Edward Thompson
Bibliografia: Edward Thompson. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: historia2015 • 6/2/2015 • Bibliografia • 2.337 Palavras (10 Páginas) • 254 Visualizações
Quem foi Edward Thompson:
Edward Palmer Thompson (1924-1993) foi dos nomes mais importantes da historiografia do século XX, seus estudos contribuíram não apenas para a renovação do marxismo, mas para a história em geral.
Inglês, nascido numa família de missionários metodistas, Thompson pôde desde pequeno ter contato com a religião, com a diversidade cultural e com os mais explorados – visto que seu pai viveu grande parte da sua vida na Índia no período em que esta esteve sob o julgo imperialista britânico, atuando como pastor metodista -, o que, sem dúvida, contribuiu para que no pensamento de Thompson esses três aspectos tivessem relativo destaque.
Prova disso, são suas importantes reflexões sobre o metodismo que aparecem nos seus livros e em especial na Formação da Classe Operaria Inglesa, onde também é destacada a relação entre cultura, experiência e classe; bem como, a sua grande preocupação com os mais explorados, afirmando que seu desejo era “resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do obsoleto tear manual”, feito este que o tornou um dos grandes representantes do que veio a se chamar “ história vista de baixo”.
Thompson, não apenas, preocupou-se em escrever sobre a classe menos favorecida, mas, sobretudo, em conhecê-la e militar pela sua causa. Fora esse anseio que o levara a Marx e ao marxismo, o desejo de construção de um mundo mais justo e igualitário. É assim que também, se torna um dos principais críticos do socialismo soviético de Stalin e no período da Guerra Fria, se lança a uma campanha exaustiva pelo desarmamento nuclear.
Sua vida foi à prova de que é possível aliar teoria e práxis. Conheceu a classe trabalhadora não apenas nos livros, mas na construção de uma ferrovia na qual também foi um operário. Como professor atuou, tanto em importantes universidades inglesas, como em programas populares voltados para educação de trabalhadores.
Conheceu a dor da Guerra, principalmente por ter sido ela a responsável por tirar a vida do seu irmão mais velho, por isso mesmo sua obra e vida, atestam o interesse do mesmo com a construção de uma sociedade diferente.
O Rigor intelectual com que escreveu e a grande paixão com que militou por esse ideal, pode nos ensinar muito, não apenas, sobre história e sobre as demais ciências humanas, mas também, sobre a necessidade de acreditarmos e militarmos por um mundo melhor.
Quem foi Edward Thompson- parte 2
O historiador inglês Edward Palmer Thompson nasceu na cidade de Oxford, na Inglaterra, no dia 3 de fevereiro de 1924. Marxista convicto, ele é respeitado até hoje como um dos maiores da história do século XX nesta área. No período da Segunda Guerra Mundial ele atuou na Itália, no combate contra o fascismo e seu líder, Benito Mussolini.
Seus estudos foram realizados no colégio Corpus Christi, em Cambridge. Nesta mesma época ele se tornou militante do Partido Comunista Britânico. No ano de 1946, Thompson criou um grupo de estudos voltado para pesquisas históricas no campo marxista, integrado por nomes como os de Christopher Hill, Eric Hobsbawm, Rodney Hilton, Dona Torr, entre outros.
Ele lecionou por muito tempo em diversas Universidades, mas sua maior experiência acadêmica foi na Universidade de Leeds, quando se dedicou, aí, à elaboração de cursos noturnos para a classe trabalhadora. Desta experiência, ao lado de Raymond Williams e Richard Hoggart, nasceram as raízes teóricas dos Estudos Culturais. Neste momento o historiador reflete sobre a natureza da pedagogia, pretendendo, com estas meditações, possibilitar a transcendência dos padrões impostos pela elite.
Thompson desejava estabelecer uma interação mais flexível entre aprendizes e mestres, subvertendo assim as metodologias desenvolvidas nas escolas convencionais. Ele tinha fé no potencial do aluno como o principal meio de aprendizado; assim, ele destacava o talento e a vivência de cada um como elementos essenciais na elaboração de uma didática melhor.
Os trabalhadores também inspiraram sua obra mais conhecida – A Formação da Classe Operária Inglesa – editada em 3 volumes. Thompson lecionou igualmente na Universidade de Warwich, de 1965 a 1971. Na década de 70 ele deu aulas, em alguns momentos, para as Universidades norte-americanas de Pittsburg, Rutgers, Brown, e Dartmoth College.
Seus artigos versam, em grande parte, sobre as histórias do trabalho e da Cultura, sempre no âmbito das questões sociais. O historiador mantém seu ponto de vista centrado na classe trabalhadora, argumentando que a trajetória dessa camada da população não é empreendida apenas no sentido econômico, mas principalmente na edificação de suas vivências históricas.
Ao olhar para trás, ele procura resgatar os avanços e prejuízos deste segmento, pois apenas desta forma é possível visualizar seus confrontos e as mudanças que marcam sua jornada. Thompson abordou igualmente o neoliberalismo, os estudos culturais que enfocam o olhar feminista e o marxismo ortodoxo.
Ele se desvinculou do Partido Comunista em 1956, depois das denúncias sobre as práticas stalinistas. Na década de 80 militou no movimento pacifista antinuclear. Em 1988 o pesquisador retomou a carreira acadêmica, assumindo o magistério no Queen's University de Kingston, em Ontário, no Canadá. Logo depois passou a lecionar na Universidade de Manchester, na Inglaterra. De 1989 a 1990 ele atuou na Universidade de Rutgers. Thompson morreu aos 69 anos, no dia 28 de agosto de 1993, na cidade de Worcester.
Thompson aponta um termo ausente no planetário de Althusser: o conceito de experiência. Para ele
"A prática da teoria marxista continua onde sempre esteve, no objeto humano real, em todas as suas manifestações (passadas e presentes); objeto que, no entanto, não pode ser conhecido num golpe de vista teórico (como se a Teoria pudesse engolir a realidade de uma só bocada), mas apenas através de disciplinas separadas, informadas por conceitos unitários. (...) A filosofia pode (e deve) monitorar, aperfeiçoar e assistir a essas conversas. Mas se deixamos que a filosofia procure abstrair os conceitos das práticas, e construir a partir deles uma Sede para a Teoria, independentemente daquelas, e muito distante de qualquer diálogo como objeto da teoria, então teremos- o teatro de Althusser". (THOMPSON, 1981, p.55)
Mais adiante ele usa uma metáfora em linguagem econômica, para se colocar contra a “prática teórica”
"A história não é uma fábrica para a manufatura da Grande Teoria, com um concorde de ar global; também
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