Braz De Aguiar

Universidade Anhanguera – Uniderp

Centro de Educação a Distância

ATIVIDADES DE CLASSE

Comandante Almirante Braz Dias de Aguiar

ANANINDEUA

2013

RESUMO:

Aborda-se a figura do capitão-de-mar-e-guerra Brás Dias de Aguiar experiente cartógrafo, de alta qualificação profissional que fez vários trabalhos hidrográficos e cartográficos para a Marinha. Presidiu a Primeira Comissão Demarcadora de Limites, tendo demarcado a fronteira com a Venezuela e região das Guianas. Participou de várias comissões mistas de demarcação. Aceitou convite do MRE para estudar as fronteiras Peru-Equador e proferir um Laudo Arbitral sobre o diferindo entre os dois países sendo esse seu principal trabalho. Brás de Aguiar também foi consultor técnico do MRE e representando-o em Congressos de cartografia.

INTRODUÇÃO

A demarcação de fronteiras é um trabalho árduo que exige além de conhecimentos técnicos, desprendimento físico para demarcar no terreno o que foi estipulado nos tratados.

A história dos demarcadores das fronteiras brasileiras inclui nomes importantes como Cândido Rondon e Dionísio Cerqueira entre outros. Mas não menos importante é a figura do capitão-de-mar-e-guerra Brás Dias de Aguiar que atuou em várias regiões de fronteira sul-americanas e, se constitui em um reputado geógrafo que ocupou durante dois decênios, a direção da Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (PCDL) sediada em Belém. Brás de Aguiar nasceu em 1881, na cidade do Rio de Janeiro e seguindo o ofício paterno fez os estudos preparatórios no Colégio Militar do antigo distrito federal e, desta instituição transferiu-se para a Marinha de Guerra do Brasil, onde Cursou a Escola Naval da Marinha do Brasil, graduando-se oficial em 1903. Logo após participou da tradicional viagem de instrução a bordo do navio–escola Benjamin Constant no qual deu continuidade a sua habilidade de contemplação aos astros e observação instrumental Retornando da prática de instrução naval, permaneceu embarcado prestando serviços a Marinha em vários navios da frota. O trabalho de Brás de Aguiar, na Marinha do Brasil, foi principalmente nas atividades hidrográficas de imediato interesse da navegação não só nos Rios da Amazônia, mas também em vários pontos do litoral brasileiro. Instalou e determinou as coordenadas geográficas de estações termo pluviométricas em Manaus, Boa Vista, São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constat, Tabatinga, Fonte Boa, Coari, Manicoré e Parintins. Além disso, fez levantamentos hidrográficos, sondagens e, também lhe coube a missão de escolher o local para o estabelecimento de faróis, no Cabo Norte, e na Foz do Oiapoque.

COMANDANTE BRAZ DIAS DE AGUIAR

Sua carreira militar está contida na seguinte ficha:

Filho do Capitão-Tenente JOAQUIM JOSÉ DIAS DE AGUIAR e de D. AMÉLIA SIQUEIRA DIAS DE AGUIAR, nasceu Braz de Aguiar na cidade do Rio de Janeiro, a 03 de fevereiro de 1881.

 "Aspirante a Guarda-marinha, 07.04.1889;

 Guarda- marinha aluno, 13.01.1902;

 Guarda-marinha confirmado (segundo-Tenente) 09.01.1903;

 Primeiro-Tenente, 21.11.1907;

 Capitão-Tenente, 07.05.1913;

 Capitão -de-Corveta, 09.02.1923;

 Capitão-de-Fragata (reformado, a pedido, com graduação de Capitão-de-Mar-e-Guerra), 03.02.1928;

 Convocado, 26.08.1938; Capitão-de-Mar-e-Guerra (efetivo), 15.10.1945;

 Contra-Almirante (promovido post-mortem) em 23.07.1951.

Medalha de Serviço Militar; Comendador da Ordem "Orange Nassau" da Holanda (1939); Comendador da Orderm do Mérito Naval; Numerosos elogios oficiais.

BRAZ DE AGUIAR realizou a viagem de instrução à bordo do navio-escola "Benjamim Constant", revelando agudeza de observação e aproveitamento dos ensinamentos colhidos. Serviu a seguir no couraçado "DEODORO" (1904) e no cruzador "REPÚBLICA", sendo elogiado pelo desempenho de penosos serviços (1905).

Em julho de 1906, fez outra viagem ao Amazonas. Em 1907, passou do couraçado "FLORIANO" para o vapor de guerra "COMANDANTE FREITAS", a serviço da repartição da Carta Marítima, trabalhando no levantamento hidrográfico, sondagens e confecção de canais de navegação, do Rio à Ilha Grande, e, daí a Pernambuco, com excursões a Fernando de Noronha, a Atol das Rocas e a outros pontos afastados da costa. E, de Pernambuco a Manaus, Mais uma vez, BRAZ DE AGUIAR surgiu no Amazonas. Em lanchas e canoas percorreu, então, uma grande área dos meandros amazônicos, abnegada e incansavelmente.

Regressando ao Rio, passou a servir no cruzador "TlRADENTES" a 29 de junho de 1909, percorrendo o litoral até o Chuí . BRAZ DE AGUIAR cruzou e recruzou as lagoas da região, com a diligência e a segurança com que executava todos os trabalhos a seu cargo.

Em agosto de 1910 foi posto à disposição do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de ajudante da Comissão encarregada da demarcação de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. No exercício de suas novas funções chefiou a turma de Comissão de Limites do Brasil com a Bolívia, encarregado de serviços geodésicos e hidrográficos na Região do Acre, demorando-se ali sete meses.

Embarcou novamente em navios da esquadra e realizou o curso especial de artilharia, do qual se tornou instrutor a bordo do encouraçado "MINAS GERAIS". Assumiu depois o comando do torpedeiro "GOIÁS".

Novamente colocado à disposição do Ministério das Relações Exteriores, para fazer parte da Comissão Mista Demarcadora de Limites entre o Brasil e o Peru, considerado de caráter militar.

A Caderneta de