China
Ensaios: China. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jynmyalves • 19/3/2015 • 516 Palavras (3 Páginas) • 159 Visualizações
Análise Crítica do filme Janela da Alma
Por sua origem e importância o método científico se mistura com a história da ciência. A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica. Assim, compreendendo-se os sistemas mais simples, gradualmente se incorpora variáveis, em busca da descrição do todo.
O método começa pela observação, sendo visto que, o filme Janela da Alma (2001), de João Jardim e Walter Carvalho organiza depoimentos de dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual - da miopia discreta à cegueira total - com declarações que atingem o campo confessional, são debatidos assuntos como o uso dos óculos e suas implicações na personalidade, o impacto de ver ou de não ver um mundo cheio de imagens, o funcionamento fisiológico do olho.
Janelas da Alma é um filme que não tem como foco principal a cegueira, mas sim das diferentes formas que essa situação é enfrentada. Entre as entrevistas são mostradas cenas da paisagem, do cotidiano ou de que alguma maneira tenha relação com a fala dos entrevistados, assim os espectadores podem se projetar dentro do filme. O conhecimento então é construído de forma lenta, ou seja, o mundo não é dado de imediato, mas formado por imagens e percepções que o sujeito formula a partir de seu questionamento. As realidades mostradas no filme ampliam nossas possibilidades de percepção. Temos como exemplo o trecho do filme em que o vereador de Belo Horizonte Arnaldo Godoy, deficiente visual, fala: “Eu sonho com imagens. Sonho normal, como você sonha.”. No momento dessa fala vemos uma tela preta, e aos poucos surgem cenas turvas de uma cachoeira, numa tentativa de representar a experiência do entrevistado.
Apresentando o filme multiplicidade de informação, relacionadas com as adversidades impostas pela deficiência visual e suas consequências na vida de cada entrevistado. Diante da diversidade de respostas oferecidas, acabamos sugerindo novos questionamentos e desenvolvendo nosso pensamento.
Possui então, grande valor o registro dos depoimentos de diferentes pontos de vista, adaptações e superações realizadas. Mesmo sendo pontos de vista diferentes podemos relacioná-los, exemplo disso é o depoimento do neurologista e escritor inglês Dr. Oliver Sacks, “O ato de ver, de olhar, não é só olhar lá fora. Não é só o olhar para o visível, mas também para o invisível. De certa forma é isso que chamamos de imaginação”, e o depoimento do poeta Manoel de Barros “O olho vê a lembrança. A transfiguração é a coisa mais importante para o artista”. Identificamos através dessas duas falas a importância prévia de um conhecimento de mundo, é necessária nossa interação com diferentes formas de agir e pensar. Assim, teremos conhecimento básico de interação com as novas realidades que se apresentam, diluindo preconceitos e conflitos.
Após todas as experiências compartilhadas, as perguntas feitas e respondidas, as conexões entre os diálogos, o filme termina. Seu fim é realizado em uma cena de parto natural que vemos o primeiro abrir de olhos do recém-nascido, nada poderia ser mais humano. Nesse momento presenciamos ...
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