Ciência Sistemática da Religião: trabalho com o geral
Por: 080254 • 19/1/2017 • Resenha • 1.125 Palavras (5 Páginas) • 467 Visualizações
RESENHA DESCRITIVA | |
GRESCHAT, Hans-Jurgen. O que é ciência da religião? São Paulo: Paulinas, 2005. Cap.4, pp.105 – 152. |
Ciência Sistemática da Religião: trabalho com o geral
Luiz José da Silva
O trabalho de Hans-Jurgen Greschat, “O que é Ciência da Religião”, utilizado por nós através da resenha do capítulo 4, onde o autor aborda a “Ciência Sistemática da Religião: trabalho com o geral”, apropriando-se da teoria de Rudolf Otto, elaborada em seu livro “O Sagrado”. Em sequência, conduz à atenção do leitor para uma diversidade de comparações, encerrando o capítulo com a questão do fenômeno e suas tipificações.
Este capítulo está dividido em 3 (três) seções: A teoria (pp.108-121), a comparação (pp.121-135) e o fenômeno (pp.135-152).
Na primeira seção: A teoria, cujo foco narrativo fundamenta-se na obra “O Sagrado” de Rudolf Otto, teólogo alemão. Constitui-se dos cinco tópicos:
- O problema, no qual é comentada as viagens de Rudolf Otto, sua oposição ao racionalismo.
- O material, momento em que Hans-Jurgen Greschat, menciona capítulos específicos de Rudolpf Otto, discussões envolvendo definições do teólogo alemão, que envolvem o Antigo Testamento, Novo Testamento, a obra de Martinho Lutero, além de outros filósofos e historiadores, que muito enriquecem o livro, cujo capítulo resenhamos.
- Como era aquilo? Alguns questionamentos são abordados pelo autor neste tópico, por exemplo: Como Rudolf Otto chegou ao seu insight histórico?
- O que é aquilo? Este quarto tópico situa como reflexão primeira explicar o fenômeno chamado religião, incluindo uma citação de Paul Tillich e John Locke.
- Teorias e termos, onde questiona-se a possibilidade de se construir uma teoria sem termos, a posição dos cientistas da religião no contexto de Rudolf Otto.
A segunda seção: A comparação, assinala que as religiões têm sido comparadas em diversas formas antes mesmo do aparecimento da Ciência da Religião. Neste momento do capítulo 4, o autor também utiliza de 6 (seis tópicos) para melhor se fazer compreender pelo leitor.
- Comparações que degradam o estranho, são mencionadas como relevantes, o termo “dervixes uivante” ou de “culto aos ancestrais”, citado como exemplo de uso.
- Comparações que relativizam o próprio, onde uma comparação sincera pode ser tão provocante quanto uma propaganda agressiva, palavras do autor. Hans-Jurgen Greschat, menciona paralelos que surpreendem, exemplificando uma comparação entre Jesus Cristo e Krishna.
- Comparações que aprofundam o próprio, um alerta dos psicólogos que advertem sobre o efeito prejudicial de comparações impróprias, que sendo efetuadas em determinadas situações, chegam a se tornar deselegantes e até mesmo deixar marcas que poderão ocasionar danos ao outro.
- Comparações entre dois objetos religiosos, são ações que permitem ao autor fazer alguns questionamentos como: Como os cientistas da religião comparam objetos? Colocar em uma balança as diferenças entre várias religiões na área do rito e do sacrifício, são algumas das muitas observações colocadas neste tópico.
- Comparações entre vários objetos religiosos, ajudam a conhecermos as particularidades e a intuir fatos que se ocorreram no passado, permitindo-nos dimensionar o presente.
- Comparações universais, incorrem em uma reflexão quanto a ser uma religião um organismo, composto por várias partes comparadas dentro de uma religião.
Nesta terceira seção, a fenomenologia da religião é mencionada pelo auto como importante atalho utilizado várias vezes por representantes da Ciência Sistemática da Religião. Um total de cinco tópicos são utilizados.
- Abordagens clássicas da fenomenologia da religião, onde o professor Gerardus van der Leeuw (1890-1950), é citado como o primeiro a se dedicar a fenomenologia da religião.
- Atitude natural, garante que os fenomenólogos não confundam suas próprias ideias e as de outros.
- Atitude fenomenológica, onde a razão e a intuição são as duas faculdades, através das quais os indivíduos orientam o mundo.
- A visão da essência, os fenomenólogos não se referem a um objeto que ouviram falar, mas estão em contato com esse objeto.
- A “oração”, vista como fenômeno, momento em que o autor fala em condições para o exercício da oração, mas também cita condições que certamente serão características do local e de quem ora.
O texto, neste capítulo 4, é tratado pelo autor em seu desenvolvimento, recorrendo a Rudolf Otto, teólogo alemão de formação luterana, onde abordagens contidas na obra “O Sagrado”, são utilizadas para esclarecer e fazer com que o leitor melhor compreenda o foco narrativo. Desta forma teorias e problemas estão inseridos no contexto, sem que seja necessário identificar a qual religião um teórico pertence ou pertencia, ou até mesmo passa a ser dispensável saber o que leva alguém a escolher uma determinada questão como seu problema científico.
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