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Barao da Bertioga

Por:   •  5/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.361 Palavras (14 Páginas)  •  902 Visualizações

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O BARÃO E A BARONESA DA BERTIOGA

Isabella Martins

Lindemberg Theodoro

Renato Balbino[1]


Resumo:

Através deste trabalho, temos o objetivo de apresentar a história do Barão e da Baronesa da Bertioga, que foram personagens de grande importância para a cidade de Juiz de Fora. E também, analisar os seus quadros e entender o contexto histórico da época e o movimento artístico.

Palavras Chaves:

Barão da Bertioga, Santa Casa de Misericórdia, movimento artístico, Juiz de Fora.

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PREFÁCIO:

O Barão da Bertioga foi um personagem singular na história de Juiz de Fora, alguns de seus feitos continuam vivos e refletem ainda um papel de importância na vida do município. Porém sua história foi renegada e esquecida. Não sabemos ao certo o porquê disto, só sabemos como foi dito por Paulino Oliveira, que ele foi grande entre os maiores.  

Tivemos dificuldades na localização das fontes para nossa pesquisa, no contar com a generosidade de certos indivíduos, na restrição de certas informações por conta de algumas instituições. Porém, não tivemos dificuldades em nosso espírito de equipe.

Foi de grande importância essa pesquisa para o nosso conhecimento. Não tínhamos noção que um personagem poderia ser tão negligenciado na história de um município ao ponto de ter apenas o nome estampado erroneamente em uma rua da cidade.

Queremos nos desculpar aqui por não nos focarmos na história da baronesa da Bertioga, personagem que com toda certeza participou dos projetos e feitos de caridade do barão. Porém, a falta de fontes e a falta de valorização da mulher nos séculos passados nos impediram de tecer uma biografia sobre tão valorosa mulher.

        No demais, queremos agradecer àqueles que nos ajudaram na elaboração desta pesquisa. Em especial, à Santa Casa de Misericórdia, que foi nossa maior fonte.

 BARÃO E BARONESA:

Nascido no ano 1785, em uma cidade próxima a São João Del Rei, antigamente chamada Freguesia da Lage, hoje Resende Costa, José Antônio da Silva Pinto, mais conhecido pelo seu título de nobreza, Barão da Bertioga, foi um

cafeicultor e proprietário de terras, como a fazenda Soledade, em Matias Barbosa.

Em 1805, ele sai de sua terra natal e se muda para a região que hoje é chamada de Matias Barbosa, e lá funda sua fazenda Soledade, que será a causa de sua fortuna. Na mesma época, conhece também sua esposa, Maria José Miguelina de Barbosa, vinda da tradicional família Barbosa Lage. A fazenda era destaque em modernidade na época, tendo abrigado o maior número de escravos da região, chegando a trabalhar com 350 escravos no plantio e na colheita do café. A propriedade encontra-se conservada até a atualidade, com o casarão e alguns móveis preservados, e mais resquícios da cafeicultura.

Em 1852, ele se muda para o município de Santo Antônio do Paraibuna, onde constrói o casarão Solar Silva Pinto, na Estrada do Paraibuna. Com a emancipação de Barbacena, o novo município forma sua primeira câmara de vereadores, em sete de abril de 1853, tendo José Antônio da Silva Pinto como um de seus principais integrantes. Inaugurasse ai um período que este personagem mostra os seus feitos, como um dos principais planejadores e organizadores da cidade.

O barão, quando se muda e toma parte da vida política do município, toma conhecimento das diversas dificuldades, que a cidade se encontrava, e tenta mudar os rumos destas condições. A própria Estrada do Paraibuna era um caminho onde se encontravam muitos soldados, ex-escravos e mendigos, pessoas de baixa renda no geral. No intuito de livrar a cidade deste mal, o barão passa a planejar a construção de uma instituição que pudesse compadecer destes entes esquecidos pela sociedade.

Ao ganhar de presente um terreno de uma senhora chamada Francelina, para a construção da capela Senhor do Passos, o Barão da Bertioga compra e anexa ao terreno uma propriedade ao lado e, em seis de agosto de 1854, funda a primeira e única Casa de Misericórdia na cidade do Santo Antônio do Paraibuna. Instituição com fins filantrópicos, que visava a atender todo aquele que sofria de alguma enfermidade.

Logo após a construção da Casa de Misericórdia, o barão constrói, ao seu lado, por volta do ano de 1859 o primeiro teatro da cidade, considerado por muitos historiadores um dos primeiros teatros de Minas Gerais; o Theatro da Misericórdia. A instituição visava a arrecadar fundos para a manutenção da Casa de Misericórdia e ficou sendo o principal ponto cultural do município até a construção do Teatro Perseverança, sendo logo depois o Teatro da Misericórdia demolido pelo próprio barão.

Bertioga se importava muito com o fornecimento de água do município, Juiz de Fora no século XIX, não tinha uma distribuição de água potável, que atendesse a toda a população, Paulino de Oliveira nos remete esta noção em seu livro “História de Juiz de Fora”:

“Não existe a menor referência no Arquivo Municipal a qualquer serviço de água potável, anterior a 1855, desde se conclui que a população se utilizava de minas que havia em vários pontos, transportando em vasilhas diversas o precioso líquido para as necessidades caseiras. Aliás, nenhum prédio se construía na localidade sem que se verificasse a existência de algum veio d’água nas proximidades, pois naquele tempo – em que ninguém falava no conforto que a água encanava proporciona – o que a todos interessava era tê-la perto, evitando o incômodo de buscá-la mais além.”[3](OLIVEIRA, Paulino. História de Juiz de Fora. 2edição. 1966. Pag. 35)

O barão cria, então, na frente da Casa de Misericórdia, uma fonte com água canalizada de uma nascente (existente até hoje), para o fornecimento deste precioso líquido às pessoas que viviam na redondeza, e para o melhor funcionamento da própria Casa de Misericórdia.

Paulino de Oliveira nos remonta uma ideia melhor sobre o caso:

“Um outro chafariz foi instalado, em 1856, em frente à casa do professor Anacleto José Sampaio e nesse mesmo ano,

conforme janeiro de 1857, o comendador Silva Pinto, tendo concebido “a cedo levá-la ao largo do Senhor dos Passos, pondo por esse modo ao alcance do público aquela excelente água, que até então nenhuma utilidade prestara”, dotou aquele logradouro de uma “coluna hidráulica”, realizando à sua custa todas as despesas decorrentes desse empreendimento, inclusive a da compra da água a Antônio Macedo Cruz. Na sua carta, o futuro Barão da Bertioga, dizendo que esqueceria dos grandes sacrifícios que fez na fiscalização da obra, se essa fosse aceita e aprovada pela Câmara, declarou: “Fazendo esta pequena oferta ao público, não tive em vista outra cousa senão agradar a Deus e não provocar ovações a meu favor e nem tão pouco fazer uma ostentação fofa de serviços com o fim de alcançar recompensas deste mundo; não senhores, que outra cousa, senão estar bem com Deus, poderá ambicionar o homem, no último quartel da vida e que disso tem consciência e que além de tudo conhece o quanto são fúteis e ilusórias as vaidades deste mundo? “Convencido como me acho desta verdade, nada quero do mundo e só tenho os olhos voltados para Deus e só dele espero a recompensa, caso tenha feito alguma cousa do seu agrado”.”[4](OLIVEIRA, Paulino. História de Juiz de Fora. 2edição. 1966. Pag. 36).

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