Fichamento Kapler - Monstros, Demônios e Encantamentos no Fim da Idade Média
Por: cespanha • 20/3/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 3.184 Palavras (13 Páginas) • 476 Visualizações
Faculdade de História - UFF
Disciplina: Percepções do Espaço na Idade Média através
da Literatura de Viagem
Professora Vânia Fróes
Fichamento do texto:
KAPLER, Claude.
Monstros, Demônios e Encantamentos no Fim da Idade Média
São Paulo: Martins Fontes. 1994.
Capítulo II: Viagens e Mentalidades (pp 51 – 87)
Aluna: Claudia Espanha
Semestre em curso: 8º período
NITERÓI / RJ – 2/2014
1 – Identificação do texto:
KAPLER, Claude. Monstros, Demônios e Encantamentos no Fim da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes. 1994. Capítulo II: Viagens e Mentalidades (pp 51 – 87)
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2 – Principais Itens (em forma de esquema):
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3- Questão central do texto:
O texto foca em indivíduos que viveram o descobrimento do mundo, quem eram esses viajantes e por que climas históricos viajaram. E sobretudo como viam e pensavam relativamente ao cabedal intelectual e lendário de sua época.
As condições históricas:
Condicionam-se, em grande parte, as disposições e o ponto de vista dos viajantes. Também são elas que impõem suas leis na escolha dos navegantes – soldados, missionários, diplomatas, mercadores, exploradores, etc, e que por conseguinte, determinam as diferenças no modo de ver a realidade e as narrativas resultantes.
Em meados do século XIII tem inicio a era das grandes viagens, que durante um século e meio serão exclusivamente continentais.
No século XII é o século das Cruzadas, da guerra Santa, estado de espírito esse que, ao se despojar da hostilidade, não produz mais do que peregrinação aos lugares santos. O oriente próximo é um ambiente de infiéis que devem ser esmagados ou convertidos. O extremo oriente é um ambiente de lendas, ao qual o homem ocidental não teve mais acesso depois de Alexandre, o Grande. Por isso é imaginado segundo as Historias de Alexandre, repletas de fabulações.
4 – Citações mais importantes de acordo com o critério de seleção da questão central.
Século XIII - Inicio das grandes viagens:
- Império Mongol: Invasão a partir de 1214, por Gengis Khan na China, Império dos Sel Jucidas, Irã, na Europa (1241): Cracóvia, Hungria, Viena.
- Frederico II – Lança mão do mito do Anticristo: Gog e Magog.
- Concílio de Lion em 1245 – Papa Inocêncio IV: Decisão de enviar missionários. Tanto o ocidente como o oriente mostravam curiosidades um sobre o outro.
- Frederico II, a partir de 1228/29 considera as 3 grandes religiões:
→Cristianismo,
→ Budismo e
→ Islamismo - Tolerância Mongol: a intensidade de circulação do ocidente para o oriente são possíveis a partir da tolerância dos mongóis.
- Primeira geração de missionários:
→ Giovanni Del Pian di Carpini (1245)
→ Nicolau Ascelino (1246)
→ Simon de Saint-Quentin (1247)
→ Guilherme de Roebruck (1253)
→ Pian di Carpini e Roebruck – Deixaram relatos notáveis e cativantes; mas em menos de 10 anos esse relato muda: Pian di Carpini passa a incitar as Cruzadas, com o intuito de prevenir uma nova invasão tártara. Roebruck, mais moderado, propõe que não se envie missionários recrutados entre os frades menores, mas bispos e embaixadores.
- Irmãos Pólo: Nicollo e Matteo voltam da China em 1271, onde permaneceram por 20 anos.
- Segunda geração de missionários: Partiriam em condições bem diferentes da primeira geração: Rotas terrestres e marítimas.
→ João de Montecorvino (1289)
→ Odorico de Pordenone (1314)
→ Jourdain de Severac (1320)
→ Pascal de Vitória (1338)
→ João de Marignoli (1342)
- Na China passa a ter igrejas, arcebispos, conventos franciscanos e batizados.
“O mérito dessa serie de viagens foi o de promover a circulação ativa entre o ocidente e o oriente, de idéias religiosas e influencias artísticas, assim como de mercadorias e objetos cuja influencia no ocidente é bem conhecida.”
A partir de 1368, a Dinastia Ming fecha as rotas terrestres para o oriente. Mas ainda existirá viagens para o leste, nos deixando relatos de viagens:
→ Hans Schiltberger (1396)
→ Ruy Gonzáles de Clavijo (1403)
→ Guillerbert de Lannoy (1413), entre outros.
Rotas Marítimas:
- Cada vez mais os viajantes olham para o oeste. Isso não significa que eles tinham em vista o descobrimento de um continente desconhecido, o que eles procuram são ILHAS... de que ouviram falar de ilhas Afortunadas: A descoberta de Açores e das Canárias. Pelo oeste também se procurava uma nova rota para as ÍNDIAS. Objetivo das viagens de:
→ Cristóvão Colombo (1492-1503)
→ João Caboto (1497-1498)
→ Américo Vespúcio (1497-1504)
→ Vasco da Gama (1498-1503)
→ Fernão de Magalhães (1519-1520)
- Narrativa de viagem mais famosa: Jean de Mandeville – Viagem de Ultramar (1356), era um “viajante de gabinete”. Ao que parece, teria viajado a Terra Santa e talvez ao Egito, mas confessa que não foi à Índia:
“Conta-se também que o balsamo cresce na Índia e naquele deserto que Alexandre falou à árvore do sol e da lua. Mas não o vi, pois não fui tão longe, pois muitas são as perigosas passagens a transpor.”
Sua obra teve um sucesso extraordinário: contam-se mais de 300 manuscritos em dez línguas e 90 edições até 1600. O sucesso é explicado em parte pelo caráter seletivo da obra: essa viagem é quase exclusivamente uma coletânea, um concentrado de mirabilia (coisas admiráveis). Talvez o seu sucesso de sua difusão esteja ligado ao fato de o primeiro texto ter sido escrito em língua vulgar:
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