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Friedrich Engels

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Por:   •  19/3/2013  •  2.921 Palavras (12 Páginas)  •  593 Visualizações

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Aluno: Matheus Antônio de Castro Blanco

Número de matrícula: 11211RIT047

Professor: Aldo Duran

Disciplina: Política I

Fichamento do texto “Barbárie e Civilização” de Friedrich Engels

No período intermediário da selvageria, encontraremos as sociedades gentílicas em pleno desenvolvimento. Essa organização preenchia corretamente a demanda social da qual foi criada. Ela se organiza de uma maneira simples e apresenta uma tendência à solução de conflitos que poderão surgir posteriormente. A guerra seria um fator que levaria tanto ao desaparecimento das tribos quanto serviria como cerne desta forma de organização, colocando como princípio essencial a não escravização. Não há divisão de classes e muito menos quanto aos direitos e deveres que cada indivíduo deve desempenhar.

A população, compreendida por homens e mulheres que desempenham respectivamente seus papéis no trabalho, apresenta altas densidades populacionais nos locais onde a tribo se encontra alojadas. A divisão do trabalho é influenciada puramente em função do sexo dos indivíduos. Os homens, correspondentes ao “setor” do mato, devem caçar, pescar e guerrear, já as mulheres, com seu domínio no lar, cozinham, tecem e costuram. Por consequência, os homens e as mulheres, respectivamente, são donos dos instrumentos usados para a realização de suas funções, como no caso das armas e dos apetrechos e caça e pesca para os homens e dos utensílios caseiros às mulheres. Quando há instrumentos ou locais de uso coletivo, diz-se então que estes últimos compõem a “propriedade comunitária”, neste caso a casa, a horta e a canoa longa, por exemplo. É neste tipo de sociedade que se encontra única e exclusivamente a “propriedade auto produtiva”.

Uma vez que a tendência dos homens, com relação a esse estágio de gens, é de mudança, ocorre uma diferenciação superior dos pastores para com os bárbaros. Acontece “a primeira grande divisão social do trabalho”. Impulsionada pela utilização de novos meios de subsistência, a produção pastoril aumenta de forma considerável, possibilitando um intercâmbio regular de produtos e não mais trocas ocasionais. Essa alteração foi possível graças à perda do caráter local das trocas, possibilitando uma interação com outras tribos. Inicialmente, as trocas eram realizadas através dos chefes gentílicos e, com o deslocamento dos rebanhos para a propriedade individual, as trocas, posteriormente, passaram para um modo individual, tendo o gado como principal artigo de troca. O gado passa a apresentar o papel de dinheiro nesse período, já demonstrando também a necessidade da existência de uma mercadoria-dinheiro.

O ato de tear e a fundição de minérios e a posterior elaboração de metais foram os dois marcos mais importantes deste período. Os principais metais que se enquadram neste marco são o cobre, o estanho e o bronze, passando de instrumentos de úteis e armas, para adereços e adornos de alto valor.

O início produção, na criação de gado, na agricultura e na manufatura, a capacidade do homem de criar um produto maior que a sua própria necessidade de manutenção torna-se evidente. Além disso, a carga de trabalho e a força de trabalho também aumentaram, sendo este último privilegiado com as guerras, as quais convertiam prisioneiros de guerra em escravos. A escravidão sou uma necessidade inerente da primeira divisão do trabalho, devido ao aumento da produção, da riqueza, do trabalho e do campo de produção. Surge neste momento a primeira divisão de classes na sociedade: senhores e escravos, exploradores e explorados.

Com a inserção do gado na vida dos indivíduos e sua eventual transformação em um meio de subsistência, ocorrerá uma revolução na família. O homem, como detentor dos meios de subsistência, possuía tudo o lucro da produção, mas agora a mulher dividirá com ele este último, mesmo não tendo participação na propriedade. A divisão do trabalho dentro da família, entre homem e mulher, se efetivou. A mulher passa a ocupar o mesmo patamar do homem quanto do trabalho, não sendo mais submetida somente a trabalhos caseiros, e demonstra que essa tendência apresenta um caráter permanente. Essa emancipação feminina só se dá com sua inserção na produção e com o advento da indústria moderna, pois ela demanda uma larga mão de obra e leva a uma transformação do trabalho caseiro em indústria pública.

O domínio do homem sobre a vida e o trabalho era garantido, principalmente, pela sustentação de um direito patriarcal e com o advento da monogamia. Mas, com a introdução da família individual, esse domínio absoluto do homem se esfacela.

A fase superior da barbárie é marcada pela espada de ferro, pelo arado e pelo machado, ou seja, uma época na qual houve acontecimentos essenciais para a evolução do ser humano. Com a utilização em larga escala do ferro, possibilitou a agricultura um desenvolvimento maior, além do artesanato e dos métodos de construção. Por outro lado, essa necessidade geral das tribos por esse metal levou a uma preocupação com a defesa destas. O crescimento da riqueza era influenciado e destinado aos indivíduos. Sendo assim, a produção era incapaz de se desenvolver somente por meio de um indivíduo, levando à segunda divisão do trabalho, a qual é caracterizada pela separação ente manufatura e agricultura. O valor do trabalho humano se eleva, pois há um aumento da produtividade do trabalho, e a produção de mercadorias se consolida, levando também a um desenvolvimento no comércio interno e externo. A escravidão torna-se elemento primordial para esse tipo de sociedade.

A diferenciação econômica na sociedade veio também com a divisão da sociedade em classes e a propriedade privada vai se consolidando de forma gradual e acompanhando o processo transição do acasalamento para a monogamia. A família individual torna-se uma unidade econômica da sociedade.

Devido à necessidade de uma comunicação da tribo com outras e também com certas partes internas isoladas, houve a fusão de tribos e a posterior formação de um território comum ao povo. O poder era exercido pelo chefe militar, que era permanente e indispensável, pela assembleia do povo e pelo conselho. Ocorre uma evolução da sociedade gentílica para uma democracia militar, principalmente por causa da alteração desses órgãos de comando. Com a predominância da guerra nos assuntos da sociedade e tendo ela um papel essencial na obtenção de lucro, torna-se claro o motivo da nomenclatura “democracia militar”. O aumento das guerras leva ao aumento do poder dos chefes

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