Cultura Romana

Durante a análise do no tópico "Cidades, Espaços Socialmentes Construídos", percebe-se o cuidado que Roma possuía em evidenciar o seu poder e onipresença, especiamente quando se refere às práticas religiosas. O culto à religião oficial dos romanos era um importante elemento da vida cívica, e sua prática, além de estreitar os laços de solidariedade entre os cidadãos, também era uma ferramenta para a demonstração de fidelidade a Roma, uma vez que a execução correta das práticas religiosas do Império garantia a pax deorum, a paz dos deuses. Caso a devoção aos deuses do panteão latino fosse negligenciado, ocorria o "erro religioso" denominado vitium, que acarretava desarmonia e a ira deorum ou "ira dos deuses".

A edificação de templos representava de forma física a majestade e a potência dos romanos sobre a religião dos povos dominados, rearfirmando e consolidando a inserção e a importância do culto dos deuses em todo o Império.

Ao passo que a religião romana possuia ligação intima com uma determinada população e não apenas a um único indivíduo e também pelo fato de todo ato comunitário abarcar um aspecto religioso, e vice-versa, diz-se que o culto público era essencialmente político.

A fidelidade ao Império era bastante evidenciada através de dois atos: a exaltação do gênio da cidade, dinvindade que representava a coletividade do município acarretando assim, o patriotismo local e a adoração a Iuppiter Optimus Maximus (Júpiter, o maior e melhor), já que este era o deus protetor de Roma e era estreitamente relacionado à figura do imperador.

Assim como havia a interpretatio graeca, que consistia na interpretação dos conceitos, práticas, deuses e mitos gregos pelos romanos, os norte-africanos também aplicavam a interpretatio, assimilando alguns deuses romanos aos deuses locais, geralmente aqueles com epítetos semelhantes. Apesar da soberania de Roma, os cultos locais não foram impedidos de serem praticados, contanto que a adoração aos deuses oficiais do Império não cesasse ou fosse ameaçada de alguma forma. Isso demonstra que, apesar do poder e influência exercido pelos romanos, sua flexibilidade para com a cultura dos povos dominados era notória