Crise De 29
Trabalho Escolar: Crise De 29. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Racf • 24/3/2014 • 2.247 Palavras (9 Páginas) • 260 Visualizações
RESENHAS
Revista Científica FacMais, Volume. II, Número 1. Ano 2012/2º Semestre. ISSN 2238-8427.
1929: A GRANDE CRISE
Dirceu Marchini Neto1
Resenha da obra: GALBRAITH, John Kenneth. 1929: A Grande Crise. São Paulo: Larousse
do Brasil, 2010 (189 Páginas).
John Kenneth Galbraith, economista e filósofo keynesiano2, professor da Universidade
de Harvard, escritor e ex-embaixador dos Estados Unidos da América na Índia, nascido no
Canadá e naturalizado estadunidense, em 1954 escreveu o livro 1929: A Grande Crise, livro
que teve inúmeras reimpressões, inclusive em línguas estrangeiras, principalmente em épocas
de novas crises de mercado e bolhas especulativas nos Estados Unidos (o original foi publicado
em Inglês, com o título The Great Crash, 1929). A edição que lemos e que resultou nessa
resenha é a da Editora Larousse do Brasil, de 2010.
Nesta obra, o autor discorre sobre o colapso econômico que abalou a economia norteamericana
e a de grande parte do mundo ocidental no final da década de 1920 e ao longo da
década de 1930, causado por práticas especulativas, elevação dos preços de ações e de imóveis,
o que atraiu compradores e aumentou ainda mais os preços e as expectativas otimistas,
até culminar na crise de 1929. Seria a ilusão dos estadunidenses, que pensavam que a especulação
de títulos mobiliários traria dinheiro fácil para todos, uma das causas da crise? Seria o
desejo de ficarem ricos rapidamente e com pouco esforço a causa da bolha imobiliária? Essas
são questões abordadas no livro de Galbraith.
O livro possui uma Introdução, datada de 2009, escrita por James Kenneth Galbraith,
filho de John Kenneth Galbraith, que compara e analisa as crises de 1929 e de 2008, afirmando
que “em ambos os casos o governo sabia o que devia fazer”, mas não o fez, referindo-se ao
governo dos Estados Unidos da América. Para James, a crise de 2008 é consequência de fraudes
imobiliárias praticadas pelo governo, bancos, agências de averiguação de riscos e mutuários,
que em alguns casos contraíram hipotecas que sabiam que não teriam como pagar.
1 Professor dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Direito da Faculdade de Inhumas (FacMais),
Mestre em História pela Universidade do Porto (Portugal) e doutorando em História pela Universidade de
Brasília (UnB).
2 “Keynesiano” é todo aquele que é adepto das ideias de John Maynard Keynes, que considerava que o Estado
deveria intervir na economia sempre que isso fosse necessário.
Dirceu MARCHINI NETO. 1929: A Grande Crise.
Revista Científica FacMais, Volume. II, Número 1. Ano 2012/2º Semestre. ISSN 2238-8427.
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Além da recente Introdução escrita pelo seu filho, John Galbraith, numa Introdução: a
visão dos anos 1990, escrita por ele na edição de 1997, ainda compara a crise econômica da
década de 1990 à Grande Crise de 1929, e chega à conclusão de que:
Estamos passando por uma importante onda especulativa enquanto este texto é
escrito. Isto é óbvio para qualquer pessoa que não esteja apegada a um gênero
de otimismo vazio. Há agora muito mais dinheiro no mercado de ações do que
informações para orientar seu fluxo. Há muito mais fundos mútuos do que
homens e mulheres com agudeza financeira e consciência histórica para administrá-
los. Não sou propenso a fazer predileções. A previsão de alguém é logo
esquecida, somente seus erros são bem lembrados. Mas há aqui um processo
básico e recorrente. Surge com preços em elevação, seja das ações, seja dos
imóveis, seja das obras de arte ou de qualquer outra coisa. Esse aumento atrai
atenção e compradores, o que produz o efeito adicional de preços ainda mais
elevados. Expectativas são assim justificadas pela própria atividade que faz os
preços subirem. O processo continua; o otimismo, com seu efeito de mercado,
é a ordem do dia. Os preços sobem ainda mais. Então, por razões que serão interminavelmente
debatidas, chega o fim. A queda é sempre mais súbita que o
aumento; um balão que tenha sido furado não se desinfla de modo regular
(GALBRAITH, 2010, p. 16).
O autor utilizou-se de um método de pesquisa muito claro e eficiente, deixando o leitor
a par das referências utilizadas por ele, que são, conforme ele mesmo explicou, documentos
públicos, livros, artigos de revistas, jornais e outras fontes.
No início do livro, John Kenneth Galbraith começa contando que o presidente Calvin
Coolidge, em 1928, enviou uma mensagem otimista ao Congresso dos Estados Unidos, tranquilizando
todos os parlamentares com relação à situação econômica da União. E, logo nas
primeiras páginas, Galbraith ainda critica os historiadores que “condenaram” Coolidge, ao
longo
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