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Dos Delitos E Das Penas

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Por:   •  18/9/2014  •  761 Palavras (4 Páginas)  •  217 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS

Nunca uma obra tão antiga continua tão atualizada. Não por falta de

evolução, logicamente, da sociedade. Pelo contrário, a sociedade evoluiu e muito durante esses séculos. Séculos? Sim, a obra referida, dos delitos e das penas, vem da tradução do italiano, “dei delitti e delle penne”, foi escrita por Maques de Becaaria na segunda metade do século XVII, dentro de um movimento filosófico e humanitário que se estabelecia na França.

Nessa época vários abusos na legislação penal já eram presentes

Como, por exemplo, penas superiores e terríveis que não correspondiam com os males provocados pelos delitos, em tese, praticados. E contra isso Beccaria se manifestou. Sua ideia se baseava em uma vida mais justa e humana, mesmo em uma seara delicada como a dos crimes e suas penas.

Dos delitos e das penas traz protestos contra a tortura, penas infamantes, degradantes, desigualdades dos castigos impostos. Mostra a

Inutilidade da pena de morte, ainda hoje tão debatida, como meio de punição. Faz menção aprofundada no que tange a proporcionalidade entre a pena aplicada ao delito que houvera sido praticado. E, mais do que nunca, explicita brilhantemente a separação de poderes, principalmente entre o legislativo e o judiciário. Tudo isso com a ideia central de igualdade, justiça e humanidade dentro de um tema caloroso que são os crimes e suas respectivas penas.

A questão enfrentada, a priori, é das más leis produzidas. Más leis, pois.

Beneficiam a minoria, deixando a maioria claramente a mercê da fraqueza e da.

miséria. O que defende Beccaria é que somente com boas leis pode transformar essa situação desigual. E já que falamos de leis, lembra-se esse livro da separação de poderes, defendida e demonstrada por Montesquieu. Deixando clara a ideia de que quem legisla é o Poder legislativo e não o Judiciário. As penas surgiram bem como o direito de punir, ou seja, para proteger a sociedade daqueles que transgrediam a expectativa de paz que já se fazia inerente a uma sociedade que pretende viver bem decorrendo a ideia de contrato social. Ocorre que ninguém sacrificaria sua liberdade para visar o interesse público. Logo, para que a grande maioria se sentisse segura houve a necessidade de sacrificar a liberdade de uns para que o resto goze de mais segurança. Ou seja, aquele que quebrasse o contrato social deveria ser punido com a restrição de sua liberdade para manter a paz social.

Diante de tudo isso foram extraídos princípios que existem até hoje. Como o princípio da separação dos poderes. Ou seja, o livro expressa que os delitos e as penas a eles aplicadas somente poderão ser feitos através de lei, e não por ato do Poder Judiciário, por exemplo, estendendo a hoje também ao Poder Executivo. Além disso, fala do princípio da proporcionalidade entre o delito e o mal que ele causa com a pena aplicada a esse respectivo crime. Hoje muito discutido tal tema e uma inovação legislativa como a lei antidrogas editada em 2006. Onde abrandou certas penas e recrudesceram outros tipos penais considerados mais maléficos à sociedade.

No livro existe a menção da tríade entre acusador, acusado e julgador

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