamarrarem dos seus espaços privados ao se movimentarem pelos espaços públicos, ganhando inclusive, maior mobilidade social. Elas saiam das zonas rurais para trabalharem em diversos setores, desde pensões e cozinhas até mesmo nas próprias fábricas. A cidade trouxe riscos a elas assim como mais possibilidades.
Entretanto, mesmo antes da Revolução Industrial, algumas mulheres, se aventuraram ao realizar viagens, experimentando, em parte, o mesmo sentimento de liberdade. Cabe aqui realizar um recorte de classe. Antes e depois da Revolução Industrial, as mulheres que viajavam eram aquelas que faziam parte da elite intelectual e financeira dos países europeus, pois para realizar tais viagens era necessário ter acesso a certos espaços que somente a elite acessavam, seja ordens religiosas ou espaços de estudo como. Os acessos a estes espaços davam a estas mulheres objetivos, justificativas e uma atividade para realizarem estas viagens. Era negado às mulheres o direto de se aventurarem pelo mundo sem uma missão. Sua liberdade estava sempre associada ao cuidar ou descobrir outros e não elas mesmas.
As mulheres no tempo da história
Nesta parte do texto, a autora, tenta nos mostrar como acontecimentos na história europeia se relacionam com a história do gênero feminino. Ela começa nos mostrando como normalmente relacionamos alguns fatos específicos como lançamento de obras, invenções médicas ou técnicas mudaram a forma como os sexos se relacionam, mas que os grandes fatos históricos também alteraram essa relação. O primeiro trabalhado é a Revolução Francesa que teria concedido às mulheres direitos sociais importantes, mas as excluíram dos direitos políticos. Nesse sentindo, a Revolução não só matou o rei como também parte da figura patriarcal ao permitir que as mulheres pudessem se divorciar, por exemplo, mas ambas figuras retornaram após a Restauração. Ou seja, a História Geral se relaciona diretamente com a história das mulheres. Inclusive, a autora, nos mostra que as Revoluções dos séculos XIX e XX são brechas no sistema aproveitado pelas mulheres em suas lutas por direitos. São essas brechas associadas a luta feminista que vão ajudar as mulheres a superar uma desunião e permitir a elas conquistarem, por exemplo, o direito ao voto no século XX.
A Primeira Guerra Mundial reforçou a hierarquia entre os sexos, aos homens coube combater e as mulheres a lhes dar apoio. Mas durante esse período as mulheres ocuparam os lugares dos homens que iam para a guerra. Com seu fim houve um conflito onde os homens tentaram retornar para o estado social que existe antes, mas as mulheres não cediam fácil e resistiam a esse retorno. Foi um período com muitos divórcios. Esse sentimento de retorno comum aos homens nesse período era um sentimento social também. Existia a ideia de se volta à Belle Époque. Buscando esse retorno e com base em sentimentos patrióticos, familiares e conservadores, ascenderam na Europa regimes totalitários que irão influenciar nas tensões de gênero. Nesse ponto, Pierrot, mostra a disputa no discurso historiográfico acerca do papel da mulher nesses regimes, enquanto algumas autoras leem a participação feminina como vítimas da opressão dos regimes, outras enxergam as mesmas como agentes de suas histórias e que escolheram apoia-los em busca de privilégios materiais e simbólicos.
As formas da ação coletiva
Na terceira parte do texto, a autora, nos mostra como ocorreram as organizações coletivas femininas na Europa. As primeiras lutas que nos são apresentadas são as relacionadas aos espaços da economia doméstica, isto é, as lutas por preços justos nos alimentos. Cabia as mulheres gerir o estoque de alimentos do ambiente familiar e serão para garantir preços justos que as mulheres irão se organizar desde o século
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