Caracteristica Do Arcadismo
Artigo: Caracteristica Do Arcadismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: adalilton • 10/10/2013 • 2.117 Palavras (9 Páginas) • 487 Visualizações
Características do arcadismo
O arcadismo constitui-se numa forma de literatura mais simples, opondo-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco, expresso pela expressão latina "inutilia truncat" ("cortar o inútil"). Os temas também são simples e comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. As situações mais freqüentes apresentam um pastor abandonado pela amada, triste e queixoso. É a "aurea mediocritas" ("mediocridade áurea"), que simboliza a valorização das coisas cotidianas, focalizadas pela razão.
Os autores retornam aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e aos renascentistas, razão pela qual o movimento é também conhecido comoneoclássico. Os seus autores acreditavam que a Arte era uma cópia da natureza, refletida através da tradição clássica. Por isso a presença da mitologiapagã, além do recurso a frases latinas.
Inspirados na frase do escritor latino Horácio "fugere urbem" ("fugir da cidade"), e imbuídos da teoria do "bom selvagem" de Jean-Jacques Rousseau, os autores árcades voltam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do "locus amoenus", do refúgio ameno em oposição aos centros urbanos dominados pelo Antigo Regime, pelo absolutismo monárquico.
Cumpre salientar que essa busca configurava apenas um estado de espírito, uma posição política e ideológica, uma vez que esses autores viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, ali mantinham os seus interesses econômicos. Por isso justifica falar-se em "fingimento poético" no arcadismo fato que transparece no uso dos pseudônimos pastoris.
Além disso, diante da efemeridade da vida, defendem o "carpe diem", pelo qual o pastor, ciente da brevidade do tempo, convida a sua pastora a gozar o momento presente.
Quanto à forma, usavam muitas vezes sonetos com versos decassílabos, rima optativa e a tradição da poesia épica.
Outras características importantes são:
• valorização da vida no campo (bucolismo)
• crítica a vida nos centros urbanos
• objetividade
• idealização da mulher amada
• inutilia truncat (cortar o inútil)
• locus amoenus (lugar agradável)
• convencionalismo amoroso
• aurea mediocritas (mediocridade áurea ou ouro medíocre)
• linguagem simples
• uso de pseudônimos com frequência
• pastoralismo
Contexto histórico-social
O século XVIII, também referido como “Século das Luzes”, representa uma fase de importantes transformações no campo da cultura europeia. Na Inglaterra e na França forma-se uma burguesiaque passa a dominar economicamente o Estado, através de um intenso comércio ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos bancários, assenhoreando-se mesmo de uma parte da atividade agrícola. Paralelamente, a antiga Nobreza arruína-se, e o Clero, com as suas intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões teológicas. Em toda a Europa a influência do pensamento Iluminista burguês se alastra.
Esse período de renovação cultural que se caracteriza, em linhas gerais, pela valorização da Ciência e do espírito racionalista. O método experimental desenvolve-se; a análise crítica dos valores sociais e religiosos aguça-se, provocando polêmicas; há uma grande confiança na capacidade do homem em promover o progresso social (crença em que o bem-estar coletivo só pode advir da razão), e a tendência de libertar o universo cultural da influência da religião acentua-se cada vez mais.
Na França, em 1751, começam a ser publicados os volumes da Enciclopédia, que reunia pensadores como Voltaire, Diderot, D'Alembert, Montesquieu, Rousseau, e que pode ser considerada o símbolo da nova postura intelectual. A segunda metade do século é marcada pela Revolução Industrial na Grã-Bretanha, pelo aumento da urbanização de modo geral, e pela independência dos Estados Unidos (1776). Esta, por sua vez, irá inspirar movimentos de revolta em muitas colônias da América Latina como por exemplo a Inconfidência Mineira, no Brasil.
Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pã e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer.
Os italianos, procurando imitar a lenda grega, por inspiração de Giovan Maria Crescimbeni di Macerata criaram a "Arcádia" em 5 de outubro 1690 - uma academia literária que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. Para serem coerentes com certos princípios, como simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. Fez surgir no teatro a novidade do melodrama, com "Metastásio", e um novo tipo de tragédia, com "Mérope", de Maffei 1 .
Em Portugal e no Brasil, a experiência neoclássica na literatura deu-se em torno dos modelos do arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre, etc.
BARROCO , CONTEXTO
Um novo contexto
A convocação do Concilio de Trento teve profundas consequências para a arte produzida na área de influência da Igreja Católica: a teologiaassumiu o controle e impôs restrições às excentricidades maneiristas buscando reiterar a continuidade da tradição católica, recuperar o decoro na representação, criar uma arte mais compreensível pelo povo e homogeneizar o estilo. Desde então tudo devia ser submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o tema, a forma de tratamento e até mesmo a escolha das cores e dos gestos dos personagens.7 8 9 Nesse processo a Ordem dos Jesuítas foi de especial importância. Afamados pelo seu refinado preparo intelectual, teológico e artístico, os jesuítas exerceram enorme influência na determinação dos rumos estéticos e ideológicos seguidos pela arte católica, estendendo sua presença para a América e o Oriente através
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