Educação e humanização
Por: Auzielia Santos • 25/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.154 Palavras (5 Páginas) • 169 Visualizações
EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO.
O momento atual impõe aos profissionais da educação desenvolver posturas que possibilitem uma melhor adaptação às novas culturas e aos novos padrões de conduta social. As grandes transformações econômicas, sócio-políticas e culturais ocorridas nas últimas décadas colocam o desafio de a escola empenhar-se na busca de construção de práticas pedagógicas orientadas pelos paradigmas atuais, dentre os quais o da inclusão. Assim, cada profissional deve ter claramente definido o seu papel nesse contexto social, sendo que o repensar de sua prática, tendo em vista seu redimensionamento constante, é um dos maiores desafios. Lei Nº 9.394/96 determina no art. 4º, inciso III que as pessoas com necessidades educacionais especiais sejam educadas na escola regular e que deve ser garantida a elas condição de permanência dentro da escola. As ações humanas englobam muitas e diversificadas práticas profissionais, que vem sendo introduzidas no processo ensino aprendizagem. Ao ensinamento, com relação ao aspecto técnico-científico, cabe a responsabilidade do educador, do professor, ensinar ao aluno de forma competente, aplicar o que aprendeu e trazer para a sala de aula um currículo adaptado às necessidades desse alunado utilizando-se da ética, respeito e dignidade pra si e para ele.
A política da educação enseja uma mudança social pela educação que se faz pela transformação do aluno em um ser autônomo, e determina no discente a medida exata da sua responsabilidade a partir de seus atos. O papel do professor se esgota no puro esforço de autonomizar atitudes e comportamentos. Habilitar o aluno, através do conhecimento a interpretar criticamente o seu mundo não significa tornar-se parceiro ou co-responsável de suas atitudes. O professor na educação inclusiva deve ser humanizador e encarar essa realidade como desafio na prática pedagógica identificando as dificuldades de seus alunos e sanando-as assim como a incessante busca para o planejamento de suas atividades desenvolvendo-as e utilizando o velho vocabulário para reivindicar coisas novas, bem como na investigação, a busca de alternativas genuinamente autônomas.
As novas práticas pedagógicas de ensino lançam para o desenvolvimento de sua criatividade o desafio ao aluno no momento em que se depara com a capacidade de pensar sobre determinado assunto e refletir sua pratica cotidiana estando presente o universo social, ético, educacional e psíquico, observado ao relacionamento humano. As ações da humanização envolvem um vínculo subjetivo, entre quem ensina e quem aprende. Afinal de contas ninguém está livre do simples conceito de educar. Esta é uma tarefa para todos.
Já humanizar é acolher a necessidade de resgatar e articular os aspectos indissociáveis, o sentimento e o acolhimento, mais do que isso, humanizar é adotar uma prática na qual o professor que ensina encontre a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro, de acolhimento ao educando, do imprevisível, do diferente do singular, reconhecendo os seus limites. É preciso repensar as práticas das instituições de ensino, que preparam os profissionais da educação, no sentido de buscar alternativas de diferentes formas de aprendizagem, pois a humanização é um processo de construção gradual, realizada através do compartilhamento de conhecimentos e sentimentos. Então o profissional deve obter esta parceria entre o conhecimento e o sentimento para favorecer uma aproximação mais real e verdadeira entre professor e aluno. Creio que, sem o sentimento o estudo perde o seu sentido, por outro lado, sem estudo, sem conhecimento, o sentimento pode acabar empobrecido.
Todo o processo de planejamento, execução e avaliação para a construção de uma educação com qualidade socialmente referenciada deveria pautar-se em pressupostos da Educação Inclusiva, entendendo-a como ação política de grande salto social e histórico que ressalta o valor humano de todos na sociedade, exigindo um repensar criticamente humanizado para a quebra de paradigmas sociais que excluem as pessoas com deficiência, desconsiderando-as como sujeitos integrantes da sociedade.
Acredita-se que a ação humanizada da valorização de todas as pessoas no contexto educacional como exercício da cidadania necessita de uma metamorfose humana, envolvendo o repensar ético e rompendo barreiras atitudinais, que no contexto social, são as que mais dificultam quaisquer tentativas de inclusão. Nessa perspectiva, a humanização é prerrogativa para uma educação inclusiva, pois numa sociedade caracterizada pela diversidade, o respeito às diferenças é fator fundamental. Uma política voltada para o humano, sem distinção das pessoas é o que se impõe nesse início de um novo milênio, pois a educação não pode mais ser excludente e/ou segregada, geradora de uma sociedade que não valoriza a diversidade humana. E nesse contexto coloca-se a necessidade de crescimento do debate e mesmo de aprofundamento teórico acerca da temática da humanização e sua possível relação com a construção de um sistema educacional inclusivo. Trata-se de uma temática de relevância porque nos últimos anos, com o acesso à escola garantido para a grande maioria das crianças brasileiras, em geral, e em particular para as pessoas co-deficiência, é cada vez mais crescente a preocupação com a melhoria da qualidade da educação, principalmente na escola pública. Um repensar constante em como usar as habilidades, ter confiança em si, escutar, ter empatia, estimular e motivar, respeitar as diferenças, enfim, humanizar-se, são traços característicos deum paradigma de humanização pra a construção de uma educação inclusiva.
Nessa perspectiva, humanizar é acolher a necessidade de resgatar e articular os aspectos indissociáveis, quais sejam, o sentimento e o acolhimento. É adotar uma prática na qual o(a) professor(a) que ensina encontre a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro, de acolhimento ao(à) educando(a), do diferente e do singular.
A construção de uma escola inclusiva não é responsabilidade somente da Educação Especial, mas de todos os atores envolvidos no processo e no sistema educacional. Além disso, a escola inclusiva é algo que só pode ser construído numa sociedade também inclusiva, onde caibam todos(as), independentemente das condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Refletir coletivamente acerca dos desafios para a melhoria da qualidade da educação, algo que, necessariamente, passa pela reversão da história de exclusão de crianças, jovens e adultos com ou sem deficiência do sistema educacional. Nessa perspectiva, uma proposta de humanização para a construção de uma educação inclusiva baseia-se em outro desenho de atuação, distinto daquela que tem caracterizado o atendimento educacional às pessoas com deficiência. Não obstante, para que o trabalho de um profissional seja eficiente e ao mesmo tempo humanizado são necessários conhecimento, qualidade técnica e, indubitavelmente, uma boa qualidade de inter-relação humana. Diante das transformações das últimas décadas uma das maiores exigências sociais na atualidade é a vivência irrestrita. A humanização, a ética e o relacionamento interpessoal são elementos imprescindíveis para a construção não só de uma escola inclusiva, mas de uma sociedade inclusiva. Mas é preciso sempre lembrar que a humanização nas práticas escolares, enquanto esforço de construção de uma escola inclusiva, deve passar, obrigatoriamente, pela humanização maior e condicionante de toda a sociedade.
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